RESOLVI CALAR



RESOLVI CALAR

No dia que ele me mandou calar a boca, fiquei atônita, chamei sua atenção mas ele deu de ombros.
Pedi para não repetir o gesto com outras pessoas, poderiam retribuir tamanha grosseria com atitudes drásticas.
É certo que mandar alguém calar a boca é uma ofensa, semelhante a um tapa no rosto, o semblante endurece e as reações são imprevisíveis.
Esclareci isso a ele, óbvio que numa linguagem própria para a sua idade. Mas não é que ele teve a coragem de me mandar calar a boca novamente? Estava assistindo seu desenho favorito e eu estava "incomodando".
No fim das contas, fui totalmente ignorada, contemplei a inocência em pessoa sentada no sofá da sala, olhos fixos na TV saboreando a sua mamadeira; crianças, pensei, resolvi calar.

Autor: Maria Estela Ximenes


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