SIM, NÓS PODEMOS!
Posso me considerar uma pessoa sem medos
e com muita disposição para o inusitado.
Portanto, sempre posso tudo e tudo faço
razão pela qual realizo completamente todos os meus desejos.
O impossível é um vocábulo que faz parte da minha Língua
porém, jamais do meu vocabulário.
Até já voei! E estou falando de vôos totalmente livres.
Sem asa delta, sem ultraleves...
Apenas o vazio, o vento, a imensidão do horizonte e eu.
Lá, nem o céu foi o limite, porque descobri não haver céu.
Foi um vôo tranqüilo, ora rasante, observando a relva
ora alto, para muito além das nuvens.
Também já atravessei o mar a nado
e cheguei a pegar carona numa Baleia Azul.
Também visitei o continente Antártico
Lá permanecendo por alguns meses
Sem precisar de nenhum tipo de agasalho.
E, quando o sol cismava tornar os dias semestrais
ou as noites se faziam longas, parecendo intermináveis...
aproveitava para esquiar entre as geleiras
e mergulhar com os Pingüins nas águas ultra geladas.
Foi maravilhosa esta minha estadia!
Não mais que voar livre na imensidão...
Não mais que atravessar o mar a nado, mas foi fantástica!
Por isso, não conheço o impossível.
Apenas algumas dificuldades relativamente poucas, porém significativas.
É quando tento explorar meu universo íntimo
e sou barrada por obstáculos a interpor-se na jornada.
Lá, não alço vôos livres...
Lá, não atravesso o mar a nado...
Lá, não existe Baleia Azul para me descansar do mar revolto...
E lá não há pingüins para me distrair do frio.
Mas isso não se trata do impossível.
São detalhes. Somente detalhes. Nada mais que pequenos detalhes.
Autor: Helena Rodrigues
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