O funcionalismo: Émile Durkheim



O funcionalismo: Émile Durkheim
Daniel rodrigues de lima1

Émile Durkheim é apontado como um dos primeiros grandes teóricos da Sociologia, onde busca definir o objeto, o método e suas aplicações.
Segundo esse pensador o objeto primordial da Sociologia são os fatos sociais. Estes possuem três características: coerção, exteriorização dos fatos sociais ao indivíduo e a generalidade do fato social.
A coerção é a força que os fatos sociais exercem sobre os indivíduos, onde este deve se conformar com as regras que a sociedade lhe impõe, quando o indivíduo tentar se livrar dessa coerção esta fica evidente através de sanções que podem ser espontâneas e legais. Em que sanções legais seriam as leis, pois através delas são estabelecem infrações e penalidades. Espontâneas quando há uma ofensa ao grupo social e este penaliza o agressor.
A exteriorização dos fatos sociais aos indivíduos ocorre, pois estes existem e atuam sobre os indivíduos independente de suas vontades e escolhas conscientes, são os costumes, leis que já estão presentes na sociedade desde o nascimento do ser sendo impostas através da educação (formal e informal) ao indivíduo em sociedade.
A generalidade consiste em que todos os fatos sociais é um fato geral, ou seja, que se repetem nos indivíduos como as questões de moradia, comunicação, sentimentos e a moralidade.
Durkheim acredita na objetividade dos fatos sociais, pois o pesquisador ao analisar uma sociedade em questão deve manter uma certa distância de seu objeto, ocorrendo com isso a neutralidade cientifica que expulsa toda e qualquer tipo de subjetividade dos cientista social com relação aos fatos que deve ser vistos como coisas e, a partir disso, mensurar e observar a realidade social em questão.
A sociedade é vista como um organismo em adaptação onde buscava-se encontrar soluções para a vida social, pois esta apresenta estados normais e patológicos.
Um fato social normal é aquele que se encontra generalizado na sociedade desempenhado papel importante na adaptação e evolução dessa. O crime, por exemplo, é um fato social tido como normal, pois é encontrado em todas as sociedades, integrando as pessoas do grupo social através de uma conduta de valor moral que busca punir o comportamento errado.
Os fatos sociais patológicos são os que estão fora dos limites permitidos pela ordem e pela moral da sociedade, são doenças que põe em risco a harmonia do grupo e são vistos como transitórios e passageiros.
Durkheim acredita que apesar de existir uma consciência individual que dá a forma aos indivíduos pensarem e interpretarem a vida, dentro dos grupos sociais o que prevalece é a consciência coletiva, ou seja, o conjunto de crenças e sentimentos de uma mesma sociedade, sendo a forma da moral em vigência, com isso, em sociedade defini-se o que criminoso, imoral e reprovável, através da consciência coletiva, por exemplo.
As sociedades a partir dessa teoria são analisadas como espécies sociais, que evoluem de formas sociais mais simples( selvagens, pré-capitalistas) a espécies mais complexas de organização (civilizadas, industriais). Onde através do trabalho de classificação das sociedades, por meio de observação experimental verifica-se a passagem da solidariedade mecânica para a solidariedade orgânica, sendo estas o motor de de transformação das sociedades.
As sociedades com solidariedade mecânica são pré capitalistas, em que os indivíduos são identificados através da família, religião e costumes, onde a divisão social do trabalho permanece independente e autônoma, pois a consciência coletiva exerce poder coercitivo sobre os indivíduos.
A solidariedade orgânica são sociedades capitalistas com a consciência coletiva exercendo menor poder coercitivo sobre os indivíduos, existindo uma divisão do trabalho social acelerada fazendo com que os indivíduos tornem-se interdependentes, garantido com isso a coesão social.
Durkheim buscou através de uma postura empírica rigorosa fazer a integração de análises quantitativas (matemática estatística) e qualitativas, complementados com observação, mensuração e interpretação transpassar a reflexão filosófica e constituir um todo organizado e sistemático de pressupostos teóricos e metodológicos.
Por fim, Durkheim como homem de seu tempo, movido por ideias evolucionistas entende a sociedade como um todo harmônico, em que não deveria haver contradições, onde as transformações aconteceriam de forma linear (indo de formas inferiores à superiores) acompanhando a adaptação e evolução das sociedades, já que qualquer forma de ruptura era vista como um estado doente ou patológico dos fatos sociais, buscou a neutralidade cientifica, contudo criticas devem ser feitas as suas análises pois devemos entender de por serem históricas as sociedades são diferentes pela constituição de seus processos históricos específicos, não existem sociedades culturas superiores e inferiores apenas diferentes, além de não haver neutralidade cientifica, pois o homem não consegue se dissociar de sua subjetividade e por ultimo em acreditar que os fatos sociais são exteriores aos indivíduos deixando estes apenas em estado contemplativo e passivo no viver em sociedade, tirando com isso, seu caráter de sujeito histórico que condiciona e é condicionado pelos fatos intervindo em seu processo cotidiano de viver, sendo com isso transformador e transformado pelos fatos sociais.

Referências:

ARON, Raymond. Etapas do pensamento Sociológico. 8ªed. São Paulo: Dom Quixote, 2007.

COSTA, Cristina. Sociologia: Introdução à ciência da sociedade. São Paulo: Moderna, 1997.
Autor: Daniel Rodrigues De Lima


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