Repensando o natal



Repensando o natal

"Natal não foi só um dia
Nem também só em Belém
Quem recebe a Eucaristia,
Renova o Natal também".
(Fr. Antonio José OFM)
Se a cada natal o celebrássemos com atitudes diferenciadas, como algo extraordinário, com certeza ele traria a "Boa Nova anunciada aos homens de boa vontade". O grande problema é que a sociedade tem coisificado esta celebração fraterna e em tantos contextos, banalizado o verdadeiro sentido natalino. Almejamos paz, bondade, amor, justiça doação e ate fraternidade. Mas como alcançá-los num mundo tão conturbado, alvejado pelas ondas da violência manifesta em várias facetas? Que méritos temos de receber em nosso meio um Deus tão grande, compassivo e complacente? Só sendo mesmo a manifestação de muito amor para comungar com o homem da mesma condição relativa à sobrevivência.
Recebemos um Deus menino advindo de uma família humilde, porém virtuosa, nascido num estábulo ou curral na mais extrema pobreza, num total silêncio de uma noite escura. É contraditório, mas cheio de significados se ultrapassarmos a superfície em busca da profundidade que dá vazão a uma compreensão de um amor incondicional disposto a se humilhar, se aniquilar para salvar, elevar e enobrecer a humanidade.
Naquela noite a Luz brilhou sobre as trevas, o Sol da Justiça resplandeceu (mal.4.2) e a estrela de Belém indicou o local da Boa nova. E ainda hoje, a Luz, o Sol da Justiça e a estrela de Belém estão a iluminar, a resplandecer e a indicar o sinal da Salvação, mas o mundo em seu materialismo está sempre a rejeitá-los dada a atmosfera festiva e consumista assegurada pela transitoriedade dessa vida.
De que forma então temos vivenciado o Natal?
Há uma preocupação exagerada nas pessoas em arrumar a casa, pintar as paredes, preparando o ambiente para a "chegada dos enfeites natalinos", pois na noite principal tudo precisa estar bonito para a ceia em família seguida da troca de presentes... As lojas, prédios e ruas parecem surpreendentes com tantas iluminarias e enfeites encantadores que despertam uma atmosfera pacífica até para com os inimigos, pois tudo parece mágico, "naquela noite". E aí grandes dívidas são contraídas para início de um novo ano. As pessoas parecem estar um pouco mais solidárias "pensando" nos mais necessitados... Mas, onde fica a concretude de tudo isso? Certamente todos esses preparativos estão no plano superficial ou foram esquecidos à margem. É preciso arrumar também a casa do coração, revendo os trapos velhos que o ocupam trocando-os por valores que plenificam; aí sim, suas paredes ganharão uma nova cor. É preciso enfeitá-lo de virtudes que nos tornem mais humanos, fraternos e solidários a ponto de não nos fecharmos egoisticamente com as guloseimas e sim partilharmos o que temos com o semelhante, não tão somente com os familiares. É preciso realmente muita luz e brilho para clarear os setores obscurecidos pela falta de fé.
E a solidariedade como é que fica? Será que ela ultrapassa a linha do pensamento nos mais necessitados e vai alem de suas necessidades com fim de saná-las? Não basta apenas pensar, é preciso agir. E esse agir atinge os liames da comunhão.
Se pois ,limparmos com o óleo da fé e os panos das virtudes o nosso coração, faremos sempre dele uma confortável manjedoura na qual o Filho do Homem possa nascer e permanecer em comunhão com os irmãos.
Como é que celebro a festa da paz, do amor e da esperança, sem nenhum despojamento dos meus interesses e visão de necessidade do outro? Está na hora de refletir mais as nossas ações. É preciso unirmo-nos às vozes que clamam de todos os recantos da terra: Vem, Senhor Jesus!!!
Jesus precisa habitar o coração do homem para que a paz reine nesse mundo atribulado por tantas injustiças.
Fica então o questionamento: Qual é mesmo para mim o verdadeiro sentido do natal? Será que estou apto(a)a deixar Cristo renascer em meu coração? Que atitudes concretas devo adquirir como cristão (ã) para que o Natal aconteça sempre em minha vida?
Valdina Germano Soares
Prof. Especialista em Língua
Portuguesa e Ensino Religioso.


Autor: Valdina Germano Soares


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