Despedir-se encontrando



Despedir-se encontrando

Encontrar-se é também despedir-se.
Se isto é bom ou se causa dor, choro, saudade...
Certeza é que antes deste encontro também outro houve,
E deste abdicamos, nos abrindo aos novos momentos,
Novas coisas e, principalmente, pessoas,
Com as quais dividimos nossas virtudes e faltas,
Mas também somamos o que somos para fazer o projeto do vir-a-ser
Que como um continuum, vai surgindo,
Vai nascendo e nos refazendo.

O despedir-se talvez não signifique deixar o que dá lugar ao novo,
Mas pode significar utilizar o posto como base para a novidade que surge.

Temer o novo, é nos temer a nós mesmos que maturamos
nos renovando ? é mesmo paradoxal.
Verdade é que não maturamos sozinhos, isto somente é possível
No atrito de corpos que habitam um mesmo espaço sentimental, vivencial-constitucional.

Fizemos juntos! Somos parte uns dos outros.
E assim nos despedimos dos começos para novos começos.
Neste sentido, parece que não existe fim no que fazemos, no que somos.

Despedir-se é encontrar-se ? aqui achamos lenimento ?
Criando coragem para nos projetarmos ao escuro,
E neste, a cada passo, trazendo lume,
Alumiando com o que somos: oferta para novas possibilidades.

Nunca os mesmos,
Até o próximo encontro!


Ailton Araújo de França

Autor: Ailton Araújo De França


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