Consumir Arte



A alguns milhares de anos atrás os seres humanos começavam a formar suas modestas e rudimentares, porém necessárias comunidades. Com o passar dos milênios, muita coisa aconteceu, mas, a essência do ser humano, mudou?
Hoje a comunidade é global, habitando a savana do capitalismo, onde pode admirar-se uma gigantesca massa de seres que, supostamente, dizem possuir um telencéfalo alltamente desenvolvido, os quais vivem suas vidas e suas histórias, que acreditam e que duvidam, que se aceitam e se repelem, que não conseguem entender suas diferenças e tampouco suas semelhanças, mas que apesar de tudo convivem em sociedade, e sobretudo: consomem.
Alimentar-se, nutrir-se com agua, respirar, esquentar-se com os raios do energia vinda do imenso corpo celeste que nos mantem, eis o consumo da vida, que agora passa a ser também, o consumo que rege nossa vida, que reduntante acaso, não?
Consumir, consumir, consumir, consumir, consumir, consumir, consumir, consumir, consumir, consumir, consumir, consumir, consumir, consumir, consumir, consumir, consumir, consumir, consumir, consumir, uma fadigante repetição, mas poderia ser assim, massassificar sua produção, se ela fosse lucrativa, contratar pessoas, para digitarem "consumir" durante oito horas diariamente, todos numa enorme sala retangular, com centenas de teclados especiais, apenas com as teclas CONSUMIR, e uma pequena tela em sua frente - inclusive essas máquinas seriam fabricadas por uma aldeia a milhas de distância dali, aliás esta seria a idéia - amontoados ao meio de mesas e cadeiras, simetricamente dispersos, digitantando "consumir" até o raiar do sol, ou até os dedos amortecerem. E algumas delas num futuro próximo, teriam doenças oriundas de suas insalubres vidas sociais, e que para amenizarem suas dores, ou então buscarem a cura, consumiriam os remédios fabricados pelos metálicos pajés modernos: grandes máquinas cuspidoras de pastilhas. E seus corpos permanceriam deitados em cima de camas, simetricamente dispostas, em grandes salas brancas, com enormes crucifixos pendurados nas paredes, consumindo os milagres da medicina contemporânea, aguardando as ultimas horas a merce do parasitismo da savana.
E assim são levadas, milhares de vidas, neste minúsculo planeta, tão misterioso, extraordinariamente fascinante, e repleto de energias movimentando-se e ivadindo nossos cerebros, onde todos nascem e morrem, onde os sonhos e as esperanças colidem com desilusões e desalentos, onde todas as verdades e mentiras se cruzam, onde o "solado da botina de metal" foi forjado, e onde a transcendetalidade da arte nos conecta ao maravilhoso cosmos das emoções.
Autor: Leonardo Heitor Barden


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