Sucateamento e desaparelhamento da Guarda Municipal
Companheiros e companheiras guardas municipais,
Assim como a quase totalidade do efetivo de nossa Corporação, fui tomado de extrema indignação e tristeza ao tomar conhecimento de que a Inspetoria Regional 1 está perdendo o prédio-sede, o qual será reformado e entregue à Polícia Militar de Pernambuco.
O prédio em questão trata-se de imóvel especial de interesse histórico cultural para o município, consoante a Lei Complementar nº 002/2008, de 11 de janeiro de 2008, que instituiu o plano diretor do município do Jaboatão dos Guararapes. Esta lei municipal faz menção ao sobredito imóvel, sito à Rua Santo Amaro nº14, Jaboatão-Centro, como sendo Prédio da Guarda Municipal.
Diante disso, impõem-se algumas considerações que passamos a expender nas breves linhas, a seguir:
Arguindo à luz de princípios lógicos, podemos afirmar que, sendo o imóvel em questão intitulado em legislação municipal como Prédio da Guarda Municipal, ao menos em tese, este somente poderia (e deveria) ser ocupado pela própria GUARDA MUNICIPAL, jamais por outro órgão seja ele municipal, estadual ou federal.
Antes de ser entregue à PMPE, o imóvel em alusão passará por ampla reforma. É curioso notar que a aludida reforma não era ou não foi necessária antes ? enquanto o prédio abrigava os profissionais da GCMJG ? mas, no entanto, para servir de sede aos profissionais da PMPE, tal reforma será levada a efeito.
O imóvel em alusão, em face de sua qualidade de imóvel especial de interesse histórico e cultural para o município, não poderia permanecer em melhores mãos caso fosse mantido como subsede da GCMJG, pois que "ninguém cuida melhor da casa que o próprio dono".
Pelo que nos consta, a IR-1 era a única dentre as demais IR?s que possuía sede própria ainda que em condições precárias de conservação. Sendo assim, caso se confirme "o despejo", no que diz respeito a instalações próprias a GCMJG estará literalmente sem guarida, já que nenhum dos prédios que ocupa atualmente lhe pertence.
A política de valorização profissional, tão propalada pela atual gestão municipal, passa a constituir mera figura de retórica, uma vez que as medidas adotadas pela prefeitura percorrem exatamente o caminho inverso, ao permitirem que seja retirado da GCMJG o pouco que lhe resta. Assim, fica evidente a inobservância da legislação e a incoerência administrativa dos gestores municipais, quanto à questão em comento.
Até o momento, não observamos qualquer contestação ou manifestação pública daqueles que estão à frente de nossa instituição, o que nos deixa extremamente preocupados e desolados. Como disse Martin Luther King:
"O que me preocupa não é o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... O que me preocupa é o silêncio dos bons." (grifo nosso)
Contudo, em que pese o silêncio sepulcral de alguns de nossos companheiros quanto à matéria vertente, resolvemos soltar a voz não só para demonstrar que não somos indiferentes aos fatos, omissos ou conformados diante de decisões que se nos afiguram impertinentes, inoportunas e incoerentes, mas também para evidenciar que tais decisões representam um claro prejuízo à nossa corporação e ao nosso futuro. Jamais aceitaremos passivamente o sucateamento e o desaparelhamento progressivo de nossa Corporação, tal como tem ocorrido nos dias atuais, sob pena de num futuro breve vermos declarada a sua extinção.
Esperamos, outrossim, despertar nossas entidades de defesa de classe, para que se juntem a nós na luta por dignidade e respeitabilidade perante a Administração Pública.
"Estamos de olho"
Reflexão: "Quem não se valoriza não pode esperar que os outros o façam".
Sem união perdemos a força, sem força perdemos a luta.
Um forte abraço azul-marinho.
Equipe do DEOLHONAGCMJG
Autor: Tedu Lemos
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