O virtual e o impresso na formação de leitores



A tecnologia vem modificando nossa vida rapidamente. Se antes o fogão a lenha era prioridade, hoje fogões a gás, fornos elétricos e microondas são indispensáveis. Substituímos as lamparinas por luz elétrica, os telegramas e cartas por fax, e ? mails, celulares, blogs, twitters, facebook, etc. As culturas estão fundindo-se tamanha a facilidade de interagir com inúmeras pessoas de lugares diferentes e línguas diversas. Neste contexto é essencial que a educação reconheça e se abasteça desta nova maneira de comunicar-se, para que o próprio ensino não caia no esquecimento. A enfadonha arte de apenas ouvir a mesma voz durante horas está ameaçada pelos toques de celulares, os fones de ouvido, notebooks, etc.
Os alunos estão usando as tecnologias fora da sala de aula, e quando adentram na escola supostamente desejam encontrar também ali a dinamicidade tecnológica vistas nas ruas e em casa.
A internet é o caminho para a renovação pedagógica e é necessário que estejamos aptos a repensar nossas práticas, nos desafiando a também aprender, fazendo com que a sala de aula não seja um espaço isolado do mundo.
A cada geração os brasileiros lêem menos enquanto jogam, telefonam e teclam mais. É fato que tudo isso não deixa de ser um modo de leitura, no entanto o que está faltando é a leitura centrada na própria leitura, a comunicação efetiva do eu ? leitor com o eu ? autor, a interpretação e o recriar de uma arte, transportando-a neste processo a outras artes. O que temos na grande maioria são reprodutores e assimiladores em massa.
Segundo informações obtidas do site http://www.teens180.com os jovens do Brasil são os que menos lêem livros impressos em uma pesquisa que envolveu 65 países.
"(...) somos o país onde as crianças têm menos livros em casa. É o que mostra um levantamento inédito do Movimento Todos Pela Educação, com base no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) de 2010, que analisou 65 países. Cerca de 39% dos estudantes brasileiros declararam possuir, no máximo, dez obras literárias. (...) O índice brasileiro é pior que o de estudantes de outros países latino-americanos, como Argentina, México e Colômbia. Entre os que afirmam ter mais de 200 livros, estamos em penúltimo lugar (1,9%), perdendo apenas para a Tunísia (1,7%)."
Fonte: http://www.teens180.com/noticias/jovens-brasileiros-sao-os-que-menos-leem-dentre-65-paises-9464.html
Acesso em 29 de abril de 2011
Por outro lado, segundo informação do jornal "Folha de São Paulo", extraída do endereço http://www.castrodigital.com.br/2011/03/brasil-pais-le-mais-blogs-mundo.html o Brasil é o país que mais lê blogs no mundo. "Segundo a comScore, 71% dos internautas brasileiros acessaram blogs em 2010. A média mundial é de 50%."
Acesso em 29 de abril de 2011
As mídias devem estar cada vez mais incorporadas nas escolas para que os alunos e também os educadores aprendam a ler e escrever, expressando-se por meio delas e através delas, disseminando assim o conhecimento.
Isso tudo não deixa de ser um desafio, mas é necessário reinventar a sala de aula, pois a cibercultura tem modificado a cultura e o professor deve estar "antenado" a essa mudança de paradigmas relacionados à informação e comunicação para saber como criar situações para desafiar seus alunos a evoluir neste tempo digital.
A forma como é apresentada a leitura muitas vezes favorece para que o aluno não se sinta atraído, porém, vale salientar que também na maioria dos casos relacionados ao uso das tecnologias em sala de aula acontece o mesmo problema, não há imaginação para usufruir dos instrumentos disponíveis.
Se o alunado não está inserido em um ambiente familiar que lê, cabe a escola fazer com que o aluno leve este hábito para casa.
Andreia Apª Detogni

Autor: Andreia Aparecida Detogni


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