Falando de Sexo com Adolescentes



Os adolescentes estão descobrindo a sexualidade e os limites do próprio corpo, cada vez mais cedo. Eles precisam falar e discutir sobre sexo, mas sentem-se inseguros e sem ter com quem dividir um assunto tão importante.

Desde bebês, sentimos prazer em tocar o próprio corpo e descobrir as diferentes sensações que ele nos proporciona. Fingir que as crianças não passam por esse processo é negar a realidade. O sexo é parte da vida das pessoas e é por essa razão que a escola e a família devem ajudar a construir nos pequenos uma visão sem mitos, sem preconceitos. "Esse é um tema que envolve sentimentos e desejos e, portanto, não pode ser abordado só com explicações sobre o funcionamento do aparelho reprodutor e palestras médicas. A orientação sexual deve ser feita com afeto", afirma Antonio Carlos Egypto, psicólogo e coordenador do Grupo de Trabalho e Pesquisa em Orientação Sexual (GTPOS), em São Paulo.

Quando a criança chega à adolescência, os pais cobram muito a sua postura, o seu comportamento, mas se esquecem de que não falaram sobre as transformações que estão acontecendo com seu corpo. A falta de informação aos adolescentes faz com que eles criem expectativas e queiram fazer descobertas com pessoas desinformadas.

Os pais ficam inibidos e constrangidos em falar sobre sexo com os filhos. Se a família não se sente a vontade para falar sobre sexo, é mais do que natural que procure ajuda com um profissional na escola ou mesmo em um consultório. O importante é deixar claro para a adolescente as transformações que estão ocorrendo com o seu corpo e como ela deve se cuidar para não engravidar na hora errada. As doenças sexualmente transmitidas e as formas de contágios também são assuntos que devem ser abordados com freqüência para não deixar nossa juventude desinformada. Daí como cobrar se não fomos capazes de informar?

Uma educação sexual adequada reduz os índices de doenças sexualmente transmissíveis e gravidez na adolescência, como comprova pesquisa da Unesco realizada em 420 escolas de Ensino Fundamental e Médio de 14 cidades brasileiras. E mais: informar-se sobre sexo seguro e práticas sexuais é um dos primeiros passos para garantir também uma vida mais feliz.

É um mito acreditar que, ao falar sobre sexo, estamos estimulando o aluno a iniciar-se na prática. Pesquisas comprovam que o jovem que recebe educação sexual na escola costuma adiar sua primeira vez ou, pelo menos, fazê-la de forma mais consciente e responsável.

Educar é transmitir conhecimentos, para que no futuro, nossos adolescentes tomem as decisões na hora certa, sabendo o que estão fazendo e sem medo de errar.

Educar é um ato de amor.

Edna Paixão - Pedagoga, Psicopedagoga, diretora do Centro Educacional Andre Luiz


Autor: Edna Paixao


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