RESENHA CRÍTICA DO LIVRO JUNE



Fome, guerras, epidemias, injustiças... Qual a diferença entre o nosso mundo cotidiano e o mundo retratado na história dos grandes heróis da humanidade? Esse é o tema em foco na obra de Gisele A. P. da Silva, que através da personagem central, que dá nome ao livro, retrata de um modo crítico o ambiente político, social e econômico do Brasil e do mundo, de um modo inteligente, acessível e envolvente.
A história começa a se desenvolver dentro de um cotidiano simples, crescente na medida em que ocorre o amadurecimento da personagem, podendo ser destacados, na fase inicial, o claro conflito psicológico existente entre os homens, representado pela rotulação das pessoas como fracas e fortes, ricas e pobres, cruéis e não cruéis.
Sendo-lhe perceptível a desigualdade imposta pelas normas sociais, June começa desde muito cedo a acalentar um sonho: fazer do mundo um lugar mais justo. Sua vida, então, da infância até a idade adulta, é movida pela paixão, real e palpável, por mudar esse mundo de sofrimentos e desigualdades que enxerga.
O ponto forte da obra é o modo sutil como a autora conduz os leitores a questionarem suas próprias vidas através de June, tornando algumas indagações inevitáveis: qual o limite para nossos sonhos? como enxergar o senso comum com os olhos de uma eterna criança? como lidar com sofrimentos? quem somos nós e onde pretendemos chegar?
Muito embora a autora ainda não seja conhecida no cenário brasileiro, é importante destacar sua criatividade e perspicácia ao abordar temas polêmicos que vão desde bullyng, desajustes familiares e conflitos religiosos, até problemas mundiais como regimes ditatoriais, a invasão americana no Iraque e as inconstâncias política na América Central e Latina.
É possível afirmar que estamos diante de um excelente livro com todos os ingredientes indispensáveis para ser um grande sucesso: enredo envolvente, temas atuais, fácil identificação entre o personagem e o leitor e, finalmente, um desfecho inesperado.
Andrei Caio Ferreira, aluno de licenciatura em Letras da Universidade Federal de Tocantins. UFT.

Autor: Andrei Ferreira


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