A TEOLOGIA SIMBÓLICA DA PATRÍSTICA



Teologia Patrística surge com os bispos, sacerdotes e leigos, que pregam a fé através da vivência pastoral.
Patrística é o nome dado à filosofia cristã que ocorreu entre os séculos II e VIII, elaborada pelos Pais da Igreja, os primeiros teóricos ?- daí "Patrística" ?- e consiste na elaboração doutrinal das verdades de fé do Cristianismo e na sua defesa contra os ataques dos "pagãos" e contra as heresias.
Foram os pais da Igreja responsáveis por confirmar e defender a fé, a liturgia, a disciplina, criar os costumes e decidir os rumos da Igreja, ao longo destes séculos do Cristianismo. É a Patrística, basicamente, a filosofia responsável pelo elucidação progressiva dos dogmas cristãos e,pelo que se chama hoje, de Tradição Católica.
A Patrística divide-se geralmente em três períodos:
até o ano 200 dedicou-se à defesa do Cristianismo contra seus adversários (padres apologistas, como São Justino Mártir, etc.).
até o ano 450 é o período em que surgem os primeiros grandes sistemas de filosofia cristã (Santo Agostinho, Clemente Alexandrino, etc.).
até o século VIII reelaboram-se as doutrinas já formuladas e de cunho original (Boécio, etc.).
Esta divisão da Literatura Patrística em três períodos é geralmente feita, mais didaticamente, da seguinte forma:
Período ante-niceno - corresponde ao período anterior ao Concílio Ecumênico de Nicéia (324 d.C). Geralmente compreende os escritos surgidos entre o século I e início do IV século.
Período niceno - corresponde ao período entre os anos anteriores até alguns imediatamente posteriores ao Concílio Ecumênico de Nicéia (324 d.C). Geralmente compreende os escritos surgidos entre o início do IV século até o final deste.
Período pós-niceno - corresponde ao período compreendido entre os V e VIII séculos.


Fundamentio Patrístico ? " Crer para entender e entender para Crer "
Contextos e Desafios :
Após grande período de perseguição ao cristianismo, vem a " Paz Constantina ", quando o cristianismo torna-se a religião oficial do Império Romano.
Aparecem então os riscos :
Secularizar-se entrando na estrutura política do Império ou .helenizar sua doutrina..
Esta resposta é dada pelos Santos Padres através da propagação da essência do evangelho..
Toda beleza e sabedoria está em Cristo, sem a qual as mesmas não existem.
SECULAR- que não pertence a uma ordem religiosa e participa do mundo civil
SECULARIZAR - voltar á vida leiga.
Surgem neste perído, mais precisamente no século III, duas escolas teológicas rivais , que foram a de Antioquia e a de Alexandrina. A primeira interpretava ao pé da letra as escrituras e,a segunda, preocupava com o sentido espiritual. Os ensinamentos dos padres era marcadamente bíblicos, liturgicos e cristico-eclesial, inculturada e plural.
Bíblica- -utilizavam o simbolismo da Bíblia para propagar o evangelho.(Santo Agostinho usava muito deste simbolismo em suas narrações.)
Litúrgica - momento particularmente feliz da verdadeira e autêntica teologia. Litúrgica, porque nasce da homilia crística-eclesial. A pessoa de Jesus Cristo em sua relação viva com a Igreja, constitui a chave privilegiada da leitura dos dados da Fé. Não existe Igreja sem Cristo e não existe o Cristo fora da Igreja.
Na patrística oriental em função da tradição neoplatônica tentam mostrar os limites dos nossos conhecimentos de Deus.
Na patrística ocidental latina, houve uma coerência da interpretação da escritura , da síntese cristã e das grandes categorias neoplatônicas.
As controvérsias teológicas da era patrística , transformaram-se na época, talvez mais interessante de toda a história da Igreja, inclusive os padres exerciam na mesma pessoa diferentes funções.
As fontes patrísticas influenciaram muito os dogmas, as práticas sacramentais, atitudes e crenças referentes á vida, á morte e ao pós-morte, sendo uma referência para a Igreja atual.Varios documentos do Concílio Vaticano II, basearam-se nelas.
A patrística apresentou alguns limites, deu pouca atenção ao concreto histórico e ao valor profético do pensamento da fé, em função do crescente poder imperial da época.
Os padres também não conseguiram superar os limites da filosofia grega.
Tratando-se de filosofia patrística, não devemos, como outrora, pensar somente nas obras de filósofos que só foram filósofos. A filosofia da patrística está, antes contida nos tratados dos pastores de alma, pregadores, exegetas, teólogos, apologetas que buscam antes de tudo a exposição da sua doutrina religiosa. Mas ao mesmo tempo, levados pela natureza das coisas e, dada a ocasião, se põem - a resolver problemas propriamente pertencentes à filosofia; e, então, pela força do assunto, versam á metodologia filosófica.

O LEGADO DA PATRÍSTICA FOI PASSADO À ESCOLÁSTICA.


Bárbara Araújo Elias


Referências:
MURAD, J.B.Libanio Afonso. Introdução á Teologia. 7. ed.São Paulo:Loyola, fev. de 2010.
FRANCA, Padre Leonel. Noções de Historia da Filosofia. Editora Agir, 1973.

Autor: Bárbara Araújo Elias


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