O conhecimento como forma de interpretar a realidade: O senso Comum e Conhecimento Científico



O conhecimento
- conhecimento ou cognição, é um processo que engloba um conjunto de atividades através dos quais o sujeito organiza e procura significações para a informação obtida.
- conhecer é abstrair idéias, dados e informações referentes a um objeto.
Podemos dividir as representações cognitivas da realidade (conhecimento) em dois tipos: o conhecimento espontâneo e o conhecimento científico.

Conhecimento espontâneo
- é a nossa primeira forma de compreender o mundo, é o modo mais elementar de conhecimento, todos possuem
- é também chamado de senso comum
- resulta da organização espontânea da razão
- é adquirido no cotidiano resolvendo problemas
- é crença não justificada, pois, aceita uma explicação sem a questionar
- apóia-se na tradição e na experiência coletiva e não na investigação
- nasce da atividade sensível (simples observação dos sentidos)
- é subjetivo, pois baseia-se apenas nas opiniões e crenças pessoais.
- faz generalizações apressadas, pois, as conclusões são retiradas da análise de um pequeno número de amostras. Acaba-se, equivocadamente, concluindo para todos os objetos aquilo que só vale para um ou para o grupo observado, o particular é indicado como universal.
- é presa das aparências visto ser incapaz de estabelecer relações entre fenômenos, como por exemplo, a relação entre a Lua e as marés.
- nem sempre é "errado" pois por meio dele conseguimos sobreviver no dia-a-dia, porém, há momentos que torna-se uma forma muito limitada de conhecimento.
- é um conhecimento não refletido e acrítico por isso nesse tipo de conhecimento há grande possibilidade do sujeito cair no preconceito quanto as análises dos fatos.
- constrói verdades absolutas nem sempre de acordo com evidências e a verdade sobre os acontecimentos.
- não fornece a explicação nem permite a compreensão da verdadeira natureza da realidade.
- Busca uma aplicação prática de seu conhecimento, buscando sempre resultados e benefícios imediatos.

Conhecimento científico
- parte da postura cética diante da realidade (não o ceticismo radical)duvida e procura justificar as crenças (atitude crítica)
- é uma interpretação lógico-racional dos dados.
-baseia suas conclusões apenas em evidências.
- combina invenção, lógica, matemática e experimentação, pois é um conjunto de procedimentos repetíveis.
- é um conhecimento racional (crença justificada)
- usa métodos rigorosos e formula hipóteses testáveis.
- utiliza raciocínios, provas e demonstrações para obter conclusões rigorosas acerca do funcionamento da natureza.
- é objetivo, pois, suas observações independem das opiniões pessoais, e deverá conseguir que as conclusões obtidas possam ser verificadas por qualquer outro membro da comunidade científica, visto que a sua racionalidade procura eliminar a influência do emocional. Para tal ela utiliza uma linguagem rigorosa, cujos conceitos são estabelecidos a fim de evitar desentendimentos. Esta linguagem é muito precisa e utiliza-se da matemática para transformar qualidades em quantidades.
- possui a característica da verificabilidade, pois as hipóteses que não podem ser comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência.
- embora sua aplicação prática seja inegável, sua intenção com a investigação é a de compreender a estrutura causal do mundo; compreender de que modo funciona a natureza.
- é falível e provisório, pois, suas teorias são válidas enquanto não surgem novas evidências para determinado fenômeno.
- é a forma mais rigorosa de conhecimento da humanidade, porém, mesmo assim é provisório, pois depende das evidências.
- É uma interpretação da realidade pois:
a) o conhecimento científico não traduz a realidade tal como ela é em si mesma, nem é a única maneira de enquadrar a realidade.
b) nos fornece uma visão da realidade segundo a perspectiva da razão, que vê a vasta ordem do universo, matéria viva e inanimada, como um sistema material governado por regras que a mente humana pode aprender.
HÁ MAIS FORMAS DE INTERPRETAR A REALIDADE:
- a visão científica do mundo não responde a todas as nossas preocupações: "mostra-nos o que existe, mas não o que fazer com isto".
- todas as interpretações têm origem na curiosidade perante o mundo ena procura de sentido para a existência.

Autor: Mauricio Bueno Da Rosa


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