METODOLOGIAS UTILIZADAS NA CLASSE HOSPITALAR (Neusa Amorim)



METODOLOGIAS UTILIZADAS NA CLASSE HOSPITALAR Na classe hospitalar as atividades aplicadas aos alunos devem condizer com as que o mesmo estaria realizando caso não estivesse hospitalizado, e corresponder também à faixa-etária do aluno. Devido a circunstâncias em que se encontram, doentes, em tratamento e possivelmente debilitados, o professor deverá utilizar uma metodologia flexível. Diante disso Matos; Muggiati (2008, p. 101) ressaltam que: [...] a assistência pedagógica na hospitalização, sugere uma ação educativa que se adapta ás manifestações de cada criança/ adolescente, em diferentes circunstancias, nos enfoques didáticos, metodológicos, lúdicos e pessoais. Neste sentido ela apresenta, em todos os momentos, um alto grau de flexibilidade e adaptabilidade às estruturas. Dessa forma, sugere-se que o professor utilize procedimentos metodológicos flexíveis, pois poderá ocorrer a necessidade de alterar conteúdos, plano de aula ou até mesmo suspendê-los dependendo do quadro clínico do aluno enquanto paciente, por isso, a necessidade da prática educativa hospitalar ser baseada em metodologia que possibilite inúmeras possibilidades e adaptações, já que estes alunos também poderão apresentar um quadro clínico de melhora. De acordo com Brasil (2002, p. 17): "a oferta curricular ou didático-pedagógica deverá ser flexibilizada de forma que contribua com a promoção de saúde e ao melhor retorno e/ou continuidade dos estudos pelos educandos envolvidos", ou seja, uma metodologia que respeite a limitação que os problemas de saúde causou nestes alunos e ao mesmo tempo favoreça a aprendizagem visando o retorno destes a escola regular. Observa-se, que o docente não deverá preocupar-se excessivamente com os métodos ou prender-se em quantidade de conteúdos a serem aplicados, pois, de acordo com Cury (2003, p. 64): "professores fascinantes possuem sensibilidade", a qual entende-se que deve permear as práticas de todo educador, principalmente do pedagogo hospitalar, que lida com alunos que vivenciam um momento delicado em suas vidas. Diante do exposto, e considerando a necessidade de humanização no atendimento pedagógico de alunos hospitalizados, é importante ver o olhar de Matos; Muggiati (2008, p. 73), quanto ao que afirmam sobre a Pedagogia Hospitalar: Propõe um trabalho não somente de oferecer continuidade de instrução. Ele vai além, quando realiza a integração do escolar hospitalizado, prestando ajuda não só na escolaridade e na hospitalização, mas em todos os aspectos decorrentes do afastamento necessário do seu cotidiano e do processo, por vezes, traumático da internação. As autoras sugerem que o trabalho educativo hospitalar vai além da transmissão de conteúdos, pode inclusive contribuir no sentido de minimizar os traumas causados pela interrupção do convívio social. Sabe-se que o processo de internação, geralmente, é acompanhado de vários fatores negativos, como traumas, insegurança, medo da morte, falta do convívio familiar e outros. Nesse sentido, a prática educativa pode trazer o benefício de amenizar estes aspectos negativos. Além disso, outros aspectos precisam ser observados, conforme Justi; Fonseca; Souza (2011, p. 18): É necessário entendermos que, no espaço escolar hospitalar, é possível refletir e aprender sobre uma serie de questões pertinentes não apenas à escolaridade da criança doente, mas também à qualificação profissional do docente, à organização do espaço físico e da dinâmica de funcionamento, ao planejamento e ao registro do trabalho desenvolvido nessa modalidade de ensino, que se mostra rica de possibilidades para que os processos de desenvolvimento e de aprendizagem se aperfeiçoem e o conhecimento se construa. Cada aspecto, citado pelas autoras, é essencial no trabalho educativo realizado no ambiente hospitalar uma vez que se faz necessário que a metodologia seja flexível, pois os alunos enquanto hospitalizados estão limitados, por isso nem sempre será possível desenvolver o plano de aula na íntegra. Conforme Justi; Fonseca; Souza (2011, p. 42): "É preciso lembrar que nem sempre o professor conseguirá atingir os objetivos propostos, por vezes havendo necessidade de reformular sua abordagem por meio de uma flexibilização do planejamento", para que não prejudique o estado de saúde do aluno. O registro desse trabalho é muito importante, pois através deste, será possível verificar o progresso destes alunos individualmente, podendo ser útil também no momento de saída do hospital, ao ser entregue à escola de origem destes alunos. Além disso Justi; Fonseca; Souza (2011, p. 19) ressaltam que: "o exercício diário de planejamento, observação, registro e reflexão sobre o trabalho realizado com o aluno é aquilo de que o professor precisa quando busca aperfeiçoamento em sua atuação profissional", ou seja, a partir dessas ações terá a oportunidade de melhorar sua prática. Para citar este trabalho: AMORIM, Neusa da Silva. A PEDAGOGIA HOSPITALAR ENQUANTO PRÁTICA INCLUSIVA. Porto Velho, 2011. disponível em: Para conhecer este trabalho na íntegra ou outras obras da autora envie email para: [email protected]
Autor: Neusa Amorim


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