Tô vendo tudo



Os que costumam ler meus textos com certa freqüência poderão dizer que não passo de um jovem idealista, revoltado e com viés comunista. Quanto ao jovem idealista, acredito que sou; revoltado, também. Comunista não, essa é uma filosofia com a qual não concordo.
As palavras ora fortes que costumo escrever, esse tom de desespero e as críticas à atual posição da sociedade se devem à minha total indignação com a nação brasileira. Antes, quando começava a galgar pelo cenário político, minha maior decepção era com a classe política brasileira; composta em sua maioria por animais, anencéfalos e de mãos grandes e ligeiras. Hoje, um pouco mais "familiarizado" com o meio, minha maior revolta é contra o povo em geral.
Sim, contra o povo, a massa ou seja lá como queiram tratar a maioria de analfabetos políticos e conformados com a miséria moral e econômica que se espalhou pela nossa nação. Passam fome, mas se contentam com programas assistencialistas que nada mais são que cabrestos que o governo coloca para o pobre se sentir amarrado a certo governante, que distribui esmolas ao povo, seja bolsa família, renda cidadã ou como queira e depois se passa por pai, mãe, irmão, avô ou outro ente familiar. "Fazer graça com o chapéu alheio é fácil!".
O problema do brasileiro é se contentar com o pouco. Ora, um país com dimensões continentais e tanta riqueza natural, além dos impostos que pagamos ? e não pagamos pouco - teria condições de atender com dignidade todos os seus habitantes, ou, pelo menos, uma maioria esmagadora destes.
Assistimos telejornais e dá-lhe denúncias de corrupção, no rádio, a mesma coisa, jornais, revistas, internet: a vergonha está lá, estampada, pra todo mundo ver. E todo mundo vê, mas age de acordo com aquela sábia música de Zé Ramalho, cujo refrão é o seguinte: "Tô vendo tudo, tô vendo tudo. Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo".
Vivemos entre 190 milhões de cegos e ignorantes, que preferem o pouco, que perderam a capacidade de se indignar. Isso é triste, isso é perigoso, porque não dizer que isso é trágico? Eles entram pela porta da frente das casas legislativas, sedes do executivo e levam o que gastamos meses para ganhar e temos que entregar ao estado. E o pior: ninguém faz nada!
Tô vendo tudo! Tô vendo o Brasil falir. E o povo, estático, sem dizer um "A". Mais uma vez convido você, caro leitor, a mobilizar-se para juntos, fazermos algo. A moral pede socorro! O Brasil precisa principalmente dos jovens, para sair deste cenário horrendo no qual se encontra.
E pra terminar, sem finalizar, porque esse assunto precisa continuar, posto um trecho escrito por Vladimir Maiakovski, dizendo que "Despertar é preciso":
?Na primeira noite eles aproximam-se e colhem uma Flor do nosso jardim e não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem; pisam as flores, matam o nosso cão, e não dizemos nada.
Até que um dia o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua e, conhecendo o nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada?.
É hora de nos mover, mais que palavras; precisamos de atitude!

Autor: Cléber Luís Da Silva Chiaradia


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