Morfologia e Sintaxe



Morfologia é o componente da gramática que trabalha a estrutura interna das palavras. Em outras palavras, pode-se dizer que a morfologia é o estudo mais detalhado ou o estudo da forma. Para tratar sobre morfologia é preciso saber primeiramente o que é uma palavra. A palavra é a "unidade mínima com som e significado que pode, sozinha, constituir enunciado, forma livre" (DICIONÁRIO AURÉLIO), e através desta definição, tem-se então a definição da unidade máxima da morfologia. Mas como reconhecer então uma palavra nunca antes ouvida ou mesmo criar palavras que nunca antes foram proferidas? A resposta para esses questionamentos estão no conhecimento que se pode adquirir dos morfemas de uma língua. É através da identificação dos morfemas que se obtém o reconhecimento dessas palavras.
A morfologia ocupa um papel importante no estruturalismo. O método estruturalista mostra que, o fato de alguém não saber falar uma determinada língua não implica em identificar seus morfemas. É necessário apenas identificar formas recorrentes e observar qual parte do significado é recorrente na tradução.
Chomsky deu início a um novo conceito nos estudos da linguagem, que foi a Teoria Gerativista. No Gerativismo, as palavras são formadas ou analisadas por regras, deste modo, o estabelecimento dos morfemas e afixos tornam-se desnecessários. A ideia da teoria gerativa é que em vez de um léxico de afixos, a morfologia de uma língua deveria consistir em um conjunto de regras que descreveriam as modificações das formas existentes que estariam relacionadas com outras formas. Com o início da teoria gerativista, o estruturalismo foi deixado um pouco de lado e passou-se a buscar os universais da linguagem. A sintaxe passou a ser o ponto central da gramática, visto que ela tem uma maior similaridade entre as línguas.
Entretanto, Anderson (1982) questionou se a morfologia é realmente irrelevante para a sintaxe e se a morfologia deve ser processada no léxico, gerando uma discussão a respeito, tendo como objetivo mostrar que pelo menos uma classe de morfemas (conhecidos como morfemas flexionais), é relevante para a sintaxe e não podem ser ignorados pelo componente sintático, já que a morfologia é o estudo mais detalhado da palavra, a sintaxe tem por função estudar o papel que a palavra ocupa e o modo como elas são combinadas para compor sentenças. A morfologia é que faz a sintaxe funcionar.
A abordagem formalista é caracterizada pelo estudo das características internas à língua (o seu aspecto formal). O formalismo trabalha com as propriedades estruturais de uma língua. Essa perspectiva de analise adotada por Chomsky tem por função, através do estudo da língua em termos de suas partes, determinar os princípios de sua organização, para estabelecer as relações entre elas e seu uso. Já o funcionalismo, vê a linguagem como um sistema não autônomo, que nasce da necessidade de comunicação entre os membros de uma comunidade, que está sujeito às limitações impostas pela capacidade humana de adquirir e processar o conhecimento e que está continuamente se modificando para cumprir novas necessidades comunicativas. Para eles, o fato de a comunicação ser uma função essencial da linguagem, determina o modo como a língua está estruturada. Devido a isso, a análise de um fato linguístico deve considerar tanto falante quanto o ouvinte e as necessidades da comunicação linguística. Pensar a sintaxe através do funcionalismo implica alargar a análise para além dos limites da sentença. A variação linguística é um dos principais interesses da abordagem funcionalista.

REFERÊNCIAS

FERREIRA, Aurélio B. de Hollanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Versão 5.0. Rio de Janeiro: Positivo Informática, [2009 ?], 1 CD-ROM.
MUSSALIN, Fernanda; BENTES, Anna Christina. Introdução a lingüística: domínios e fronteiras. 4 ed. São Paulo: Cortez, 2004. p. 182- 244.


Autor: Tatiane Da Silva Bispo


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