A alma de meus poemas
Meus poemas não são frios
Nem saíram do gelo,
São quentes como o fogo
Que toca e queima as feridas do mundo.
Meus poemas queimam na alma,
Desmontam estruturas,
Apesar de nada mudar.
Meus poemas são ínfimos e ocultos,
Como o grão de areia.
A verdade é que meus poemas,
Brotam da alma espraiada na consciência
do lençol que cobre o mundo.
Quiçá possam chamar-me de "Boca do inferno*"
Ou alcunhar minha pena de "caneta maldita"
Pelo simples compromisso,
Ou fato de não ser fria nem vazia.
Minha caneta,
Por onde pare meus poemas,
É remédio e veneno,
É veneno e remédio
É imagem de contradição da própria vida.
Autor: Adilson Motta
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