Bulying na Faculdade



BULLYING TAMBÉM ACONTECE NA UNIVERSIDADE

Dra. Marislei Brasileiro1

Você já se sentiu constrangido por um colega que fez uma "brincadeira" de mal gosto? Por outro lado, você é do tipo que caçoa das pessoas e não se importa com o que elas sentem, afinal é somente uma brincadeira?
Todos os dias alunos do mundo todo sofrem com um tipo de violência que vem mascarada na forma de brincadeira inofensiva.
Conta-se que Albert Einstein era constantemente zombado pelos colegas por seu jeito esquisito e que Isaac Newton teve que ser retirado do colégio por sua mãe, pois tinha uma cabeça maior que a média e sempre se calava diante das ofensas e depreciações dos colegas.
Comportamento considerado normal por muitos pais e professores hoje é chamado de Bullying.
Quem nunca foi zoado ou caçoado por alguém? Seja por meio de risadinhas, empurrões, apelidos, ridicularizações ou intimidações, o Bullying, segundo Martani (2005) é um termo inglês que designa a prática de atos agressivos entre estudantes, o qual pode acarretar sérias conseqüências tais como: queda de auto-estima, suicídio e outras tragédias.
Em outras palavras, trata-se de zombaria. De acordo com o Ferreira (2005) a zombaria é uma manifestação malévola, irônica ou maliciosa, por meio do riso, palavras ou gestos, com que se ridiculariza ou expõe ao desdém uma pessoa, instituição ou atitude. É o mesmo que caçoar, malhar, fazer chacota, vaiar.
Comportamento freqüente em escolas e até mesmo em instituições de ensino superior, o desrespeito às diferenças é percebido de diversas maneiras.
Para Martani (2005) alunos são chacoteados pelos colegas o tempo todo com brincadeiras desagradáveis, fazendo com que estes não tenham a menor possibilidade de reagir ou mesmo reclamar.
Muitas vezes, pais e professores ignoram ou ralham superficialmente com o agressor, mas não percebem quando a relação agressor-vítima ou ator-alvo está passando dos limites.
A vítima pode ser qualquer pessoa tímida, fragilizada, com dificuldade ou que não teve estrutura para responder, com maturidade, à primeira chacota. Apresentar uma dificuldade; não saber como reagir a um apelido jocoso; sofrer um pequeno acidente frente à turma; apresentar um cacoete, enfim, vivenciar uma situação constrangedora diante dos colegas e não se livrar do estigma rapidamente são características preferidas para os portadores de Bullying (zombeteiros).
Por outro lado, o zombeteiro também pode ser uma vítima. Primeiro que ele vive uma relação de dependência com o zombado. Ele espera sempre que a vítima não saiba como se livrar dele com inteligência. O zombeteiro pode ser filho de pais que o criticam constantemente com zombaria. Portanto, o filho tende a reproduzir o comportamento junto aos colegas considerados fracos para se sentir aliviado. Nolte (2003) afirma que as crianças aprendem o que vivenciam. Existem também os co-zombadores: aqueles que se nutrem e se divertem com o sofrimento alheio, fazendo "coro" para a rizada.
É ainda Martani (2005) quem afirma que o empobrecimento da auto-estima tanto da vítima quanto do agressor pode causar prejuízos ao rendimento escolar, dificuldades para falar em público, inclusive evoluindo para quadros de estress, depressão, gastrite, colite, asma e distúrbios alimentares e até mesmo síndrome do pânico.
Certamente a intenção do zombeteiro é humilhar a vítima. Se este não responde com humilhação a zomba perde-se no ar.
A falta de empatia (capacidade de se colocar no lugar do outro e sentir o que ele sente) é uma característica dos portadores de Bullying. Por outro lado, o zombeteiro também precisa de ajuda, pois sofre o desprezo e a distância dos demais, enquanto não percebe que tem o problema.
Faz-se necessário um esforço coletivo de pais, professores e acadêmicos para que seja repensada toda e qualquer forma de zombaria não somente no ambiente estudantil, mas também no doméstico e social.
Afinal, respeito é bom e faz bem para a saúde.


MARTANI, S. As conseqüências do Bullying. Informativo: Leia. Goiânia, Ano I , n º 2, out/2005.
FERREIRA, AB.H.Dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005.
NOLTE, D. As crianças aprendem o que vivenciam. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.


Autor: Marislei Brasileiro


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