Um partido verdadeiramente republicano



O nome das pessoas e coisas sempre teve uma importância fundamental para designá-las e diferenciá-las, mesmo das coisas e pessoas que tenham a mesma essência. O nome individualiza, e serve para definir o sujeito ao qual ele foi imposto, de maneira que o nome era considerado até sagrado. Não se podia deixar que o inimigo descobrisse seu nome, pois se acreditava que a partir dele poder-se-ia enfeitiçar seu dono. Na religião judaica antiga o nome guardava importância especial, pois o nome de Deus seria impronunciável, e até hoje entre os judeus existe o costume respeitoso de se dirigir à pessoa de Deus escrevendo D´us, pois, conforme o Decálogo, o nome de Deus é sagrado. O nome nos é imposto religiosamente no momento mais importante da vida cristã ? o batizado. Os monges mudam seu nome, quando iniciam oficialmente sua nova vida religiosa, e não se pode mudar o nome de um barco, pois, de acordo com a superstição popular (que é uma crendice, mas expressa a cultura do povo), o barco afundaria.

Uma prova de que o nome quase sempre guarda relação com a pessoa ou instituição ao qual ele foi imposto é o querido Partido da República, mais conhecido como PR. Desde a sua fundação é um partido que guarda com fidedignidade as suas origem bem republicanas.

Surgido em 2006, ele não foi fruto de uma ideologia ou de um posicionamento frente ao espectro político. Foi fruto da união de outros dois partidos supostamente de direita ? o Partido Liberal e o PRONA ? com o fim específico de driblar a cláusula de barreira e defenderem seus interesses nas comissões parlamentares. Tal quais os republicanos golpistas de 1889, começaram estes senhores as suas atividades de cunho altamente altruístico. Segundo os partidos que o fundaram e a sua própria definição, o partido no espectro político se coloca como "centro-direita", mas curiosamente apóiam um partido estritamente socialista, o PT (curioso, não?).

Ao longo destes poucos anos que testemunham sua existência, o Partido da República já honrou em muito sua denominação: utilizou o horário eleitoral gratuito para difamar a Monarquia Brasileira e atacar a pessoa do maior governante que já viveu nas Américas (Dom Pedro II), serviu de partido de aluguel para algumas personalidades políticas, como para o clã Garotinho aqui no Rio de Janeiro, o Sr. Valdemar da Costa Neto (que fez uma retirada "estratégica" do congresso na época do Mensalão) e o Sr. Blairo Maggi, no Mato Grosso do Sul. E como esquecer a alegria do partido, o Sr. Francisco Everardo Oliveira Silva, o Grande palhaço Tiririca!
Como não poderia ser diferente, este partido aliou-se ao grande expoente da política nacional, o imponente Partido dos Trabalhadores, com o fito exclusivo de colaborar "sem qualquer interesse" na campanha para alocar a preparadíssima Sra. Dilma Vana Roussef no Palácio do Planalto. Campanha esta, aliás, baseada exclusivamente nos predicados políticos desta experiente senhora, que já era aclamada como a sucessora do governo muito antes do restante da cúpula governista "tropeçar" nos mensalões, sem qualquer tipo de apoio e participação do humilde Sr. Luís Inácio da Silva, codnominado Lula. Em troca desta ajuda, o nobre partido da República recebeu algumas dádivas políticas, dentre as quais o Ministério dos Transportes.

Juro ao meu caro interlocutor que estas letras lê que eu gostaria de continuar o sarcasmo, mas neste ponto minha criatividade encontra limite. Este partido ao tomar conta do ministério dos transportes ocasionou a verdadeira vergonha (mais uma) da alta cúpula deste governo, que até o momento coleciona ministros caídos. Aliás, não demonstra possuir muita autoridade a Sra. Dilma, tendo em vista que até mesmo um de seus ministros (justamente o da Defesa, que comanda as Forças Armadas), Sr. Nelson Jobim, admitiu não ter votado nela, chamou-a de maneira velada de ignorante e idiota e afirmou que uma das ministras da presidentA é "fraquinha"... Mesmo que ela tenha o poder de exonerá-lo (o que eu creio que acabará acontecendo, pois tudo tem um limite), sua moral nunca mais será a mesma. Como um ministro admite que votou em outro candidato?! Este é o cúmulo da falta de comando e autoridade. Se esta senhora tinha alguma moral, a mesma está desaparecendo.

Voltando ao Ministério Republicano dos Transportes, o mesmo foi fruto das maiores acusações de corrupção do governo republicano pós-mensalão. E o interessante é que, apesar de tudo, e da empresa do filho do ministro (fundada com um patrimônio de 60 mil reais) ter pulado para um patrimônio de 50 milhões em cinco anos, o Ministro Alfredo Nascimento diz não saber de nada... é, este rapaz filho dele, nascido em 1984, deve ser um gênio de invejar Mark Zuckeberg, o criador do Facebook.

Como se encontrou em situação semelhante ao do "Batom na Cueca", conhecida dos adúlteros, se viu obrigado a entregar seu cargo e voltar ao Senado e à presidência de seu Partido Republicano! Pois é, apesar de todos os indícios que lhe demoveram um ministério, ainda pôde voltar a exercer a caderia de Senador ... da República (nada mais justo).

Como o ministério estava "loteado" em favor deste partido verdadeiramente republicano, a Sra. Dilma ficou numa situação interessante: deveria colocar na direção da sua pasta de transportes alguém deste partido (tal qual todo governante que deve favores eleitorais a oligarquias políticas, ao invés de buscar o nome mais capacitado para ocupar a pasta), mas só poderia nomear quem tivesse uma reputação ilibada. E veja só: NENHUM dos dirigentes do partido teria a ficha limpa de acusações e condenações. Que sinuca de bico ficou a presidente!

Ah! Desculpem, não fui justo. O PR, sim, tinha uma pessoa para indicar à presidenta, exemplo de honestidade e trabalhador, cujo nome inclusive foi cotado para o ministério: o TIRIRICA! Por se encontrar sem qualquer outro nome que pudesse indicar, a não ser de um palhaço, o PR "abdicou" de seu cargo no Ministério dos Transportes em favor da Sra. PresidentA, deixando-a livre para se sentir um Chefe de Governo que tem a liberdade de escolher quem pertencerá ao seu ministério.

Pois é. Este, como falei, é um partido que reflete a Ré Publica na qual se encontra a maior parte do Estado Republicano Brasileiro. Criado por interesses, composto por inteligentes corruptos e analfabetos despreparados, que loteiam os cargos públicos não de pessoas preparadas para tal, mas somente para atender a interesses político-partidários eleitoreiros, comandados ora por demagogos, ora por fantoches, salvo raríssimas exceções, que devem ser louvadas e reconhecidas.

Salve o Imperador. Salve o Brasil.

Rio de Janeiro, 04 de agosto de 2011.

Aloysio Telles de Moraes Netto.

Autor: Aloysio Telles De Moraes Netto


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