Somos seres de faces encobertas
Como chegar ao labirinto profundo e obscuro da mente humana? Quais os motivos que levam o ser a agir e pensar diferentemente de seus desejos e instintos mais íntimos?
Nos afogamos em máscaras, nos transfiguramos e desempenhamos inúmeros papéis para agradar e satisfazer o outro, e assim nos autoflagelamos, já que somos "masoquistas", pois não admitimos se quer um minuto de felicidade, pois estar feliz, é desprezar o outro.
E se nos depararmos com situações, as quais, a nossa "pele está em jogo"? O que fazer quando estamos na berlinda e nos sentimos ameaçados? Nos tornamos desumanos e, para nos salvarmos, colocamos em xeque a vida do outro. Então, mostramos a face obscura e sombria do nosso ser. Somos agora ímpares humanos, disputando o melhor lugar no pódio e para nós, não existe o segundo lugar.
Porém, em momentos de fragilidade e solidão, percebemos que não somos um só, somos seres múltiplos e incompletos e necessitamos do outro assim como precisamos da respiração para sobreviver. A totalidade do ser encontra-se na duplicidade e parceria com o seu semelhante, embora cada um possua a sua particularidade, a sua individualidade indissolúvel.
E assim, nós seres humanos, vivemos durante todo o nosso percurso vital em busca de respostas para nossas atitudes e incertezas da vida. Porém, as respostas para essas indagações se encontram lá, escondidas em nosso próprio labirinto mental, inconsciente. Só nós podemos achar as respostas, pois somos proprietário único e intransferível da chave que irá abrir e descortinar e decifrar o nosso "minotauro", os mais profundos desejos e vontades reprimidas.
Autor: Flávia Regina Araujo
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