Laboratório hospitalar
Nesta edição de Saúde em Foco, foi possível acompanhar a rotina de unidades laboratoriais que atendem hospitais, na oportunidade entrevistamos o gestor de um grande laboratório, Emerson de Lima Taveira especializado em atendimento de alta complexidade.
Atualmente a rede que ele representa atende mais de 15 hospitais e serviços 24 horas, onde convivem diariamente com problemas que para a maior parte dos pacientes devem e passam despercebidos.
S.F. Qual a maior dificuldade em gerenciar laboratório de complexidade hospitalar?
E.L.T. Na verdade nosso maior problema esta no material humano, pois os profissionais não chegam prontos e com isso temos que refazer todo o processo de aprendizagem.
S.F.Onde buscam os profissionais?
E.L.T. De uma maneira geral cada laboratório tem seu banco de currículos, porém ao assumirmos um hospital recebemos também indicações de profissionais que já atuam nesta unidade e nestes casos só lapidamos os mesmos conforme nossas diretrizes.
S.F.Atualmente o senhor responde diretamente por quantos serviços?
E.L.T. É uma pergunta complexa, pois somamos mais de 15 serviços 24 horas e é humanamente impossível estar em todos eles ao mesmo tempo, assim cada unidade conta com um ou mais profissionais habilitados para uma determinada unidade (Supervisor) e eu assumo a função de coordenação geral me dirigindo tão somente aos supervisores de cada serviço.
S.F.Como é realizada esta coordenação?
E.L.T. Seguimos padrões pré-determinado pela nossa equipe de qualidade assim cada um sabe exatamente qual sua função e espaço, eu passo as orientações, ensinamentos e os auxilio na medida em que os problemas vão surgindo.
S.F.A rigor quais os problemas que as unidades enfrentam?
E.L.T. Além do já citado material humano, os laboratórios de hoje não são como antigamente, trabalhamos com orçamento altamente restrito, assim somos obrigados a depender de comodatos com isso além de nos preocupar com a qualidade dos exames realizados também temos que zelar pela escolha dos melhores parceiros.
S.F.Como o senhor vê as fusões sendo realizadas pelos grandes grupos de laboratório?
E.L.T. Vejo de forma saudável e abrindo as portas para os pequenos grupos, porém não podemos deixar monopolizar e isso preocupa muito os laboratórios de médio porte.
S.F.Mudando de assunto, como é sua rotina diária?
E.L.T. Tento seguir um padrão, porém como temos unidades em 3 (três) Estados é difícil prever quando os problemas vão acontecer. Tentamos na medida do possível seguir todos os padrões necessários de qualidade e manutenções, mas processos são sujeitos a falhas.
S.F.Família, perto das inúmeras unidades e situações sobra algum espaço?
E.L.T. Como disse anteriormente pago um preço muito alto pelas responsabilidade, ações e atitudes, hoje estou tentando separar um tempo para cada coisa e momento, não é fácil .
S.F.Para finalizarmos, ainda veremos laboratórios como antigamente, cheios de vidrarias, grandes microscópios e químicas?
E.L.T. Não, definitivamente não, pesquisadores ainda utilizam técnicas primarias para chegarem a algum resultado. Hoje somos espectadores de maquinas fantásticas que por varias vezes se comunicam conosco, mas o essencial ainda nos pertence,o julgamento do certo ou errado. Devemos e sempre teremos que ter conhecimento técnico e cientifico para determinar se o resultado é o esperado e se houve falhas no processo...
Entrevista com Emerson de Lima Taveira, coordenador de equipe de atendimento laboratorial em âmbito hospitalar (02 de Agosto de 2.011).
Credito - Camila Ugarte SF
Autor: Emerson De Lima Taveira
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