Procura-se profissionais especializados em "fazer acontecer"



Por Yara Rocca
Não é de hoje que eu tenho recebido inúmeros currículos de pessoas que estão a procura de "um lugar ao sol" no mercado de trabalho. Eles encontram-se em vários momentos de vida e carreira.
Tem os estudantes querendo ter sua primeira oportunidade. Tem aqueles que, descontentes com o que encontraram até agora, estão em busca de "uma coisa melhor". Há os que desejam ganhar mais dinheiro, pois estão insatisfeitos com seus resultados financeiros. Também percebo a presença daqueles que, a meu ver, parecem ter se tornado "especialistas" em insatisfação e, através de vários "nãos" que recebem das empresas, reforçam ainda mais a sua frustração com a falta de perspectivas.
E é justamente sobre este último perfil de profissional que decidi escrever este artigo.
Na maioria dos currículos que recebi, era visível o valor que eles davam para seus títulos acadêmicos, certificados de participação em cursos, o nome das empresas para as quais eles já trabalharam, a importância que tinha para eles estar trabalhando num escritório lindo, bem localizado e com todos os benefícios que eles se julgavam merecedores de ter.
No entanto, o que me chama mais a atenção é o seguinte:
Por que esses profissionais se apresentam e se comportam assim e não conseguem ser absorvidos pelo mercado de trabalho? Uma das respostas encontra-se na entrevista. Eles não conseguem passar na entrevista. Sabe por que?
Na minha humilde opinião, eles estão em busca de alguém que os "salve". Os salve das dívidas, dos credores, da desilusão de ver que fizeram a escolha errada da profissão, e agora, com o diploma na mão, eles "precisam arrumar alguma coisa na área". Eles precisam ser salvos da vergonha perante a família e os amigos que se encontram com suas vidas e carreira estruturadas e eles ainda não. Isso sem falar, na própria falta de respostas para a pergunta que não quer calar: "o que é que eu estou fazendo aqui?"
Tirando as questões de sobrevivência, para que serve o nosso trabalho? Qual a nossa motivação para estar no mercado de trabalho? Por que enviar currículos para esta e não para aquela empresa?
Empresas como a minha e milhares de outras também, precisam ter em seu time, profissionais que tenham estas respostas. Acreditamos que o trabalho serve para nos fazer crescer em todos os sentidos e nos ajuda a cumprir a nossa missão de vida. Nascemos com dons e talentos, desenvolvemos habilidades que nos capacitam para ocupar cargos neste "lugar ao sol" (sim, este lugar existe).
Portanto, se o seu propósito profissional for apenas ganhar dinheiro,arrumar um emprego para não ficar desempregado, ter um salário que dê para pagar as contas no final do mês, fatalmente você continuará enviando currículos e mais currículos, passando por entrevistas, sem ter sucesso.
A minha dica para você que encontra-se nesta situação mas quer mudar essa realidade é:
- Esqueça por alguns instantes as suas necessidades e foque nas necessidades da empresa contratante
- Pesquise essa empresa e veja se você é a pessoa ideal para trabalhar lá e se tem real condições de "fazer acontecer" algo que faça essa empresa crescer
- Em vez de chegar pleiteando benefícios e querendo ganhar dinheiro logo de cara, lembre-se dos seus deveres como trabalhador
- Comece oferecendo o seu trabalho, em vez de buscar um emprego. Faça de graça, se for o caso. Essa pode ser a sua porta de entrada e permanência lá para novos projetos
- Páre de se gabar por ter feito apenas a sua obrigação (estudar) e divulgue o que você já foi capaz de "fazer acontecer". Estudar não significa ter experiência.
- Não aposte todas as suas fichas na sua formação acadêmica. As faculdades despejam na rua anualmente milhares de pessoas que, se não souberem "fazer acontecer" vão ficar no olho da rua, segurando um diploma na mão que não serve para nada.
Antes de dizer que, justo você, uma pessoa que tem x, y, z formações e diplomas, não entende como pode estar há tanto tempo desempregado, perceba que até agora você tem enxergado as empresas como uma extensão da sua própria casa. Ou seja, que a empresa deve ocupar o lugar dos seus pais e lhe dar tudo de que você precisa e até agora não foi capaz de lhe dar. Conheço gente que já passou dos 50 anos e tem se comportado assim.
Analiso o mercado, ouço as notícias e vejo que, o que mais está em falta hoje é gente "especializada em fazer acontecer". Para estes, as portas do mercado de trabalho sempre estarão abertas, não só na minha empresa, mas em qualquer empresa do mundo.
Yara Rocca é jornalista, diretora da agência Yara Rocca Comunicação, que está no mercado há 19 anos, desenvolvendo e executando estratégias e projetos de comunicação (online e offline) criativos que tem contribuído para o crescimento e fortalecimento de marcas nacionais e multinacionais no país.
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Twitter: @YaraRocca

Tags: carreira, Yara Rocca
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Autor: Yara Rocca


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