Passado, Futuro e Presente ou seria: Passado, Futuro em Presente?



Passado, futuro e presente ou seria: passado, futuro em presente?

A divisão do tempo por estes paradigmas não é utilizada de forma plena e absoluta, não necessariamente o passado ocupa seu lugar na linha do tempo, da mesma forma que o futuro não se posta unicamente adiante do que denominamos presente.

O passado, tempo descrito a ser munido de fatos já vividos, porém não é seguido à risca pelos próprios criadores dos conceitos temporais, (nós mesmos) o passado se transforma em presente tornando-se mais contemporâneo do que o próprio presente. Ao sofrer uma projeção futurísticas o passado torna-se futuro, absolvendo expectativas e importâncias que caberiam a um novo futuro que já seria presente futuramente.

O futuro por sua vez é conduzido ao presente ou retrogrado ao passado, variando do interesse humano. Constantemente essa variação complexa de tempo que confundi tanto a mente humana está presente em nossas vidas, desde um mero ato na proteção de casa em seio do amor familiar até a decisões importante que mudariam vidas de todo um estado. De forma natural e imperceptível alteramos a ordem do tempo. Munido de um instinto controlador, um dos grandes desejos humanos sempre foi a manipulação do tempo. Como nos filmes de Hollywood quem não gostaria de ter uma máquina que ao apertar de um botão poderia resolver todos os erros do passado ou desvendar o futuro e conhecer novas coisas inimagináveis? Não nos damos conta, más temos esta máquina, e o botão vermelho é apertado todas as vezes que deixamos lembranças ou planos intervir em nosso presente causando o em baralhamento das linhas temporais, a diferença dos filmes é o final feliz, tudo acaba dando certo, na nossa maquina viajar pelo o tempo pode torna-se perigoso, uma vez que preocupar-se com as vinte quatro horas do presente é uma missão que faz tremer a qualquer personagem super-herói do mundo e entrelaçar tantos "por quês e se" do passado com tantos "quando e tomara" do futuro, acarreta em um sobrecarregamento de idéias temporais sofrida pelo o presente e logicamente no presente, de tal modo que este deixa de ser vivido na sua essência sem o aproveitamento devido, passando a ser depósito de resto de lembranças velhas, ou gaveta de planos empoeirados, que ocupa todo espaço no arquivo da vida.

O nosso cérebro é constituído de diversas funções uma delas é a memória, esta fica responsável pelo o armazenamento das informações (o HD humano) é uma peça indispensável para a sobrevivência humana, sem ela não teríamos identidade e seriamos incapazes de realizar qualquer função: profissional, emocional, ou qualquer outro tipo que seja o problema é que "memória de mais faz mal a saúde", você pode está perguntando como assim? Eu explico: palestinos e israelitas, curdos e xiitas sofrem de um problema crônico de "superestimulação de memória aguda" com o arquivo da vida cheio de velhas lembranças, o passado influi muito mais presente do que o paradigma respectivo do tempo atual (o presente), gerando conflitos sem fins, mesmo sem saber o porquê das tantas rixas e nem ter testemunhado a real causa do desentendimento, as pessoas se matam doando o bem mais precioso que temos "a vida" por um passado teimoso que insiste em ocupar um espaço que não é o seu na linha do tempo, isso pode parecer loucura ou fanatismo em excesso dos povos orientais, mas continuamente operamos esse tipo de processo nas situações mais diversas em nosso cotidiano.

O assunto em pauta hoje em dia se chama "aquecimento global" todos falam sobre isso, escolas ensinam os alunos a preservar o planeta, chefe de estado vai a praça publica pedir aos seus compatriotas que ajudem o planeta, a mídia mostra os efeitos do aquecimento à população, o povo por sua vez, ofuscado por um medo explicito nos jornais e televisão, preocupa-se com o futuro dos seus netos e bisnetos, todos pensando no "futuro" do planeta, adotando essa linha de raciocínio nossa máquina do tempo que nos leva ao futuro não seria tão perigosa, nos trazendo benefícios, pois essa preocupação com o futuro pode ajudar a salvar o nosso querido planeta, certo? Errado, pois foi esse mesmo botão que foi apertado alguns anos atrás que nos trouxe a essa situação. A busca desenfreada pelo o progresso fez a humanidade entrelaçar as linhas temporais presenteando o futuro, tornando-o cada vez mais próximo. Visando o avanço econômico e também posso dizer "um mundo de futuro" o homem esqueceu de cuidar do presente tornou-lo fútil, transformando-o apenas em mecanismo de construção do futuro, esquecendo que irremediavelmente vivemos no presente.

A fábula das formigas e a cigarra nos mostra como é importante preocupar-se com o futuro e vivê-lo de forma bem presente, as formigas trabalham o verão inteiro para poupar para o inverno em quanto a cigarra vive o seu presente dia por dia, visando que vivemos em um mundo inteiramente capitalista, essa fábula pode ser mais um fruto desses amantes do futuro, (futuro mola propulsora do dinheiro) a figura da cigarra representa o homem desprovido de maquinas do tempo, representa a fragilidade de quem não guarda seus planos no arquivo da vida e mostra as conseqüências de quem vive um dia de cada vez, independentemente da felicidade sentida pela a dona cigarra nos dias de verão a fábula enfatiza o sofrimento no inverno, onde poderia ser evitado se a dona cigarra antecipasse o seu futuro. Como tudo no capitalismo é planejado, essa visão do presente-futuro não poderia ter um público melhor, as crianças portadoras do futuro devem aprender em quanto são presente a importância do futuro.

O parágrafo acima mostra que a banalização ou uso freqüente da implantação de paradigmas de tempo no presente é decorrente do interesse de sistemas controladores que ditam costumes as grandes massas. Com isso percebemos que somos induzidos a construir planos e também remoer velhas lembranças como fuga de um presente "chato e cansativo". Viver unicamente no presente pode parecer monótono e até nostálgico, as lembranças e os planos já fazem parte da nossa vida, aprendemos ainda em berço o valor do futuro e quando mais velho saboreamos o doce gosto do passado, fugir desse caminho parece impossível, somos condicionados a isso. Inexoravelmente conduzidos à máquina e obrigados a apertar o botão vermelho, infelizmente não somos donos nem do nosso tempo.

Glauber Guedes

Autor: Glauber Guedes


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