RETROSPECTIVA HISTÓRICA DA ESCOLA NORMAL DE SERGIPE
A observação realizada no dia 26 de maio de 20011 das 18h45min ás 20h20min,
na Escola Normal, teve como objetivo conhecer a história da instituição, perfil dos
docentes, discentes e funcionários em geral, aprofundando assim, os conhecimentos
obtidos durante a primeira unidade da disciplina Pressupostos Metodológicos
das Disciplinas Pedagógicas, para obtermos as diversas informações sobre o
estabelecimento, contamos com o apoio do coordenador, Paulo, que nos atendeu de
pronto. A metodologia utilizada para pesquisa foi à entrevista, desta forma, podemos
fazer um balanço na Escola Normal ontem e hoje.
Observamos que a instituição passou por diversas mudanças desde sua fundação
em 1870, principalmente em sua grade curricular que no início não dava muita ênfase
as disciplinas pedagógicas, essencialmente devido aos baixos salários. Desta forma,
o currículo visava à preparação da mulher para o matrimônio, segundo "Berger",
pelas disciplinas constantes no curso pode-se verificar a predominância do ensino
humanístico, possibilitando muito mais a preparação da mulher para o matrimônio do
que para o magistério, pois esta cadeira era considerada como prolongamento do lado
materno da mulher.
Inicialmente, a Escola Normal funcionava no Ateneu Sergipense (1870), em seguida
muda-se para o Asilo Nossa Senhora da Pureza (1877), depois se muda para um prédio
próprio localizado na Praça Olímpio Campos onde funcionou até 1954, finalmente
passou a atender na Rua Laranjeiras até os dias atuais.
Hoje, o que encontramos no I.E.R.B. é um prédio quase em ruínas, cercado por mato
e iluminação precária.
A Escola conta com alguns recursos como data show, sala de vídeo onde ainda é
utilizado um aparelho de vídeo cassete e um laboratório de informática que se encontra
fechado, pois não tem uma pessoa habilitada para usar.
A Escola Normal atende a 525 discentes distribuídos nos três turnos, a duração do
curso é de quatro anos, sendo o ultimo adicional com grade curricular anual. A faixa
etária dos educando da manhã e tarde varia entre 16 e 20 anos a noite são maiorias
senhoras. Esses alunos recebem do governo, somente os livros da parte comum, na parte
pedagógica são utilizadas copias de livros. A maior parte dos estudantes é oriunda do interior de Sergipe e têm dificuldades com transporte, talvez isso explique o alto índice
de evasão principalmente no 2ª ano. Em 2010 o índice no 1ª foi 39%, no 2ª 46,4%, no 3ª
21,6%, no 4ª 14,7%.
Segundo o coordenador, a procura por vagas caiu vertiginosamente, porém, esse
ano alunos com nível médio completo procurou a escola. Paulo acha que isso se deve
a questões financeiras, pois se esses alunos fossem cursar uma faculdade, teria que
pagar, ele acredita também que esses discentes vão à busca de estágios remunerados
nas escolas de bairro que contratam alunos a partir do 2ª, ele acrescenta que em 2010
vários educando foram aprovados em vestibulares e obtiveram boa pontuação no ENEM
e PROUNI, apesar de destacar que os alunos sentem dificuldades nas disciplinas do
núcleo comum, principalmente em matemática, física e química, porém, tal dificuldade
parece não resultar muito no índice de repetência que atinge uma média de 10,4% no 1ª
ano, 4,2% no 2ª ano, 2,2% no 3ª ano e 2,5% no 4ª ano.
Atualmente, o quadro de funcionários da Escola Normal encontra-se com um
diretor, dois coordenadores, uma secretaria, dez pessoas na parte administrativa e
quarenta e cinco professores, entre os quais alguns estão em licença prêmio e outros
para aposentar-se, porém, de acordo com a LDB de 1996, todos os professores devem
ser licenciados, desta forma, não existiria um motivo para se ofertar o curso normal,
então em 2013 a Escola Normal encerra a suas atividades. Segundo Paulo a proposta do
Governo é fazer naquele prédio, uma escola de formação de professores.
Percebemos que quando o coordenador aborda o fechamento da escola existe
um misto de saudosismo e esperança de que o quadro se reverta e a instituição não
feche. Concluímos que se no passado a Escola Normal teve momentos de extinções
e restaurações porque não existia uma lei para reger a educação hoje existe e ela já
sentenciou a Escola Normal ao fechamento.
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA.
BEGER, Miguel André: A FORMAÇÃO DO PROFESSOR AO LONGO DA
HISTÓRIA NO BRASIL E EM SERGIPE.
LEI DAS DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL (1996)
Autor: Ana Daisey Lessa De Farias
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