ASPECTOS GERAIS DA OSTEOPOROSE: Prevalência em idosos de Manaus
UNIVERSIDADE ABERTA DA TERCEIRA IDADE - UNATI
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GERONTOLOGIA E SAÚDE DO IDOSO
Maria de Fátima Falcão da Silva1
Aidalina do Nascimento Costa2
Euler Ribeiro3
ASPECTOS GERAIS DA OSTEOPOROSE: Prevalência em idosos de Manaus
Manaus, Julho de 2009
_______________________________
Assistente Social ? Muraki/UEA ? Pós-graduanda do curso de Gerontologia em Saúde do Idoso da UNATI/UEA. Rua: Recife, Conjunto: Murici, Q/E, Casa: 21/ Fone: 3236-8779/ 3648-7781/8407-3023.
Endocrinologista e Pós-graduanda do curso de gerontologia em saúde do idoso da UNATI/UEA.
Professor, Doutor em Gerontologia e Diretor da Universidade da Terceira Idade ? UNATI/UEA.
RESUMO
O presente artigo discorre sobre os aspectos gerais da osteoporose, sua importância crescente no Brasil e quais suas complicações. Por ser uma doença crônica, multifatorial, própria das pessoas de idade avançada e que afeta especialmente mulheres na pós-menopausa sua incidência aumenta com a idade a partir dos 70 anos. A menopausa representa uma das principais causas da osteoporose, devido à diminuição dos níveis de estrogênios. Deve-se facilitar a vida dos idosos, a fim de que eles não caiam para que não haja fraturas, já que as mesmas ocorrem sempre nas vértebras, punho e colo do fêmur. A falta de exercício físico é um dos predisponentes da osteoporose. Além da idade, o sexo e a raça estão entre os principais determinantes da massa óssea e do risco de fraturas. Mulheres são mais suscetíveis à osteoporose do que homens, pois além de passarem pela menopausa também possuem menor determinante de massa óssea do que os homens. Indivíduos da raça negra possuem maior pico de massa óssea e, portanto, são menos predispostos a sofrerem de osteoporose que brancos e asiáticos. O tratamento para a osteoporose inclui estrógenos, cálcio, vitamina D3, atividades físicas e outros. As diretrizes metodológicas utilizadas foram as de abordagem bibliográfica descritiva, além de pesquisa de campo, onde se formulou um questionário que pudesse captar as complicações da osteoporose nos idosos em Manaus. A pesquisa foi feita em livros e revistas, também eletrônicas. Concluiu-se pela necessidade de reformulação das políticas públicas para com essa população da terceira idade.
Palavras-chave: osteoporose, idosos, doença, riscos, fraturas.
ABSTRACT
This article discusses the general aspects of osteoporosis, its growing importance in Brazil and what its complications. Being a chronic disease, multifactorial, the people of advanced age and that particularly affects post-menopausal women in their incidence increases with age from 70 years. The menopause is a major cause of osteoporosis due to decreased levels of estrogens. It must facilitate the life of the elderly so that they do not fall to avoid fractures, since they always occur in the vertebrae, wrist and neck of the femur. Lack of exercise is one of the predisposing osteoporosis. Besides age, gender and race are among the main determinants of bone mass and risk of fractures. Women are more susceptible to osteoporosis than men, as well as passing the menopause also have minor determinant of bone mass than men. Individuals of black have higher peak bone mass and thus are less likely to suffer from osteoporosis which white and Asian. Treatment for osteoporosis include estrogen, calcium, vitamin D3, and other physical activities. The guidelines used were the methodological approach to bibliographic description, and field research, which formulated a questionnaire that could capture the complications of osteoporosis in the elderly in Manaus. The research was done in books and magazines, including electronic. It was the need to reform public policy to the population of the elderly.
Keywords: osteoporosis, elderly, illness, risks, fractures.
1 INTRODUÇÃO
O presente artigo tem por objetivo oportunizar a todos os envolvidos na área de saúde o conhecimento sobre a osteoporose, assim como os aspectos gerais da doença, os problemas por ela surgidos na terceira idade, suas causas e consequências, a prevenção, os tipos de fraturas decorrentes da doença, além do tratamento utilizado para combatê-la.
É uma enfermidade crônica que inicia com a perda de massa óssea, ou seja, o osso vai se desgastando ao ponto que até pequenos traumas podem provocar fraturas.
A identificação precoce dos pacientes, de risco para osteoporose é de grande importância clínica. Nos últimos anos, vários fatores de risco têm sido identificados.
A perda começa, geralmente, entre os 34 a 39 anos podendo levar anos para ser percebida. Ambos os sexos são afetados pela doença, porém as mulheres têm um maior índice de incidência devido à redução hormonal (estrógenos) após a menopausa.
Infelizmente, muitas mulheres percebem o problema entre os 50 a 70 anos quando sofrem uma fratura dolorosa inesperadamente (principalmente punho e mão). Outras percebem que sua altura está diminuindo ou que suas roupas já não lhe caem tão bem, pois as vértebras se tornam tão frágeis que com movimentos como tossir ou carregar alguma coisa pode sofrer uma lesão na coluna.
A sociedade de uma maneira geral, tem pouco conhecimento sobre as causas deste mal e principalmente sobre suas prevenções.
A atividade física promove um estímulo no osso de modo que ele absorva mais cálcio, tornando-se mais forte. Portanto, o osso pode ser fortalecido com exercícios, assim como os músculos.
O conhecimento sobre as causas e tratamentos da doença não é tão antigo. Há pouco tempo atrás o diagnóstico da osteoporose era feito através de radiografia e, portanto, dependendo da qualidade da mesma ou da percepção do médico o paciente era tido com osteoporose erroneamente. Somente em 1983 foi descoberto o método de densitometria óssea e o diagnóstico ficou mais fidedigno.
Com o avanço da tecnologia, hoje em dia pode-se dividir a doença em duas, osteoporose primária ou natural que acomete as mulheres pós-menopausa e se estende 10 anos após este período e a osteoporose senil, que atinge homens e mulheres com 65 anos ou mais.
Considerada hoje um problema de saúde pública no Brasil e no mundo, a osteoporose tem sido tema de vários estudos com o intuito de encontrar a melhor solução para o problema.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 O que é a osteoporose?
É um processo de rarefação óssea, que determina a presença de um osso mais frágil, por perda dos depósitos de cálcio.
A osteoporose é a mais comum das doenças ósseas e é resultante do processo de remodelação óssea em adultos, uma condição de menor densidade óssea, com menor conteúdo mineral e aumentado risco de fraturas.
Conforme Radominski (2002, p. 290), clinicamente, os fatores considerados de maior risco para osteoporose incluem, além da idade, menor IMC, história familiar de osteoporose, estados de deficiência estrogênica e uso de corticosteróide. Nesta casuística foram identificados como fatores significativamente associados à osteoporose, além da idade, o menor IMC e a menor escolaridade.
O simples fato de que o nosso esqueleto sustente o peso, já é essencial para a saúde dos ossos. No entanto, sobrecargas afetam na manutenção e na integridade desse esqueleto.
Outro fator importante é que o exercício físico diário, além de contribuir para a prevenção da osteoporose pelo aumento da massa óssea, melhora a coordenação e função neuromuscular evitando quedas que podem causar fraturas, principalmente as fraturas de quadril.
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde, osteoporose é considerada um dos principais problemas de saúde pública, por sua prevalência crescente e pela associação a fraturas vertebrais e de outras localizações, com graves repercussões clínicas e sociais.
De acordo com a IOF, cerca de 75 milhões de pessoas têm osteoporose na Europa, EUA e Japão. No Brasil, estima-se que haja cerca de 15 milhões de pessoas com osteoporose, marca acentuada pelo aumento da expectativa de vida do brasileiro. Pesquisas revelam que 40% das mulheres do mundo correm o risco de ter uma fratura em razão da doença, pois a velocidade de perda de massa óssea nas mulheres é diferente da dos homens, principalmente após a menopausa. Os principais fatores de risco da doença são: ser do sexo feminino, ter mais de 65 anos, ter histórico familiar, ser de etnia asiática, ter níveis hormonais inadequados, ter uma dieta pobre em cálcio e vitamina D, ser sedentário, consumir álcool, ser fumante, fazer uso de alguns medicamentos e estar com doença óssea metabólicas.
Segundo a nutricionista especialista em nutrição clínica, Teresina Mendes dos Santos, isso ocorre nas mulheres devido à diminuição do estrógeno, um hormônio de grande importância para a absorção de cálcio pelos ossos, mantendo-os fortes, após a menopausa.
Outro fator que colabora com o surgimento da osteoporose, tanto nos homens quanto nas mulheres, é a idade avançada. Após os 30 anos, a decomposição dos ossos é mais rápida do que sua formação. Pessoas, cujo histórico familiar conste: ossos pequenos, magras e sedentárias, com alimentação pobre em cálcio e vitamina D que tenham feito uso de algum medicamento, também são mais propensas a desenvolver osteoporose ao longo de sua vida.
Existem alguns exames eficazes no diagnóstico da osteoporose como, por exemplo, exame de sangue, urina e raios-X. Mas, o método mais indicado é a densitometria óssea que pode ser realizada a partir dos 45 anos. Através dela, é possível detectar a baixa densidade óssea antes de ocorrer a fratura, determinar a taxa de perda de osso e, ainda, avaliar os efeitos do tratamento.
Os sintomas mais comuns da osteoporose são a diminuição gradativa da altura, acompanhada pelo desenvolvimento também gradual de uma postura curva (corcunda), dores fortes nas costas, fraturas especialmente em quadril, punho e vértebras, sem uma ocorrência significante de queda ou outro acidente. Os sintomas da osteoporose aparecem somente no caso de uma fratura. É importante notar-se que a perda óssea em si não causa dor ou outros sintomas; dor nas costas, por exemplo, só é atribuída a uma baixa massa óssea, quando ocorre uma fratura. As fraturas que resultam da osteoporose ocasionam dor e invalidez; em alguns casos, os sintomas destas fraturas persistem pelo resto da vida, enquanto que outras tendem a desaparecer ou melhorar. As fraturas do pulso, coluna e quadril são mais freqüentes, embora fraturas de outras partes do esqueleto possam ocorrer como as da pelve (bacia) e do número (osso do braço).
A fratura de femur é a consequência mais dramática da osteoporose. Cerca de 15% a 20% dos pacientes com fratura de quadril morrem devido à fratura ou suas complicações durante a cirurgia, ou mais tarde por embolia ou problemas cardiopulmonares em um período de 3 meses e 1/3 do total de fraturados morrerão em 6 meses. Os restantes, em sua maioria, ficam com graus variáveis de incapacidade.
Em aproximadamente 20% dos casos pode ser identificada uma doença da qual a osteoporose é secundária e nos 80% restantes os pacientes são portadores de osteoporose da pós-menopausa ou osteoporose senil.
A osteoporose pode afetar a densidade mineral óssea de diversas partes do corpo, inclusive a dos ossos maxilares.
2.2 Prevenção da osteoporose
O objetivo principal da prevenção da osteoporose é a redução do risco de fraturas. Muitas das diferenças nas taxas de fraturas entre as populações parecem ser explicadas por diferenças sociais e geográficas no pico de massa óssea e na taxa de perda de massa óssea; entretanto, diferenças na geometria óssea, freqüência de quedas e prevalência de outros fatores de risco também têm importante papel. O risco de fratura tem sido consistentemente associado com a história de quedas, baixa função física, diminuição da força do quadril, diminuição da cognição, visão e presença de armadilhas ambientais. Fatores associados com aumento no risco de quedas, como diminuição sensorial, enfraquecimento muscular e instabilidade, também precisam ser identificados. O processo contrário também ocorre, quando há um aumento nos níveis de cálcio no sangue, este deve ser depositado no osso pelos osteoblastos. A todo este processo é dado o nome de turn-over.
Para que o processo acima funcione, segundo Skare (1999, p. 78) é necessário que se dê atenção aos seguintes aspectos:
Cálcio: é o mais importante componente mineral do osso e auxilia em várias atividades do organismo.
Vitamina D: entre outras funções a vitamina D é usada pelo organismo para absorver o cálcio e outros minerais no intestino.
Sol: a ação do Sol é sobre a pele, transformando vários produtos e enzimas que ajudam o cálcio do sangue a ser absorvido pelo osso.
Atividade física: promove um estímulo no osso de modo que ele absorva mais cálcio, tornando-se mais forte. Portanto, o osso pode ser fortalecido com exercícios, assim como os músculos.
A prevenção da osteoporose pode ser iniciada na juventude. Para isso, existem algumas medidas que devem ser adotadas e consistem, basicamente, no fornecimento de cálcio nas quantidades que os ossos necessitam diariamente
Para prevenir ou evitar a osteoporose é fundamental ter bons hábitos alimentares e estilo de vida saudável, longe do sedentarismo. Essa prevenção deve começar perto dos 30 anos, no mínimo. É importante manter uma dieta rica em cálcio, leite desnatado e seus derivados também desnatados, porque a gordura contida nesses alimentos dificulta a boa absorção do cálcio pelo organismo.
Santos (2007, www.tribunadacosta.com.br) diz que: "Também é importante ter uma alimentação rica em fósforo, que é outro mineral essencial para a formação óssea". O fósforo pode ser encontrado em alimentos como ervilha seca, sardinha enlatada, verduras de folhas verdes escuras como couve e brócolis e também em grãos integrais, nozes e leguminosas em geral. A vitamina D é importante para que o organismo possa absorver o cálcio e, é encontrada em peixes gordurosos como, o salmão e a cavalinha, na gema do ovo e também em laticínios.
A nutricionista lembra que se deve evitar o consumo de chás, cafés e outras bebidas que contenham cafeína. Evitar o excesso de sal também é muito importante. "Praticar atividade física regularmente, como caminhadas ao ar livre, aproveitando o horário adequado do sol, controlar o peso, evitar o fumo e bebidas alcoólicas ajudam no combate a osteoporose", finaliza a especialista.
Exercícios com sobrecarga em locais específicos e impactos promovem um estímulo mais efetivo, quer dizer, o exercício tem um efeito local sobre o osso, sendo este, sensível à sobrecarga que age sobre ele e respondendo prontamente a elas.
Desta forma, busca-se sobre a atividade mais indicada e seus prós e contras.
De acordo com Cavanaugh e Ann (1988, p.201-204) a caminhada se mostrou capaz de promover um certo grau de osteogênese. No entanto, os efeitos do treinamento foram observados, sobretudo, nos membros inferiores. Além disso, pesquisas examinando os programas de intervenção com caminhada, demonstraram que esta atividade comumente prescrita para mulheres na pós-menopausa, não previnem de forma efetiva a perda de massa óssea, somente retardam esse acontecimento.
Vale ressaltar também que se deve fazer a prática em um local apropriado, pois quando feito em calçadas ou terrenos irregulares como nas ruas das grandes cidades o risco de quedas se torna elevado e o que uma pessoa com osteoporose mais abomina é cair e aumentar suas probabilidades de sofrer alguma fratura.
Diferente disso acontece com a hidroginástica.A hidroginástica oferece um ambiente extremamente seguro para a prática de exercícios, diminuindo o risco de quedas.
Dantas (2008. Internet: www.webartigosos.com) afirma que devido às características do meio líquido, o indivíduo que se exercita tem uma sensação de diminuição do peso corporal, livramento das articulações, bom funcionamento do sistema termorregulador e envolvimento da maioria dos grupos musculares.
De acordo com Dantas (2008. Internet: www.webartigosos.com) estudos realizados por Sanders (2001) indicam aumentos significativos de força e resistência muscular nos praticantes em programas aquáticos. O aumento de força foi identificado inclusive na região abdominal, sem que os alunos tivessem realizado exercícios específicos.
Segundo Dantas apud Wysong (2003. Internet: www.webartigosos.com), os exercícios aquáticos melhoram o equilíbrio em mulheres no período pós-menopausa e podem indiretamente ajudar a impedir quedas.
Para Raso et al (1997, p.17-26), os exercícios com pesos (musculação ou ginástica) são os mais estudados em relação ao estímulo aplicado aos ossos e se mostraram muito eficientes na atividade osteoblástica e, consequentemente, na formação óssea.
2.3 Fraturas decorrentes de osteoporose
Dados fornecidos pelo Ministério da Saúde revelam que só no ano de 2004 foi gasta com fraturas de quadril por osteoporose a quantia de 28 milhões de reais
De acordo com a Revista ISTOÉ (2008, p. 26, v.07) existem vários tipos de fraturas decorrentes da osteoporose. São elas:
Nas vértebras - Os sintomas são secundários às fraturas. Quando ocorrem fraturas nas vértebras, a dor pode ser de dois tipos. Uma é aguda, localizada, intensa, mantendo a paciente imobilizada e relacionada com fratura em andamento. Em situações de dor aguda, inicialmente ela pode ser mal localizada, espasmódica e com irradiação anterior ou para bacia e membros inferiores. A fratura vertebral pode ainda não ser observável com precisão em exame radiológico, dificultando o diagnóstico. A paciente se mantém em repouso absoluto nos primeiros dias. Mesmo sem tratamento, a dor diminui lentamente e desaparece após duas a seis semanas, dependendo da gravidade da fratura. Quando a deformidade vertebral residual é grave, pode permanecer sintomatologia dolorosa de intensidade variável ou esta aparecer tardiamente.
Também ocorrendo com freqüência, a dor pode ser de longa duração e localizada mais difusamente. Nestes casos, ocorreram microfraturas que levam a deformidades vertebrais e anormalidades posturais e conseqüentes complicações degenerativas em articulações e sobrecarga em músculos, tendões e ligamentos.
Nova fratura vertebral é comum, repetindo-se o quadro clínico. Nas pacientes com dor persistente, esta se localiza em região dorsal baixa e/ou lombar e, freqüentemente, também referida a nádegas e coxas. Nesta etapa da evolução da doença as pacientes já terão sua altura diminuída em alguns centímetros às custas das compressões dos corpos vertebrais e do achatamento das vértebras dorsais.
O dorso curvo (cifose dorsal) é característico e escoliose (curvatura lateral) lombar e dorsal aparecem com grande frequência. Com a progressão da cifose dorsal há projeção para baixo das costelas e conseqüente aproximação à bacia, provocando dor local que pode ser bastante incômoda. Nos casos mais avançados, a inclinação anterior da bacia leva a alongamento exagerado da musculatura posterior de membros inferiores e contratura em flexão dos quadris e conseqüentes distúrbios para caminhar, dor articular e em partes moles. Compressão de raiz nervosa é muito rara.
No pulso - As fraturas do pulso são também conhecidas como fraturas de Colle (assim chamadas por causa do primeiro cirurgião, um irlandês, que as descreveu) e mais freqüente nas mulheres de 50 a 70 anos. Elas acontecem geralmente quando uma mulher em pé cai para frente, pondo sua mão para aparar a queda. Embora elas afetem geralmente o rádio, um dos ossos entre o cotovelo e o pulso, são conhecidas como fraturas do pulso porque geralmente ocorrem próximo à articulação do pulso.
As fraturas do pulso são dolorosas, necessitando de um tratamento hospitalar, geralmente como paciente externo, embora as pessoas mais idosas precisem permanecer internadas. As extremidades fraturadas do osso muitas vezes se deslocam e devem ser recolocadas no devido lugar antes que sejam engessadas para manter o pulso imóvel e auxiliar a consolidação do osso quebrado. Geralmente o gesso é mantido entre quatro a seis semanas, durante as quais o uso do braço é bem limitado.
Os efeitos das fraturas de pulso - Embora a maior parte das pessoas que sofrem uma fratura de pulso eventualmente volte ao normal, alguns problemas podem ocorrer durante a recuperação. Muitas vezes a junção das duas extremidades do osso fraturado não fica perfeita, resultando numa deformação visível do pulso. Após a fratura, cerca de um terço das mulheres têm uma condição chamada algodistrofia que causa dor e sensibilidade, inchaço e rigidez da mão podendo ainda afetar a circulação no local. Neste caso, os pacientes têm muitas vezes uma dor persistente e rigidez que podem durar por muitos anos.
Fraturas da coluna - Fraturas osteoporóticas da coluna diferem das demais fraturas porque os ossos não sofrem ruptura, mas se caracterizam por uma modificação no formato das vértebras (ossos que formam a coluna). Numa coluna normal, as vértebras são semelhantes a tijolo ou a uma pilha de caixas. Na osteoporose, a perda de osso pode resultar no esmagamento, compressão e perda da espessura das partes posteriores, central ou anterior das vértebras ou a uma combinação destas.
A coluna divide-se em regiões, cervical, torácica e lombar com, respectivamente, sete, doze e cindo vértebras. A osteoporose afeta, de modo especial, as vértebras torácicas e lombares, provavelmente por estarem sujeitas a uma carga maior de peso do que as vértebras cervicais. As vértebras mais freqüentemente afetadas pela osteoporose são as que se situam no meio e na parte inferior da coluna torácica e na parte superior das vértebras lombares.
Neste tipo de fratura, os ossos, na verdade, não se quebram; o que ocorre é uma mudança no formato das vértebras. Os ossos ficam mais finos nas partes posterior, central e anterior das vértebras, tornando-as fracas e propensas a esmagamentos e compressão.
Na osteoporose, as fraturas da coluna resultam de quedas, mais freqüentemente ocorrem de forma espontânea ou de atividades como tossir, levantar-se, curvar-se ou girar o corpo.
Sintomas de fraturas na coluna - Os sintomas provocados por fraturas da coluna variam muito; em cerca de dois terços dos casos provoca pouca ou nenhuma dor no momento da fratura, enquanto em outros casos há dores intensas. O motivo desta diferença é desconhecido. A dor, quando presente, é geralmente sentida nas costas, ao nível da vértebra afetada e se espalha em torno daquele nível até a frente do corpo. Muitas vezes ela é muito intensa, podendo durar dias e até semanas.
Na maioria dos casos, há uma melhoria gradativa em alguns meses ou mesmo anos, isto varia bastante, enquanto algumas pessoas afetadas ficam livres da dor após alguns meses, outras têm dor e desconforto para o resto da vida. Como a dor nas costas é um sintoma na maioria da população e como as fraturas da coluna geralmente não ocasionam dor, esta, numa pessoa com fraturas da coluna, pode resultar de outras causas, como artrite ou problemas de disco que são muito comuns.
Em muitos pacientes, é difícil identificar-se a causa da dor, mas uma regra útil a ser aplicada é que as fraturas resultantes da osteoporose não causam ciática (dor nas costas que se irradia até a perna) que é geralmente causada por um problema de disco.
Fraturas do quadril - As fraturas do quadril implicam ruptura da parte superior do fêmur ou osso da coxa. Elas ocorrem mais freqüentemente em pessoas bem idosas; a idade média de pacientes com fratura no quadril é 80 anos. Como as pessoas idosas tendem a pender ligeiramente para trás ou para o lado quando caminham, elas têm maior possibilidade de cair sobre os quadris, especialmente porque não conseguem proteger-se amenizando a queda com o uso dos braços. Quase todas as fraturas osteoporóticas do quadril ocorrem quando as pessoas estando em pé, sofrem uma queda e raramente elas ocorrem espontaneamente.
As pessoas idosas são particularmente suscetíveis a fraturas do quadril, nas quais a cabeça do fêmur quebra-se à altura de sua articulação com a pelve, geralmente como resultado de uma queda.
Quase todas as fraturas de quadril requerem tratamento cirúrgico, seja para estabilizar a articulação com placas e pinos de metal, seja para substituí-la completamente através da colocação de uma prótese total de quadril. Pacientes idosos podem precisar de uma estadia hospitalar mais prolongada até a recuperação total.
Cerca de 15% a 20% dos pacientes morrem dentro de seis meses como conseqüência da fratura do quadril. Dos que sobrevivem, apenas um quarto retoma seus níveis de atividade, enquanto um terço perde sua independência, muitos deles necessitando de cuidados de enfermagem em casa ou cuidados em clínicas de repouso.
Os restantes ficam mais inválidos do que antes da fratura e podem necessitar de assistência para suas atividades diárias. Assim, a fratura do quadril tem conseqüências devastadoras, tanto para o paciente como para a família e amigos.
2.4 Tratamento da Osteoporose
Segundo o site na Internet: www.conteudoglobal.com, as drogas utilizadas no tratamento da osteoporose atuam diminuindo a reabsorção óssea ou aumentando sua formação.
Ï Agentes antirreabsortivos
Não há consenso se estas drogas somente estabilizam ou aumentam discretamente a massa óssea ou se produzem ganhos significativos. O acompanhamento dos tratamentos tem mostrado aumento da densidade óssea e diminuição do número de fraturas mas o ganho de massa óssea pode não superar o limiar de fratura, principalmente se forem iniciados tardiamente.
Ï Estrógeno
A Reunião de Consenso do III Simpósio Internacional sobre Osteoporose, em 1990, estabeleceu que estrógeno é o tratamento de escolha na osteoporose da pós-menopausa. A fase acelerada de perda óssea que ocorre em 40% das mulheres logo após a menopausa é responsável por 30% a 50% de todo osso perdido ao longo de suas vidas. Portanto, o tratamento deve ser iniciado precocemente a fim de prevenir a queda inicial de massa óssea. Com esta conduta, consegue-se diminuir em 50% a incidência de fraturas. A reposição hormonal deve ser mantida pelo menos 5 a 8 anos, correspondendo ao período do climatério em que o remodelamento ósseo é mais acelerado. Após a suspensão do tratamento, mesmo que seja com menor intensidade, retornam os ciclos de remodelamento com balanço negativo, sendo prudente, se não houver contra-indicação, a permanência da hormonioterapia de reposição por 20 anos ou mais.
Quando a osteoporose está estabelecida, os resultados são menos eficazes mas ainda positivos. Não há idade limite para se iniciar reposição hormonal. A rigor, se houver densidade óssea abaixo de um desvio padrão para a idade, o tratamento deve ser indicado pelo menos para mulheres até 75 anos de idade (ver adiante: terapêutica combinada). Entretanto, nestes casos, outras drogas antirreabsortivas podem estar melhores indicadas.
Controvérsias a respeito de contra-indicações e para-efeitos de estrógenos permanecem. Recomendamos a toda paciente que pretende usar hormônios indispensável aconselhamento e acompanhamento com ginecologista.
Ï Calcitonina e Bisfosfonatos
Inibem a atividade dos osteoclastos. Têm as mesmas indicações e resultados que os estrógenos e ação analgésica que torna atraente seu uso em fraturas por osteoporose. É uma alternativa para as mulheres que não podem ou não querem usar estrógenos.
As calcitoninas de salmão são as mais resistentes a degradação no homem e, por isto, são as mais potentes. Porém, o uso de calcitonina tem se restringido aos pacientes que não toleram bisfosfonatos e também aos episódios de fratura. Sempre que for prescrito calcitonina deve-se acrescentar pelo menos uma tomada de cálcio suplementar 1 a 2 horas após. Densitometrias de controle não antes de 1 ano e os novos marcadores bioquímicos são indispensáveis nestes casos.
Há formas distintas de bisfosfonatos com potência e tempo de ação diferentes que são utilizados para outras doenças ósseas. Etidronato é o mais antigo bisfosfonato usado em osteoporose e, mais recentemente, foram lançados o alendronato e o residronato. São altamente eficazes.
Os bisfosfonatos devem ser administrados longe de refeições e é necessária suplementação de cálcio.
Ï Cálcio
A quantidade de cálcio alimentar necessária para manter a massa óssea é desconhecida. Propõe-se que adolescentes recebam 1200 a 1500mg/dia, homens 800 mg, mulheres na pré-menopausa 1000 mg, mulheres na pós-menopausa 1500 mg, mulheres grávidas e em período de lactação devem receber 1200 a 1400 mg/dia e idosos 1200 a 1600 mg/dia.
O pico de massa óssea atingida na idade adulta tem um componente genético importante mas, certamente, deficiência de ingesta e aumento de oferta interferem em alguma proporção. Trabalhos que estudaram a influência do cálcio no ganho de massa óssea em osteoporose da pós-menopausa e senil estabeleceram em 1200 a 1500 mg as quantidades a serem administrada por dia.
Pode haver suplementação alimentar e é importante o uso noturno, principalmente em idosos, devido ao jejum prolongado. Um copo grande de leite, um copo de yogurt ou um pedaço grosso de queijo tem 300 mg de cálcio.
Ï Vitamina D3
O uso de vitamina D3 nos idosos é indispensável para aumentar a absorção intestinal de cálcio e estimular o remodelamento ósseo.
Recomenda-se o uso de 800U de vitamina D3 ou 0,50 ug de calcitriol ou alfacalcidol.
Ï Terapêutica combinada
A racionalização desta proposta é ativar, deprimir, liberar, repetir. Parece ser o esquema que mais se adequa ao tratamento da osteoporose senil. Inicialmente, é dado um medicamento que estimule a formação e, após, outro que diminua a reabsorção óssea. Um período livre, teoricamente, permite às áreas de remodelamento aumentarem a fabricação de osso. Vários esquemas tem sido testados. Parece sensata a associação fluoreto de sódio/cálcio como estimulantes dos osteoblastos e calcitonina ou bisfosfonatos como depressores da atividade dos osteoclastos. A dose de fluoreto de sódio recomendada é 30 a 40 mg ao dia durante 2 a 3 meses e a oferta de cálcio diária ao redor de 1500 mg, sempre com uma tomada à noite. O cálcio deve ser mantido mesmo após a suspensão do flúor. Devido à intolerância que os pacientes idosos podem apresentar, a associação medicamento/leite ou yogurt é boa alternativa. Vitamina D3 800U ou 0,50ug de calcitriol ou alfacalcidol é indispensável em idosos. Quando disponível, PTH deverá ser o estimulante de escolha.
3 METODOLOGIA
REFERÊNCIAS
APCD ? Associação Paulista dos Cirurgiões Dentistas - @apcd.org.br 2008
CAVANAUGH, D. J.; ANN, C. E. C. Brisk walking does not stop bone loss in postmenopausal women. Bone 9:201-204, 1988.
© Conteúdo Global. Tratamento da Osteoporose.
DANTAS, Marcelo. A Importância da Atividade Física no Combate à Osteoporose em Mulheres acima de 45 anos de idade. (Internet: www.webartigosos.com) , 2008
Organização Pan-Americana da Saúde
RASO, V., ANDRADE, E. L., MATSUDO, S. M., MATSUDO, V. K. R., Exercícios com peso para pessoas idosas. Revista Atividade Física e Saúde, v.2, nº.4, p.17-26, 1997.
REVISTA ISTOÉ - GUIA DA SAÚDE FAMILIAR - volume 7 "OSTEOPOROSE" . 2008.
SANTOS, Teresina Mendes dos. Mesa Saudável. 2007. Sabores e Letras.
SANDERS, M., RIPPEE, N. Fitness Acuático Manual del Instructor: Água Poco Profunda. Madrid: Gymnos, 2001.
WYSONG, P. Aquatic and Land Exercises Improve Balance, Function in Older Women with Osteoporosis. WebMD Medscape Health Network, 2003.
Autor: Fátima Falcão Da Silva
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