Estimativa do Tempo de germinação e desenvolvimento de três variedades de feijões em ambiente não natural



ESTIMATIVA DO TEMPO DE GERMINAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE 3 (TRÊS) VARIEDADES DE GRÃOS DE FEIJÃO EM AMBIENTE NÃO NATURAL

COSTA FELINTO M¹, SOCORRO MOTA FERREIRA ¹M, FERREIRA SANTA BRIGIDA S¹.

¹Universidade Federal do Pará, Centro de Ciências Biológicas: [email protected]


RESUMO
Os grãos são potenciais biológicos com relevantes valores nutricionais para uma grande variedade de organismos autótrofos, que os inclui diretamente em suas dietas alimentares. Os grãos obtidos para a realização deste experimento foram duas variedades da espécie Phaseolus vulgaris (L), identificadas vulgarmente como feijão preto (F. P) e feijão rajado (F. R) e uma de Vigna unguiculata (L.), vulgarmente chamada de feijão da colônia (F. C). O experimento foi realizado na Universidade Federal do Pará-UFPA, na sala LM-09, onde foi utilizado o balcão de estudos/experimento da sala para a deposição dos recipientes (unidades amostrais). Este experimento foi realizado com o objetivo de observar e estimar o tempo de germinação e desenvolvimento dos três tipos de feijões, tendo como perspectiva obter diferentes tempos de germinação e desenvolvimento dentre as espécies testadas. O processo de experimentação teve duração de 9 dias, e foram monitoradas oito unidades amostrais contendo distintas variedades de grãos. Ao término do experimento apenas a unidade experimental II (UA=II) não apresentou sucesso, apresentando características de ação de fungos. As unidades amostras restantes apresentaram grãos em processo inicial de germinação e outros plântulas.

PALAVRAS CHAVE: Phaseolus vulgaris, Vigna unguiculata, germinação


INTRODUÇÃO
Os grãos de feijão são de grande potencial nutritivo e que serve de alimento trivial para grande parte da população humana. Moura e Canniatti-Brazaca (2005), ressaltam que o feijão constitui a base alimentar para a maioria dos brasileiros, é uma fonte de proteína de baixo valor biológico, porém apresenta elevado teor de lisina, carboidratos complexos, além da presença de vitaminas do complexo B e ferro.
O seu cultivo já vem de tempos remotos. Há referências que na Grécia Antiga e no Império Romano, os feijões eram utilizados para votar (um feijão branco significava sim, e um feijão preto significava não). O prato "feijão com arroz" (ou "arroz-e-feijão") é um dos mais típicos dos lares brasileiros, acompanhado com alguma mistura.
Para as monoculturas de feijões estabelecerem-se com sucesso requer principalmente técnica, preparação do solo e sementes de qualidade. A salinização dos solos de regiões áridas e semiáridas é um fator que tem contribuído para a redução da produtividade agrícola (SOARES, 2004). É relevante ressaltar que o sucesso das culturas de feijão e o seu próprio poder nutricional pode estar ligado diretamente com o seu manejo e a qualidade do solo que estar inserida a cultura.
Kroncaet al., (2000), afirma que as sementes de alta qualidade possuem boa capacidade para germinar, emergir, produzir uma população adequada de plantas vigorosas e saudáveis, facilitando a implantação das culturas, a qualidade fisiológica indica a capacidade das sementes germinarem e estabelecerem uma população adequada de plantas.
Atualmente muitos agricultores já contam com serviços e tecnologias de ponta em prol a obtenção de culturas de feijão altamente produtiva e de qualidade, uma vez que o mercado configura-se exigente. Os programas de melhoramento genético do feijoeiro visam obter variedades que representem alta produtividade, aliada a resistência às doenças, com produção de sementes possuindo forma, tamanho, cor e brilho aceitáveis pelo mercado (MESQUITA et al.,2005)
Ferreira et al., (2002), afirmam que nos últimos anos aumentaram os estudos sobre o agronegócio na economia nacional, onde as comodities e produtos com maior circulação no mercado internacional têm recebido maior atenção. Para que ocorra uma produção de feijão eficaz é interessante que aconteça o melhoramento dos instrumentos e métodos de cultivo, os investimentos atuais já são altos no ramo, para com isso poder competir dentro do mercado consumidor.
O objetivo de nosso experimento foi estimar o tempo de germinação das variedades de feijões de duas espécies: Phaseolus vulgaris, com as variedades preto e rajado, e Vigna unguiculata, com a variedade colônia.

MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado na sala LM-09,do Instituto de Ciências Biológicas na Universidade Federal do Pará UFPA, no período de 19/07/2011 a 27/07/2011, com a duração de nove dias. Os grãos foram de duas espécies Phaseolus vulgaris (variedades preto e rajado) e Vigna unguiculata (feijão-da-colônia ou caupi)em um total de 3 tipos de feijões.
O cultivo dos grãos foram feitos em oito pequenos copos de polietileno (descartáveis )de 50 ml, forrados com porções de algodão, cada um dos potes representou uma unidade amostral (UA) , e foram organizados da seguinte forma: UA01 somente grãos de feijão rajado (F.R),UA02 somente grãos de feijão preto (F.P),UA03: somente feijão da colônia (F.C).A unidade amostral quatro (UA04) continha grãos dos três tipos de feijão. A unidade amostral cinco (UA05) continha grãos de F.P e F.C, enquanto que na UA06 foram depositados uma grande quantidade de grãos dos três tipos. A UA07 apresentava combinações de F.P e F.R., enquanto que UA08 combinação de F.R e F.C(Fig. 1).


Figura 1? Representação das unidades amostrais (UA) do experimento realizado em julho de 2011 na LM-09 na Universidade Federal do Pará

O processo de germinação só se inicia em condições de umidade satisfatórias, e a limitação da disponibilidade de água durante esse período frequentemente determina o insucesso da implantação (MAGALHÃES & CARELI, 1972).
Durante os nove dias de experimento as unidades amostrais (UA) foram regadas sempre que necessário, menos nos dias 22,23 e 24, por não ter sido possível visitar a área de cultivo. No 4º dia as unidades experimentais foram transferidas para um ambiente natural onde permaneceram por 5 horas, visto que a maior parte do experimento foi executado em um ambiente fechado com temperaturas e iluminação semi-controlados.
As condições climáticas do local do experimento apresentou ao longo dos dias de experiências uma temperatura em média de 25Cº, tendo como base essa média de temperatura, as condições de regada e a qualidade dos grãos, esperou-se plantas jovens, saudáveis e abundantes.
De acordo com a citação feita por Neto, (2003), a qualidade da semente é definida como sendo o somatório de todos os atributos genéticos, fisiológicos e sanitários, os quais influenciam a capacidade de originar plantas de alta capacidade produtiva.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Visualmente os grãos de Phaseolusvulgarise Vigna unguiculata utilizados no experimento foram de boa qualidade, sendo esses grãos comprados em um supermercado da área metropolitana de Belém, PA. A semente de feijão é dividida por classes de formas a mostrar as diferenças em qualidade. A qualidade é medida através da viabilidade, se a semente é pura, esta suficientemente seca e insensatas de doenças (DAVID, 1998). As variedades foram distribuídas e permaneceram até o final do experimento em pequenos potes descartáveis (Tabela 1)

Tabela 1 - Número e distribuição de grãos por unidade experimental com suas respectivas variedades.
Unidade Amostral(UA) Nº de grãos por UA Variedades por UA
UA01 4 Feijão Rajado (P. vulgaris)
UA02 4 Feijão Preto (P. vulgaris)
UA03 4 Feijão-da-colônia (V. unguiculata)
UA04 6 Rajado, Preto e Colônia
UA05 4 Preto e Colônia
UA06 12 Todas as variedades
UA07 4 Preto e Rajado
UA08 4 Rajado e Colônia

Nos resultados observados após 9 dias de experimentos obtivemos grande um significante número de grãos germinados, dessa forma, apenas a unidade de amostra 1 não apresentou sucesso com a variedade FP (feijão preto) (Figura 2). Neto et al., (2003) destaca que, a cultura do feijoeiro assim como as demais culturas, está sujeita à vários fatores que, direta ou indiretamente interferem na sua capacidade produtiva.




















Figura 2 ? Germinação de grãos de feijões após 9 dias de experimento realizado na sala LM 9 , na Universidade Federal do Pará.

Durante todo o período de monitoramento do experimento, percebeu-se que no segundo dia a variedade F. C (feijão da colônia), deu inicio ao processo de germinação, assim, portanto, no último dia do experimento a referida variedade já apresentava caule e folhas bem desenvolvidos em relação às outras variedades, apresentando caules com tamanho médio de 8,5 cm de altura e folhas com tamanho médio de 3 cm de comprimento.
A observação e registros feitos durante os dias de experimentos apresentam as seguintes informações em relação ao clima do ambiente: 1º dia , temperatura em torno de 23Cº e luminosidade relativamente baixa; 2º dia temperatura média em torno de 25Cº e luminosidade no período da manhã média e período da tarde baixa; 3º dia temperatura em torno de 23Cº e luminosidade boa, tanto no período da manhã, quanto no período da tarde, já no 4º, 5º, 6º, 7º e 8º dia a temperatura apresenta oscilação em uma média 23Cº-25Cº, com luminosidade boa pela manhã e amena pelo período da tarde.
E assim, no 9º e último dia do experimento foi observado na UA04 a presença de larvas nos grãos de feijão da colônia e fungos no feijão preto.
A temperatura e luminosidade são de fato fatores físicos, com grande grau de influência para o processo de germinação das espécies, contudo foi possível obter sucesso no processo (Tabeal 2).

Tabela 2- Número e variedades por unidades amostrais e a porcentagem que obtiveram sucesso no experimento.
Unidades amostrais (UA) Nº de grãos e variedades que germinaram Variedades de grãos por UA que germinaram (%) de grãos que germinaram
UA01 3 (F. C) F.R=UAI
UA02 0 F.P=UAII
UA03 3 (F. C) F.C=UAIII
UA04 3 (1 F.C e 2 F. R ) F.C e F.R=UAIV
UA05 1 (F. C) F.C e F.C=UAV 50%
UA06 6 (2F. R e 4F.C) F.P, F. R e F. C=UAVI
UA07 2 (F. R) F.P e F.R=UAVII
UA08 2 (F. C) F. C E F. R=UAVIII

De acordo com o demonstrativo da tabela acima percebe-se uma proporção de 50 % de grãos germinados, de um total de 40 sementes para as variedades de F. C (feijão colônia) e F. R (feijão rajado). Haja, vista os resultados obtidos em relação ao tempo de germinação e desenvolvimento das variedades apresentaram diferenças significantes, quando tomamos como base a variedade F. C (feijão da colônia), que apresentou sinal de geminação logo no segundo dia em relação a variedade F. R (feijão rajado) que, só começou a germinar no 3º dia do experimento. Portanto concluímos que as variedades tidas como objetos de experimentos diferem no tempo de germinação e desenvolvimento em condições não naturais tal qual foram submetidas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.


DELOUCHE, J. C. Qualidade e Desempenho da Semente. Seed News. Disponível em http//:
www.seednews.inf.br. Acesso em 30.10.2005.
DAVID, S. 1998. Produção semente de feijão comum: manuais para pequenos produtores de semente. Manual 1. Rede sobre Investigação de feijão em África. Ocasional Publications Series. Nº 29. CIAT, Kampala, Uganda.

MAGALHÃES, A. C. & CARRELLI, M. L. 1972. Nota nº 5. Estudantes de Agronomia.
MOURA, N.C. & CANNIATTI-BRAZACA, S. G.2005. Avaliação da disponibilidade de ferro de feijão comum (Phaseolus vulgaris) em comparação com carne bovina.Ciência Tecnologia Alimentar, Campinas, 26(2):270-276.

NETO, M. C. O; REIS, R.C & DEVILLA, I.A. 2003. Propriedades físicas de sementes de feijão ( Phaseolus vulgaris L.) Variedade "EMGOPA 201-OURO". Mestrandos em Engenharia Agricola. UnUCET-UEG


SILVA,C. G; KRONCA,Z.A; BRINGEL, M. J.J. & GOMES, P. E. 2000. Germinação de sementes de feijão (Vigna unguiculata)oriundas dos estados da Paraíba, Ceará, Piauí e Maranhão.

SOUZA, C.M.A.; Queiroz, D.M.; Mantovani, E.C.; Cecon, P.R. Efeito da colheita mecanizada sobre a qualidade de sementes de feijão (Phaseolus vulgaris L.). Revista Brasileira de Armazenamento, Viçosa, v.27, n.1, p.21-29, 2002.

SOARES, D. F. Germinação de duas variedades de feijão (Phaseolus vulgaris L.) em resposta a sete níveis de salinidades. 2004.

MESQUITA, F. R.; CORRÊA, A. D.; ABREU, C. M. P.; LIMA, R. A. Z. & ABREU. A. B. 2005. Linhagens de feijão (Phaseolus vulgaris L.): Composição Química e DigestibilidadeProtéica. Ciência Agrotéc., Lavras, v. 31, n. 4, p. 1114-1121.


























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Autor: Madilson Da Costa Felinto


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