PROMOÇÃO DA MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA DOS IDOSOS NO ASILO.
PROMOTING IMPROVEMENT OF QUALITY OF LIFE OF ELDERLY IN ASYLUM.
Ana Paula Merisse Campos Gonçalves¹
Bárbara Pereira Alves¹
Chayene Cristina de Moraes¹
Gláucia Rodrigues Santos¹
Robson Fernando dos Santos¹
Tawana de Oliveira Neder Paulino¹
Ana Paula Barbosa²
Resumo:
É observado que muitas famílias atualmente internam seus idosos em casas de repouso ou em asilos, essa ação torna-se mais comum quando o idoso apresenta problemas de saúde, como hipertensão, esquizofrenia, distúrbios neurológicos e motores. Em outros casos as famílias internam os idosos com o único propósito de livrar-se do peso de cuidar e conviver com eles. Com essa realidade, os idosos já chegam aos asilos desmotivados, vendo que a própria família o desvaloriza. Essa sensação de abandono, carência e revolta traz consigo maiores problemas como início de depressão e doenças psicossomáticas. Os asilos têm que desempenhar atividades que tornem a convivência mais harmoniosa e menos monótona, como atividades lúdicas, recreações, rodas de conversas e atividades em grupo que proporcionem uma maior interação e um convívio mais rico e fraterno.
Palavras-chave: Idosos, família, casas de repouso, asilos, abandono, atividades lúdicas.
*¹ Alunos do 2º Ano N do Curso de Psicologia da Universidade de Franca (SP)
*² Professora Orientadora do Projeto. Psicóloga. Especialista em Didática. Mestre em Universidade Federal de São Carlos (SP). Doutora em Serviço Social pela UNESP/Franca (SP)
Abstract:
It is observed that many families currently hospitalized their elderly in nursing homes or in nursing homes, this action becomes more common when the elderly have health problems such as hypertension, schizophrenia, neurological disorders and motors. In other cases families hospitalized elderly patients with the sole purpose of getting rid of the burden of caring and living with them. With this reality, the elderly have come to nursing homes discouraged, seeing that the family weakens. That sense of abandonment, anger and grace brings more problems as the start of depression and psychosomatic illnesses. Hospices have to perform activities that make living more harmonious and less monotonous, as recreational activities, recreation, wheels conversations and group activities for greater interaction and a richer fellowship and fraternal.
Keywords: Seniors, families, nursing homes, retirement homes, abandonment, playful activities.
Introdução:
A sociedade discrimina de maneira dura os idosos, os colocando como pessoas improdutivas e que geram a família um peso a mais, esquecem que os idosos com sua vivência e experiência podem ter mais condições de tomar decisões com sabedoria.
Conforme Fraiman (1995) apud Bacelar (2002) refere-se ao conceito de velhice, esclarece o critério adotado pela ONU para "categorizar a pessoa na qualidade de velho ou Terceira Idade", a partir dos 60 anos. A partir daí, orientar-se-iam as medidas administrativas que se fizeram necessárias.
Diferentemente da população oriental que tem o idoso como o referencial dentro da família, tendo lugar de destaque nas tomadas de decisão; no ocidente o idoso é visto como um peso a ser carregado dentro da família. Por conta disso, o idoso percebendo a maneira com que é tratado ou por vontade própria sai de casa e busca alojar-se num abrigo ou asilo ou então a família o coloca no asilo, como forma de ficar livre da responsabilidade de estar convivendo e cuidando dele.
Ao chegarem ao asilo, a maioria dos idosos se vêem desmotivados e não interagem com os demais pelo fato da dor e do desprezo recebido muitas vezes pela própria família, sendo necessário que sejam realizadas atividades que os façam restabelecer a auto-estima e ter uma convivência menos rotineira e mais harmoniosa e dinâmica.
Material e Métodos
Os tipos de pesquisa que utilizados foram: bibliográfica, de campo e pesquisa-ação e o método aplicado foi o dedutivo
Conforme Cruz e Ribeiro (2003), o método dedutivo leva o pesquisador do conhecido ao desconhecido com pouca margem de erro; por outro lado, é de alcance limitado, pois a conclusão não pode exceder as premissas.
Segundo Lakatos e Marconi (1987):
"A pesquisa bibliográfica trata-se do levantamento, seleção e documentação de toda bibliografia já publicada sobre o assunto que está sendo pesquisado, em livros, revistas, jornal, boletins, monografias, teses, dissertações, material cartográfico, com o objetivo de colocar o pesquisador em contato direto com todo o material já escrito sobre o mesmo".
A Pesquisa de Campo é a pesquisa que observa e coleta os dados os dados diretamente no próprio local do fato em estudo, caracterizando-se pelo contato direto com o mesmo, sem interferência do pesquisador, pois os dados são observados e coletados tal como ocorrem espontaneamente (Lakatos e Marconi, 1996).
A Pesquisa-Ação conforme Tripp apud Grundy, Kemmis (1982) é uma família de atividades. Tripp apud Heikkinen, Kakkori e Huttunen (2001), na pesquisa-ação parece existir uma situação multi-paradigmática entre os que fazem pesquisa-ação.
Thiollent define pesquisa-ação como sendo:
"Um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo".
Com bases nesses métodos, buscamos demonstrar os dados e os resultados obtidos durante a pesquisa.
O Universo Pesquisado foi a A.M.A.I. ? Associação Morroagudense de Amparo ao Idoso Lar Feliz, localizada na Avenida XV de Novembro, n° 1.007, no municio de Morro Agudo, estado de São Paulo, foi fundada em 2007, com o propósito de acolher os idosos e dar a eles qualidade de vida.
Atualmente conta com 26 moradores, de ambos os sexos, com idade acima de 60 anos, o regime adotado pela instituição é a de internato.
A instituição é mantida pela Sociedade Civil e por subvenções da Prefeitura Municipal de Morro Agudo, a entidade não possui convênios e é a rede municipal de saúde que atende aos idosos pelo SUS.
Sua diretoria é composta por 16 membros, sendo o atual Presidente: Nilo Aurélio de Souza Ramos e a Coordenadora: Rita de Cássia Fiatikoski Ângelo, contam também com Assistente Social, Enfermeiras, Nutricionista, Fisioterapeuta, Educador Físico, Cozinheiras e Auxiliar de Serviços.
Com relação aos cuidados com os idosos, a instituição conta com dois turnos, nos quais são desempenhadas as funções de cuidar dos idosos e do espaço físico da instituição.
A higiene é bem rigorosa, observando que todas as roupas pessoais e de cama são guardadas e lavadas individualmente, sabonetes, buchas para banho, escovas, também são individuais e são dados dois banhos ao dia ou mais conforme a necessidade.
Para a coleta de dados, foram utilizados: entrevistas e questionários.
Como diz Ramos e Aragão apud Cervo e Bervian (2002), "a entrevista não é uma simples conversa, ela é orientada para alcançar um ou mais objetivos".
Günther apud Yaremko, Harari, Harrison e Lynn (1986), define questionário como um conjunto de perguntas sobre um determinado tópico que não testa a habilidade do respondente, mas mede sua opinião, seus interesses, aspectos de personalidade e informação biográfica.
Almejamos através das atividades desenvolvidas trazer aos idosos uma melhor qualidade de vida, através de atividades lúdicas, conversas, observação e o acompanhamento do dia-a-dia da instituição que foi de suma importância para nosso crescimento.
Porém, não foi tão simples a elaboração das atividades na instituição. Nós não tínhamos a visão total dos internos da instituição e essa visão completa da realidade deu-se apenas com o nosso participar e conhecendo melhor cada idoso.
Nós nos deparamos com a realidade dos internos da instituição, onde muitos não tinham condições de locomoção, outros tinham, porém, com dificuldades, outros não conseguiam falar ou falavam pouco, dificultando o compartilhamento de informações, isso trouxe a nós um desafio maior para a realização de atividades.
Um fator importante é o de conhecer as dificuldades de cada um, tanto físicas quanto patológicas, no qual, juntamente com as enfermeiras da instituição tivemos a oportunidade de ler atentamente os prontuários médicos de cada interno, as enfermeiras nos acompanharam explicando os problemas e dificuldades de cada um e constatamos que muitos tinham problemas relacionados com diabetes, hipertensão, AVC (Acidente Vascular Cerebral), popularmente conhecido como "derrame", esquizofrenia, demência mental, depressão e demais doenças geriátricas.
Nossas atividades ficaram mais relacionadas à observação das atividades internas da instituição e auxiliando quando necessário, das atividades que desenvolvemos como pintura, filmes, histórias e de conversar com os idosos. O que ficou mais claro é a falta que os internos sentem de pessoas que conversem com eles, que escutem suas histórias, que se importem com sua história de vida e com o que sentem.
Observamos o zelo existente na instituição com relação aos cuidados com os idosos, com a alimentação, limpeza, remédios, higiene, fica claro o esforço de todos para que o melhor seja feito.
A falta mais gritante que pode ser percebida é da ausência da família, muitos relataram que sentem-se sozinhos pelo fato de poucas vezes ou dificilmente algum familiar ir visitá-los.
Um dado importante que constatamos através do questionário é que existe um número muito próximo de pessoas que querem sair do asilo caso pudessem e de pessoas que não querem sair do asilo, alegando que viver no asilo é melhor.
O espaço físico da instituição é ótimo, bem cuidado, propicia a realização de atividades físicas. Existe também uma horta no qual alguns internos cuidam pessoalmente.
A atividade que realizamos da pintura gerou em nós surpresa, com a criatividade e a disposição dos que estavam participando. Os filmes de época que passamos como o do Mazzaropi, por exemplo, gerou momentos de descontração e boas gargalhadas, as histórias contadas, utilizando o livro "Comédias para se Ler na Escola" de Luis Fernando Veríssimo fez com que alimentassem a imaginação, porém, as conversas que foram o ápice dos melhores momentos, ficando clara a necessidade de interação com o outro, expondo assim seus pensamentos, sua vida e seus valores.
Esperamos poder contribuído para trazer aos idosos domingos melhores, com momentos felizes e com amparo e carinho nos momentos em que estavam mais tristes e impacientes.
Podemos afirmar que essa experiência foi única e especial, por se tratar de nossa primeira experiência com a prática, que o compartilhar de nós para com os outros faz com que automaticamente, fique um pedacinho de nós com cada um deles e um pedacinho deles em cada um de nós.
Referências Bibliográficas
BACELAR, Rute, Envelhecimento e produtividade: processos de subjetivação. 2 ed. rev. Recife: Fundação Antônio dos Santos Abranches ? FASA, 2002.
GÜNTHER, H. Como elaborar um Questionário: Planejamento de Pesquisa para Ciências Sociais. Disponível em: . Acesso: 13 mar. 2011.
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RAMOS, E. T. C.; ARAGÃO, L. E. C. Relatório de Estágio. Diagnóstico Organizacional da Fundação Universidade Federal do Tocantins. Disponível em: . Acesso em: 13 mar. 2011.
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Autor: Robson Fernando Dos Santos
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