Agente da Violência no Brasil



Agentes da Violência no Brasil

Wanderson Vitor Boareto
Graduado em História e Bacharel em Direito, Pós graduado em História e Construção Social, Docência do Ensino Superior e Educação Empreendedora.


Resumo
Analisando a sociedade brasileira e os agentes geradores da violência que é um dos grandes males de nossos tempos modernos. Para entender o aumento da violência é necessária uma visão mais crítica do nosso sistema regente e de nossa economia que eleva a desigualdade social e com isso cria possibilidades para o aumento da criminalidade.

Palavras Chaves
Sociedade, Violência, Mercado de Trabalho, Escola, Classes sociais 


A sociedade brasileira vive o terror da violência, Ganges esparramam à criminalidade em todos os meios urbanos das grandes e pequenas cidades. O crescimento do uso de drogas e do consumo de álcool pelos adolescentes é uma realidade preocupante. Porém a desigualdade social que tem sua origem na má distribuição de renda também é um fator que deve ser analisado.
O desemprego também é um fator importante neste sistema que regrado pelo consumo e pelo poder aquisitivo, muitos são privados do poder de compra devido ao desemprego ou aos baixos salários que na maioria são pagos a aqueles que não têm qualificação profissional para a demanda do mercado. Este mercado que cada dia é mais exigente em relação á mão de obra, não se fala em capacitação e sim de qualificação, ou seja, as grandes empresas e o comércio não preparam seus funcionários, eles querem o funcionário já pronto. É claro que é uma forma de se economizar, já que o mercado de trabalho é competitivo e existe uma mão de obra excedente.
No entanto, as famílias também passam por um momento delicado devida muitas vezes a ausência para trabalhar devido às necessidades materiais dos nossos dias. Estas crianças e adolescentes vivem jogados a sorte, com isso são alvos fáceis para caminhar ao mundo das drogas e dos crimes, já que muitas crianças e adolescentes são recrutas pelos traficantes para servir de aviãozinho (pessoas que entregam os pacotes de drogas) ou de vigia nos pontos estratégicos das grandes favelas.
É muito comum nos meios de comunicação se ouvir que o lugar de criança é na escola, porém, o tempo que esse indivíduo passa na escola é apenas quatro horas e meia, e o resto do dia? Ele passa nos projetos das escolas integrais, falar isso é fechar os olhos para a verdade às escolas integrais são uma realidade distante ,já que a verba destinada a educação não consegue suprir as necessidades desse projeto.


"Tragicamente, esse modelo favorece uma cultura reducionista, baseada numa visão encurtada da vida, consumista, exaltando o individualismo, magnificando o mais esperto, considerando o mais competente, enaltecendo o espírito competitivo e enfraquecendo os ideais de cooperação, de solidariedade e de compaixão com destituídos sociais."(BOFF,PG62)


A escola é um dos pólos de formação mais não é o único, temos ainda a religião que através de suas doutrinas morais trabalha o caráter dos seus adeptos, temos a sociedade que tem sobre cada pessoa sua influencia individual e como já foi falado a família. Colocar a culpa na educação seria muita infantilidade, todos os outros têm suas responsabilidades.
A pergunta é de quem é a culpa? É claro que uns mais culpados que outros, mas sejamos sinceros se queremos um verdadeiro culpado, basta nos olhar no espelho, todos nos temos a nossa parcela de culpa já que fechamos os olhos para as desigualdades sociais, os menores abandonados, a fome, o aumento da violência e tantas coisas mais que elevas os problemas sociais.


"Numa sociedade mercadamente injusta, seu direito não é outra coisa senão um pilar da injustiça. O direito brasileiro não foge desta regra: a sociedade dividida, da opulência de alguns e da miséria brutal de muitos é também a sociedade da civilização e da legalidade para poucos e da brutalidade da violência sem direito para a maioria." (MASCARO, PG31)


A discussão é longa já que a nossa forma de governo não tem uma política social que atinja as camadas mais necessitada, não estou falando em esmola como os projetos de bolsas (Bolsa família, bolsa escola, etc...) e sim de uma política pública que qualifique os cidadão para o mercado de trabalho é possa sustentar a sua família com dignidade, tem outras prioridades como a redistribuição de terra, financiamentos dos pequenos produtores, da agricultura familiar, o pequeno comerciante e tantos outros setores que são maus administrados.
Para uma mudança verdadeira teríamos que mexer em toda a sociedade, já que somos regrados pela cultura, "o arroz tá pouco meu pilão primeiro" como diz o ilustre Dr. Aristides Ribas de Andrade Filho, professor de filosofia e de ética da Faculdade de Direito de Varginha. Sendo assim, o individualismo é também um gerador da violência devido ao descaso de toda a sociedade.


"O que importa é que qualquer moralidade de exploração sociológica, da generalização empírica a explicação causal, representa conceptualmente a realidade através de propriedades que são essenciais para a descrição empírica pura da ordem existente na manifestação dos fenômenos sociais" (CARDOSO,PG31)


O Brasil é um Estado ainda muito novo temos apenas 500 anos, porém, temos muito que fazer já que o amanhã começa hoje, e o nosso futuro depende de nosso discernimento e de nosso compromisso com a sociedade que queremos para nos e nossos filhos.

"Sabemos que houve uma longa evolução na consciência moral, desde os dia do homem primitivo até a atualidade. Este processo, testemunha-o, no decurso da história de vários povos, a falta de um princípios morais que consideramos fundamentais para a cultura e a civilização."(MESSNER,PG100)

Bibliografia

BOFF, Leonardo, Depois de 500 Anos Que Brasil Queremos? Ed Vozes, 2000, Petrópolis ? RJ
MESSNER, Johnnes, Ética Social, Ed Quadrante, São Paulo - SP
CARDOSO, Fernando Henrique, Homem e Sociedade, Ed Companhia Editora Nacional, 1975, São Paulo ? SP
MÁSCARO, Alysson Leandro, Filosofia do Direito e Filosofia Política, Ed Atlas, 2003, São Paulo - SP








Autor: Wanderson Boareto


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