LEVANTAMENTO DE FLORA E FAUNA DOS LOTES 27-B E 27-C - GLEBA PATRIMÔNIO MARINGÁ - PR.



O levantamento florístico e faunístico é um instrumento para avaliação da diversidade biológica que abrange a variabilidade de organismos vivos. O objetivo deste trabalho foi suprir as exigências dos itens III e IV do Laudo Geoambiental elaborado para os Lotes 27 B e 27 C da Gleba Patrimônio Maringá. A metodologia aplicada foi baseada em caracterização morfológica. Através da catalogação preliminar da fauna e flora possibilitou-se constatar o grau de conservação do ecossistema. Os aspectos florísticos e faunísticos demonstraram baixa riqueza e diversidade de espécies em virtude da interferência antrópica. Além disso, observou-se grande poluição e processos erosivos no leito do Córrego Mandacaru. Embora os fragmentos de mata ciliar do referido córrego se encontrem degradados, estão em fase de recuperação. Para acelerar este processo, deveriam ser feitos reflorestamento das margens. Desta forma, os recursos hídricos e a biodiversidade faunística e florística local seriam conservados. Também um trabalho de educação ambiental na população das imediações seria oportuno, na tentativa de recuperar as condições físico-químicas e biológicas do Córrego, a fim de otimizar a repovoação icitiofaunística local.

1 INTRODUÇÃO

O lote de terras números 27-B e 27-C (vinte sete-B e vinte sete-C), apresenta uma área total de 73.653,11 metros quadrados, estando situado na Gleba Patrimônio Maringá, no município e comarca de Maringá, estado do Paraná. O lote em questão está inserido no meio urbano, e faz fronteira a direita com a área militar (Tiro de Guerra), a esquerda com a rua Vereador Jorge F. D. Estrada (Vila Progresso), superiormente com a delegacia de Maringá (9ªSDP) e no limite inferior com o córrego Mandacaru. Neste último há a presença de um trecho de Área de Preservação Permanente (APP).
O objetivo deste trabalho foi suprir as exigências dos itens III e IV do Laudo Geoambiental elaborado para os Lotes 27 B e 27 C da Gleba Patrimônio Maringá. Dessa forma, o levantamento florístico e faunístico representa uma importante ferramenta para avaliar os fragmentos arbóreos existentes, bem como a fauna local, e assim, fornecer subsídios para tomadas de decisão quanto a eventuais modificações paisagísticas para implantação de um determinado empreendimento.


2 METODOLOGIA

O levantamento dos dados referentes ao meio biológico abrangeu a área total dos lotes 27 B e 27 C da Gleba Patrimônio Maringá, na cidade de Maringá, estado do Paraná. A coleta das informações referente a esse projeto foi realizada no mês de outubro de 2008 e buscou identificar as espécies presentes para a avaliação florística e faunística local.
Os procedimentos adotados para a identificação dos espécimes encontrados foram:
? Avaliação das características morfológicas disponíveis nas amostras vegetais, durante a caminhada no terreno, por interpretação visual;
? Para o estudo de espécies da mata ciliar, foram delimitadas parcelas distribuídas aleatoriamente nas áreas dos fragmentos florestais avaliados;
? Os dados dos indivíduos que apresentaram CAP (circunferência na altura do peito) igual ou superior a 15 centímetros foram mensurados e registrados em fichas de campo. A altura dos indivíduos foi anotada, utilizando-se um podão de 9 metros como escala. Algumas espécies com CAP inferior a 15 centímetro, como Peschiera fuchsiaefolia, Baccharis dracunculifolia e Solanum verbascifolium foram da mesma forma elencadas, devido à predominância na área avaliada;
? Foram coletados folhas, flores e frutos, para comparação com bibliografia especializada e obtenção do nome científico das espécies.
? Com relação à fauna local, a estimativa da riqueza e diversidade de espécies se deu por visualização a olho nu, durante permanência e caminhada no local de estudo, e comparação das respectivas características morfológicas com bibliografia especializada para obtenção do nome científico dos indivíduos amostrados.
? Para que houvesse uma maior abrangência na caracterização da fauna durante as observações diretas, foram feitas visitas em datas e períodos diferenciados, como seguem a seguir: dias 10/10/2008 e 20/10/2008 no período vespertino, das 13:30 às 17:00 horas; 11/10/2008, 12/10/2008 e 18/10/2008 das 8:30 às 12:00 horas, ou seja, no período matutino.
Através da catalogação preliminar da fauna e flora possibilitou-se constatar o grau de conservação do ecossistema.


3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1 ASPECTOS FLORÍSTICOS: LOTE 27-B

Em decorrência da localização urbana do terreno, observou-se intensa interferência antrópica, reduzindo a vegetação a algumas árvores isoladas. Uma grande área do referido lote, foi transformada em campo de futebol, e por conseguinte a vegetação predominante é do tipo gramínea. Seguindo em direção ao Lote 27-C, existe um espaço com vegetação arbórea e arbustiva, quase que exclusivamente na margem esquerda, limite com a área militar, onde ocorre predominância de Leiteiro (Peschiera fuchsiaefolia).
Foram encontrados 65 indivíduos distribuídos em 9 famílias e 10 espécies (tabela 01), sendo 2 espécies nativas e 8 exóticas. Embora haja maior riqueza de espécies nativas, a diversidade de espécies exóticas é superior. Com relação ao estágio sucessional, há predomínio de vegetação pioneira, ou seja, plantas com crescimento rápido e que se desenvolvem bem a céu aberto.


TABELA 01 ? Espécies vegetais encontradas no Lote 27 ? B

FAMÍLIA ESPÉCIE VERNÁCULO QUANTIDADE
Myrtaceae Eucalyptus spp. Eucalipto 1
Meliaceae Melia azedarach L. Santa Bárbara 1
Apocynaceae Peschiera fuchsiaefolia Leiteiro 18
Moraceae Fícus benjamina L. Fícus 2
Bigoniaceae Tecoma stans (L)Juss. Ex Kunth Ipê amarelo de jardim 1
Anacardiaceae Mangifera indica Mangueira 5
Moraceae Artocarpus integrifolia L Jaqueira 3
Rutaceae Citrus limonium Limoeiro 1
Rosaceae Eriobotrya japonica Lindl Nespereira 1
Leguminoseae-Mimosoideae Fabaceae Leucaena leucocephala Leucena 32


3.2 ASPECTOS FAUNÍSTICOS: LOTE 27-B

Em razão da localização da área e portanto da intervenção antrópica, a fauna foi fortemente reduzida à presença de espécimes muito comuns na cidade de Maringá. Dentre eles destacam-se aves, como pardal, sabiá, galo, além de mamíferos como cachorros (tabela 2). Também foi verificada a existência de artrópodes como insetos e aracnídeos, comuns em regiões semelhantes.

TABELA 02 - Espécies de animais encontrados no Lote 27-B
FAMÍLIA ESPÉCIE VERNÁCULO
Canidae Canis familiaris Cachorro
Phasianidae Gallus gallus domesticus Galinha
Charadriidae Vanellus chilensis Quero-quero
Columbidae Zenaida auriculata Pomba-amargosa
Columbidae Columba livia Pombo doméstico
Ploceidae Passer domesticus Pardal
Tyrannidae Pitangus sulphuratus Bem te vi verdadeiro
Cuculidae Crotophaga ani Anu preto
Furnariidae Furnarius rufus João de barro
Formicariidae Thamnophilus doliatus Choca-barrada
Hirudinidae Hirundo rustica Andorinha
Turididae Turdus rufiventris Sabiá


3.3 ASPECTOS FLORÍSTICOS: LOTE 27-C

A área em questão está em continuidade com o lote 27-B, e por conseguinte em localização urbana. Em decorrência desse fato, da mesma forma que para o lote anterior, observou-se intensa interferência antrópica, reduzindo a flora a traços de vegetações arbóreas, principalmente margeando a área militar, local este onde foi encontrada a maior riqueza de espécies, com predomínio de Leiteiro seguido de Aroeira, Alecrim do campo e Santa Bárbara. Devido à presença de dois moradores no local, a maior parte do terreno está sendo usado para agricultura, com cultivo de milho, mamona, feijão entre outras culturas.
O limite inferior desse terreno apresenta áreas de vegetação nativa ao longo do curso d?água denominado Córrego Mandacaru, configurado a chamada Área de Preservação Permanente ? APP.
Excetuando-se a APP, foram mensurados 223 indivíduos distribuídos em 18 famílias e 25 espécies (tabela 03), sendo 12 espécies nativas e 13 exóticas. Com relação ao estágio sucessional, há predomínio de vegetação Pioneira, ou seja, plantas com crescimento rápido e que se desenvolvem bem a céu aberto, seguido de Secundária Inicial.


TABELA 03 ? Espécies vegetais encontradas no Lote 27 ? C
FAMÍLIA ESPÉCIE VERNÁCULO QUANTIDADE
Meliaceae Melia azedarach L. Santa bárbara 18
Apocynaceae Peschiera fuchsiaefolia Leiteiro 50
Leguminoseae-Mimosoideae Fabaceae Leucaena leucocephala Leucena 15
Asteraceae Baccharis dracunculifolia Alecrim do campo/ Vassourinha 31
Anacardiaceae Schinus terebenthifolius Aroeira 35
Myrtaceae Syzygium cumini Lamarck Jambolão 3
Leguminoseae-Papilionideae-Fabaceae Machaerium stipitatum (DC). Vog. Sapuva 8
Ulmaceae Trema micrantha (L.) Blume Pau pólvora 1
Leguminoseae-Mimosoideae Fabaceae Enterolobium contortisiliquum Orelha de macaco/ Timburi 1
Solanaceae Solanum verbascifolium Fumo-bravo 9
Solanaceae Cestrum nocturnum Dama da noite 1
Euphorbiaceae Croton urucurana Baill Sangra d`água 3
Mytaceae Psidium guajava Goiabeira 15
Convallariaceae Dracena fragans Pau d?água 4
Ruscaceae Cordyline terminalis Dracena vermelha 2
Lauraceae Persia americana Abacateiro 4
Musaceae *Musa spp. Bananeira Várias
Rutaceae Citrus limonium Limoeiro 2
Caricaceae Carica papaya Mamão 7
Rosaceae Eriobotrya japonica Lindl Nespereira 1
Anacardiaceae Mangifera indica Mangueira 8
Moraceae Morus nigra L Amoreira 2
Myrtaceae. Eugenia uniflora L. Pitangueira 1
Bixaceae Bixa orellana Urucum 2
Euphorbiaceae *Ricinus communis L. Mamona Várias
* Musa spp. e Ricinus communos não foram mensurados no resultado final do número total de espécimes da referida área do Lote 27-C


3.4 ASPECTOS FAUNÍSTICOS: LOTE 27-C

Assim como observado no Lote 27-B, em decorrência do terreno localizar-se na área urbana, e portanto ter sofrido intervenção antrópica nos habitats naturais, a fauna foi fortemente reduzida a presença de espécimes comuns na cidade de Maringá e em outras propriedades rurais. Dentre eles destacam-se aves, como galinha da angola, quero-quero, pardal, sabiá, além de mamíferos como cavalo, porco, cachorro (tabela 4), sendo que esses últimos foram encontrados na propriedade de um dos moradores do local. Também foi verificada a existência de artrópodes como insetos e aracnídeos, comuns em regiões semelhantes. Infere-se a presença de répteis devido à concentração de vegetação em determinadas áreas do terreno.

TABELA 04 - Espécies de animais encontrados no Lote 27-C
FAMÍLIA ESPÉCIE VERNÁCULO
Canidae Canis familiaris Cachorro
Phasianidae Numida meleagris Galinha da Angola
Suidae Sus domesticus Porco
Equidae Equus caballus Cavalo
Charadriidae Vanellus chilensis Quero-quero
Columbidae Zenaida auriculata Pomba-amargosa
Columbidae Columba livia Pombo doméstico
Ploceidae Passer domesticus Pardal
Tyrannidae Pitangus sulphuratus Bem te vi verdadeiro
Cuculidae Crotophaga ani Anu preto
Furnariidae Furnarius rufus João de barro
Formicariidae Thamnophilus doliatus Choca-barrada
Hirudinidae Hirundo rustica Andorinha
Turididae Turdus rufiventris Sabiá


3.5 CURSO DE ÁGUA E MATA CILIAR

As áreas de vegetação nativa ao longo dos cursos d?água configuram Áreas de Preservação Permanente - APP onde a vegetação original deve ser mantida. Em cursos d?água com até 10 m de largura, essa faixa de proteção deve apresentar, no mínimo, 30 m de largura, e ao redor das nascentes, deve ter um raio de 50 m (BRASIL, 2002, 2004). Embora estes parâmetros estejam regulamentados de acordo com o artigo 2º da Lei no 4.777/65, o terreno em estudo, não comporta as medidas acima mencionadas. Além de não atingir o mínimo de 30 metros de vegetação ripária, em vários locais é visível áreas de erosão, que compromete o leito do córrego Mandacaru.
A área ripária, bem como o córrego Mandacaru tem sido alvo de intensa perturbação, em função de fatores de degradação como desmatamento e acúmulo de lixo. É visível a poluição deste leito de água, determinando a redução da fauna local. Desta forma, pode se inferir sobre a presença de espécies que sobrevivem em lugares degradados, como o peixe barrigudinho (Phalloceros caudimaculatus).
Com relação a outros integrantes da fauna local, notaram-se os mesmos organismos mencionados anteriormente, com ênfase nos artrópodes como insetos e aracnídeos, comuns em regiões semelhantes. Infere-se a presença de répteis devido à concentração de vegetação.
Em relação aos aspectos florísticos da APP, há predominância de vegetação de estrutura herbácea e formação de vegetação arbórea, além de cobertura vegetal do tipo capoeirinha.
Foram mensurados 96 indivíduos distribuídos em 11 famílias e 15 espécies (tabela 05), sendo 10 espécies nativas e 5 exóticas. As espécies que participaram com maior número de indivíduos na composição da cobertura florestal foram: Baccharis dracunculifolia (19,8%), Croton urucurana Baill (16,7%), Leucaena leucocephala (14,6%) e Psidium guajava (11,4%). As espécies exóticas registradas na mata ciliar, foram: Melia azedarach L., Leucaena leucocephala, Mangifera indica, Eucalyptus spp. e Dendrocalamus giganteus. Dos espécimes avaliados, observou-se predomínio de vegetação Pioneira.

TABELA 5 ? Espécies vegetais encontradas na Área de Preservação Permanente

FAMÍLIA ESPÉCIE VERNÁCULO QUANTIDADE
Leguminoseae-Mimosoideae Fabaceae Enterolobium contortisiliquum Orelha de macaco 3
Asteraceae Baccharis dracunculifolia Alecrim do campo 19
Mytaceae Psidium guajava Goiaba 11
Leguminoseae-Mimosoideae Fabaceae Leucaena leucocephala Leucena 14
Anacardiaceae Mangifera indica Mangueira 2
Bombaceae Ceiba speciosa Paineira 2
Meliaceae Melia azedarach L. Santa Bárbara 3
Apocynaceae Peschiera fuchsiaefolia Leiteiro 5
Anacardiaceae Schinus terebenthifolius Aroeira 4
Euphorbiaceae Croton urucuranaBaill Sangra d?água 16
Euphorbiaceae Croton floribundum Capixingui 4
Moraceae Ficus sp Figueira 4
Myrtaceae Eucalyptus spp Eucalipto 2
Solanaceae Solanum verbascifolium Fumo bravo 6
Poaceae Dendrocalamus giganteus Bambuzal 1

Em decorrência da degradação apresentada pela mata ciliar, verificou-se baixa riqueza e diversidade de espécies, quando comparada a áreas semelhantes com estado de conservação satisfatório.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

A área total do terreno (Lotes 27-B e 27-C), apresentou um total de 384 indivíduos, pertencentes a 22 famílias e 34 espécies, sendo que 18 são consideradas nativas, ou seja, encontradas naturalmente no território brasileiro, enquanto que 16 são exóticas e portanto, foram introduzidas no Brasil. Como pode ser observado, embora haja uma considerável concentração de espécimes nativos, ainda há um grande contingente de espécies exóticas. Isso pode ser justificado em parte à intervenção antrópica, que ocasiona muitas vezes desequilíbrio ecológico. Um exemplo de distúrbio é a introdução de espécies exóticas que se proliferam rapidamente, como Leucaena leucocephala, que na área estudada, representou um grande percentual de indivíduos. Essa planta é considerada uma praga no ambiente, pois por não terem uma boa relação com a floresta nativa, pode competir desigualmente pelo espaço, chegando até matar as espécies naturalmente encontradas na região.
O lote em estudo, apesar de apresentar a relação área x riqueza/ diversidade de espécie baixa, quando comparada a dimensões semelhantes de terreno, que não sofreram a ação antrópica, demonstra relações ecológicas importantes, em razão de apresentar um trecho de sua extensão inserido em uma área de preservação permanente, a mata ciliar. Essa última apresenta uma heterogeneidade florística elevada por ocuparem diferentes ambientes ao longo das margens dos rios. A grande variação de fatores ecológicos nas margens dos cursos d'água resultam em uma vegetação arbustivo-arbórea adaptada a tais variações (MARTINS, 2001).
Os resultados demonstram que os fragmentos de mata ciliar do Córrego Mandacaru se encontram fortemente degradados, porém verificou-se que a APP apresenta-se em fase de recuperação, como pode ser evidenciado pela presença de plantas jovens. Para acelerar o processo de recuperação deverá ser feito um reflorestamento das margens deste Córrego, e desta forma estariam sendo conservados os recursos hídricos e a biodiversidade faunística e florística local.
Para tanto algumas medidas devem ser tomadas, entre elas: plantar espécies nativas com ocorrência em matas ciliares da região; plantar o maior número possível de espécies para gerar alta diversidade; utilizar combinações de espécies pioneiras de rápido crescimento junto com espécies não pioneiras, em uma proporção aproximada de 70% de pioneiras e secundárias iniciais para 30% de secundárias tardias e de clímax; plantar espécies atrativas à fauna; respeitar a tolerância das espécies à umidade do solo, isto é, plantar espécies adaptadas a cada condição de umidade do solo (MARTINS, 2008). Alem dessas providências seria importante a redução do número de Leucenas.
As espécies da fauna encontradas e relatadas são comuns em áreas urbanas, e consideradas oportunistas. A baixa densidade de indivíduos, o baixo número de espécies e a baixa diversidade apresentada no terreno devem estar relacionadas à degradação da vegetação ripária, o que resultou na perda de espécies nativas e provocou uma considerável homogeneização da biota (RICKLEFS, 2003). Assim, a manutenção das árvores frutíferas locais como Goiabeira e Figueira, bem como o uso de outras espécies atrativas a fauna, é uma estratégia que favorecerá a população animal local e proporcionará a chegada de novas espécies devido à oferta do recurso.
Por fim, por se tratar de um ecossistema complexo, onde ocorre à interação entre os diversos meios, o planejamento da recuperação deve então considerar a relação da vegetação com a fauna, que atuará como dispersora de sementes, contribuindo com a própria regeneração natural. Espécies regionais, com frutos comestíveis pela fauna, ajudarão a recuperar as funções ecológicas da floresta, inclusive na alimentação de peixes.
É importante também que se faça um trabalho de educação ambiental na população das imediações, na tentativa de recuperar as condições físico-químicas e biológicas do Córrego, a fim de otimizar a repovoação icitiofaunística local.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução Conama no 302, de 20 de março de 2002. Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente. Diário Oficial da União, Brasília, DF, n. 90, 13 maio 2002. Seção 1.
________. Lei no 4.771, de 15 de setembro de 1965. Institui o Novo Código Florestal. Disponível em: . Acesso em: 20 abr. 2004.
GALVES, W.; JEREP, F. C.; SHIBATTA, O. A. Estudo da condição ambiental pelo levantamento da fauna de três riachos na região do Parque Estadual Mata dos Godoy (PEMG), Londrina, PR, Brasil. Pan-American Journal of Aquatic Sciences (2007) 2 (1): 55-65.
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LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil. v. 1. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum. 2002
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__________. Árvores exóticas do Brasil: madeireiras, ornamentais e aromáticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum. 2003
MARTINS, S. V. Recuperação de matas ciliares. Viçosa: Aprenda Fácil, 2001.
MORO, D. A. (Org). Maringá, espaço e tempo: ensaio de geografia urbana. In: VILLALOBOS, J. G. Maringá: fundos de vale, política, legislação e situação ambiental. Maringá: Programa de Pós Graduação em Geografia ? UEM, 2003.
RICKLEFS, R. E. 2003. A Economia da Natureza. Rio de Janeiro, Editora Guanabara Koogan. 503p.
SCHERER-NETO, P.; STRAUBE, F.C.; Aves do Paraná.História, lista anotada e bibliografia. Curitiba: Ed. Dos autores. 1995.
SOUZA, D. Todas as aves do Brasil. Guia de campo para identificação. Feira de Santana: Editora Dall. 1998.
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Autor: Paula Silveira Perioto


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