OS NOVOS SENHORES DO MUNDO



No limiar da globalização neoliberal, grupos que exercem o poder, principalmente aqueles que concentram a maior parte do capital que circula no mercado podem vir a serem em alguns anos, como em filmes de ficção, os detentores do poder sobre o planeta terra e as almas viventes que nele coabitam.

Em uma época em que a fusão de grandes corporações faz parte do dia-a-dia de nossos noticiários, com certeza o mais perigoso reside na criação de grandes conglomerados dos meios de comunicação. Com um livre mercado anárquico, a pressão a favor de uma desregulamentação ampla e irrestrita é o que se vê no discurso dos grandes grupos de comunicação estadudinenses refletindo diretamente em nosso país.

Nem a rede mundial de computadores, apregoada aos quatro cantos como baluarte da liberdade de expressão conseguiu escapar da cruel estratégia de monopólio dos grandes grupos que atualmente controlam esse meio.

Com o controle das comunicações nas mãos de poucas empresas, o que muda é só a ?embalagem? dos produtos por elas produzidos, seu conteúdo pouco se modifica e está recheado de objetivos perigosos, unificando hábitos, costumes e valores com apenas um propósito: o lucro e a continuação de um sistema capitalista perverso. Além da padronização das notícias, os jornalistas perdem a liberdade de criticar os grupos detentores do poder midiático, se transformando em ?objetos descartáveis?.

A desvalorização dos profissionais de comunicação pelo monopólio surge a partir do momento em que notícias deixam de ter sentido enquanto informação, entretenimento e info-diversão e passam a ser meras mercadorias, suprimindo o trabalho de investigação, que só é praticado visando os interesses particulares de alguns. Com isso, o que era para ser informação passa a configurar como ativos comuns de determinados grupos, onde a prática de ?recortar e colar? artigos de um jornal ou veículo para outros, se tornou corriqueira.

De nada adianta liberdade de expressão se as pessoas não souberem pensar e se expressar. Os meios de comunicação só serão ferramentas de libertação quando a comunidade tiver mais educação e capacidade crítica na análise de seus conteúdos, ao contrário, o grito dos oprimidos não tem força retórica e as pseudo-informações passam a ser os grilhões da escravidão moderna.

Autor: Heráclito Ney Suiter


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