Muro de Pedras



Dedico este poema à nós!
Ao que o mundo fez de nós!
Dedico-o também às pessoas que vivem presas nos moldes
da sociedade, da ganância e da maldade.
Dedico àqueles que se deixam ser manipulados como nós.
Robotizados, rastreados, engolidos e vomitados à mercê de conceitos obsoletos, destituídos de lógica trazidos ao longo de nossa história.
Quero destruí-los com o coração e a mente sedenta de liberdade de expressão.
Minha vida! Tua vida! Nossa vida!
Nossa história!
Onde estamos nós?
O que fizeram de nós?
Dedico-o aos pobres de espírito que caminham seu caminho como máquinas, tentando encontrar respostas e vivendo subjugados aos preceitos trazidos de fábrica.
Dedico-o às nossas deficiências não humanas e traumáticas!
Dedico à todos os nossos Judas!
Imoralizados, Imortalizados!
Dedico à falta de perdão, de amizade, de companheirismo que encontro nos olhares de meus irmãos no meu dia.
Dia esse que sufoca, atormenta, acorrentou e acorrenta você à minha vida!
Porém, morre despedaçado pelos meus próprios conceitos.


Quero ser livre!
Pura, Livre, e Feliz!
Quero ser menina e novamente brincar de Ioião!
Dedico-o principalmente a mim mesma!
Coração quebrado! Sedento de emoção!
Mas banhado pela razão!
Banhado pela alegria da quebra de todos os grilhões que definem a realidade ? não minha!
Quero gritar! Gritar o desejo de ser livre para pensar, programar, me programar!

Quero abrir os braços sentindo a chuva.
Quero poder pisar descalça, cantar.
Amar na relva, dormir no campo de mãos dadas com aquele que me desnuda com o olhar.
Sem censura, sem pudor, sem rancor, sem desamor!
Quero subir nas árvores e comer a maçã.
Uma, duas, dez vezes se eu quiser.
Sem culpa e sem medo da cobra.
Quero ser eu!

Quero beijar seus lábios profundamente e sentir você...
O seu desespero de amar eu quero ver.
Vou com calma e com alma! Temos tempo!
Todo tempo do mundo!
Quero ver seus olhos inflamados no momento do êxtase.
Calar teu grito com minha boca!
E descansar depois do amor, solta, dentro do seu olhar.
Doce! Calmo! Sereno!
Olhar seus olhos profundos e me encontrar neles.
Transmutar! Crescer! Rir e rodopiar! Sem medo de ser feliz!
Vem!
Vem quebrar este muro de pedras que nos separa.
Que separa a morte da vida! A tristeza, da alegria!
Solta essa voz presa na garganta, calada pelos mesmos medos de uma consciência coletiva, que vaga pelo mundo solta, como alma penada que não sabe aonde ir.
Vem! Vem!
Me dê sua mão! Vamos voar! Vamos sonhar!
Toca em mim bem devagar. Bem devagar!
Me faz sentir! Me deixa te sentir!
Sente a energia pura e linda que dança entre nós.
Vem!
Nem que seja pela eternidade de um momento, ou ter o amor, prosseguimento.
Vem!
Deixa-me descansar em teus braços,
Nua, real e profunda!.
E da estrela então, teremos um pedaço.

E do muro de pedras, no amanhã,
Existirá somente o traço!


Autor: Gracia Tristão


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