A PONTE IMAGINÁRIA



A PONTE IMAGINÁRIA
Belo Horizonte, 20-11-1976

A ponte estava escura.
Quantas coisas lindas
Tem um poeta
Para descrever uma velha ponte.

Começo com a informação
De que a lua
Que não era nova,
Que não era cheia,
Que era decadente
Mas, mesmo assim,
Tinha sua beleza
E clareava tudo.

Estaciono meu olhar para o rio,
De longe eu vejo ao longe,
Longe da ponte e longe de tudo,
Esquecido até da lua,
Uma chama a clarear
A pescaria de um homem.

Como se a lua não existisse, sigo.
Minhas pernas doem, estou cansado.

Começo a pensar
Em todos os caçadores,
Nos pescadores noturnos,
Nos camponeses cansados,
Nos amantes clandestinos,
Na rosa que dorme inocente
À espera que chegue o dia,
Para o mundo colorir.

Paro.
De repente me vi
Entrando em mim mesmo,
Como se tudo aquilo
Fosse uma cena particular.

Mas, infelizmente
Existe a guerra
Para matar a lua,
Para destruir a ponte
Que liga um mundo ao outro.
Para destruir os camponeses.

Era uma vez uma ponte.

Autor: Gilberto Nogueira De Oliveira


Artigos Relacionados


Maior Ponte Sobre Mar Do Mundo

Ponte (poesia)

Cidade De Ponte Da Barca

Cidade De Ponte De Lima

Na Ponte, Apenas Uma Pequena Mureta

Cidade De Ponte De Sor

Na Ponte