PÉ DIABETICO



PÉ DIABETICO
1- CONCEITO:
É o conjunto de alterações ocorridas no pé do portador de DM, decorrentes de neuropatias, micro e macrovasculopatias e aumento da susceptibilidade a infecção, devido às alterações biomecânicas, que levam a deformidades. A neuropatia leva a uma insensibilidade, isto é, à perda da sensação protetora e, subseqüentemente, à deformidade do pé, com a possibilidade de desenvolver uma marcha anormal.
2- CLASSIFICAÇÕES:
a) Neuropatias
b) Angiopatia
c) Infecções

3- FATORES DE RISCO
a) Alterações da circulação sangüínea
b) Sapatos inadequados
c) Unhas encravadas
d) Calosidade
e) Fissuras
f) Deformidades (joanetes, dedos em forma de martelo, sobrepostos e em garras, proeminência de cabeças dos metatarsos.

4- INSPEÇÃO/ MONOFILAMENTO: Devem ser testados nove pontos na região plantar e um na dorsal. Na região plantar: 1º, 3º e 5º dedos; 1ª, 3ª e 5ª cabeças metatarsianos; regiões laterais do meio pé e na região dorsal entre 1º e 2º dedos.

A incapacidade do paciente de sentir o filamento de 10 g em quatro ou mais pontos, entre os dez pontos testados a ausência de proteção nos pés.
Como usar o monofilamento:
? Mostre o filamento ao paciente e aplique-o em sua mão para que reconheça o tipo de estímulo.
? Solicite ao paciente para manter os olhos fechados durante o teste.
? Peça ao paciente para prestar atenção e simplesmente responder "sim" ao sentir o filamento.
? Ao aplicar o monofilamento, mantenha-o perpendicularmente à superfície testada, a uma distância de 1-2 cm; com um movimento suave, faça-o curvar-se sobre a pele e retire-o. A duração total do procedimento, do contato com a pele e da remoção do monofilamento, não deve exceder dois segundos
? Se o monofilamento escorregar pelo lado, desconsidere a eventual resposta do paciente e teste o mesmo local novamente mais tarde
? Use uma seqüência ao acaso nos locais de teste
? Havendo áreas ulceradas, necróticas, cicatriciais ou hiperceratóticas, teste o perímetro da mesma
? Se o paciente não responder à aplicação do filamento num determinado local, continue a seqüência randômica e volte posteriormente àquele local para confirmar.
? Demorará algum tempo para que as pessoas idosas se orientem para o que está sendo feito. Evitar perguntar sobre a sensibilidade do monofilamento no local para não induzir a resposta. Na presença de calos/calosidades, avaliar a região circundante, pois os pacientes provavelmente não sentirão o monofilamento nestas regiões.

5- CONDUTA DO ENFERMEIRO É FEITA DURANTE A CONSULTA DE ENFERMAGEM ORIENTANDO O PACIENTE A FAZER:

a) Sem risco adicional: Elaborar um plano individualizado de manejo que inclua orientações sobre cuidados com os pés.

b) Em risco: Agendar consultas de revisão a cada 6 meses com uma equipe multidisciplinar capacitada para manejar o pé diabético. Em cada consulta deve-se:
? Inspecionar ambos os pés - assegurar cuidado de problemas identificados quando indicado.
? Avaliar os calçados que o paciente usa- fornecer orientações adequadas.
? Aprimorar os conhecimentos do paciente sobre como cuidar do seu pé diabético
c) Alto risco: Agendar consultas de revisão a cada 3-6 meses com uma equipe multidisciplinar capacitada para manejar o pé diabético. Em cada consulta deve-se:
?Fazer orientações quanto ao uso de sapatos especiais quando indicado.
? Considerar a necessidade de avaliação vascular ou encaminhamento para especialista, avaliar e assegurar o fornecimento de uma orientação mais intensiva sobre cuidados com o pé diabético.
d) Com presença de ulceração ou infecção: Encaminhar para uma equipe multidisciplinar de atenção ao pé diabético em um prazo de 24 horas para manejar adequadamente os ferimentos, com curativo e desbridamento conforme indicado:
? Avaliar a indicação de antibioticoterapia sistêmica para celulite ou infecção óssea; o tratamento de primeira linha consiste em penicilinas genéricas, macrolídeos, clindamicina e/ou metronidazol, conforme indicado, e ciprofloxacina ou amoxicilina-clavulanato como antibióticos de segunda linha.
? Sondar o comprometimento do osso para a suspeita de osteomielite, incluído radiologia e imagens, ressonância magnética e biópsia quando indicados.
? Assegurar um controle adequado de glicemia.
? Encaminhar para cuidados especiais (podólogo e sapatos ortopédicos), e uma discussão individualizada sobre a prevenção de recorrências, após a úlcera ter cicatrizado.
Orientações educacionais básicas para o auto-cuidados dos pés.
? Examinar os pés diariamente, se necessário pedir ajuda a familiar ou usar espelho.
? Avisar o médico se tiver calos, rachaduras, alterações de cor ou úlceras.
? Vestir sempre meias limpas, preferencialmente de lã, algodão, sem elástico.
? Calçar sapatos que não apertem, de couro macio ou tecido, não usar sapatos sem meias.
? Sapatos novos devem ser usados aos poucos, usar inicialmente em casa por algumas horas por dia.
? Nunca andar descalço mesmo em casa.
? Lavar os pés diariamente, com água morna e sabão neutro, evitar água quente, secar bem os pés, especialmente entre os dedos.
? Após lavar os pés, usar um creme hidratante á base de lanolina, vaselina liquida ou glicerina, Não usar entre os dedos
? Cortar as unhas de forma reta, horizontalmente.
? Não remover calos ou unhas encravadas em casa; procurar equipe de saúde para orientação.

REFERÊNCIA
BRSIL. Cadernos de Atenção Básica Nº 16: Diabetes Mellitus. BRASILIA ? DF. 2006, p.39- 43.



Autor: Valneide Alexandrino Dos Santos


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