CHATO É CHATO E PRONTO!
CHATO É CHATO E PRONTO!
Tenho por hábito iniciar um texto fazendo rodeios, como quem quer e não quer até chegar onde realmente pretendo. Mas como irei abordar sobre o chato, valendo aqui para os dois gêneros, melhor ir direto ao ponto para ver se a coisa fica menos chata.
Quem não conhece ou nunca conheceu um chato? Não me refiro aos hipocondríacos, aos narcisistas, à eterna vítima de discriminação de toda sorte. Não! Estes podem parecer medrosos, exibidos, cansativos, narizes voltados para o próprio umbigo. Chato é diferente. Digamos que chato seja aquele que se vê sempre no topo, um QI top de linha. É sempre o maior, o melhor, o mais eficiente e interessante. Uma auto-estima pra lá de legal, o que seria ótimo caso se lembrasse do restante dos meros mortais.
Dificilmente se vê um chato triste. Vive sorrindo, animado, falando do que sabe e do que não sabe. Quando quer falar não desiste nunca. Nos lugares mais inusitados, como em um banheiro, por exemplo, tem a ousadia de encostar a boca no ouvido de sua próxima vítima, enquanto esta faz pipi, para comentar algo. Além de constranger a pessoa, claro, ainda a coloca em maus lençóis. Se entra alguém e surpreende uma cena dessa, não há explicação que mude as evidências. É o fato falando por si só.
Chato adora se tornar íntimo, se fazer íntimo. E quando cresce mais na horizontal que na vertical, bota chatice nisso! No lugar onde estiver, de um churrasquinho a um banquete de luxo, de uma pequena assembléia a um encontro internacional de representantes de estado, se deixar, somente ele fala. E não adianta estipular tempo. Cinco minutos? Que nada! Vão-se dez, quinze, vinte, vinte e cinco... e a coisa vai longe se não tiver alguém para mandá-lo a calar a boca. Só que para tanto, o mandante tem que ter moral. Digamos até que precisa ser um rei! Afinal, rei é rei. Um rei nunca perde a majestade. Tem um porém: chato se encontra em qualquer lugar, rei não. Portanto é bom que estejamos sempre preparados para encarar um. Encarar o quê? Um rei? Não! Encarar um chato.
E o pior: o tal do chato é tão chato, que até para falar dele, é chato. E ponha chatice nisso. Não duvido nada de que no final deste texto, você diga: caramba! Que chato!
Uê! Tava esperando o quê? Chato é chato e pronto!
Autor: Helena Rodrigues
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