Inclusão escolar: o que realmente está sendo feito por nossos alunos?



Quando falamos em inclusão mergulhamos num assunto extremamente complexo e cheio de dúvidas. Entendemos que incluir um aluno com necessidades especiais numa classe regular de ensino é bom e viável a partir do momento que se tenha a certeza de que esta atitude realmente fará bem ao nosso aluno e contribuirá efetivamente com o seu desenvolvimento integral. O que observamos ultimamente é que os alunos são apenas "depositados" nas escolas, pois deste forma tem-se uma imagem ilusória de inclusão; mesmo porque não há, em momento algum da LBD, a obrigatoriedade da matrícula em classe regular, mas sim sua oferta preferencial, bem como a garantia de atendimento (desde a educação infantil - 0 à 6 anos -) de qualidade com profissionais capacitados e que seja possível atender às peculiaridades de cada um.
Chegamos então ao ponto chave desta discussão: profissionais capacitados e não somente profissionais com boa vontade. Poucos professores tem formação em educação especial e todos nós atendemos alunos com necessidades especiais! O que fazer diante disso? Claro que não recusaremos nossos alunos, é óbvio que procuraremos em todos os lugares disponíveis o que fazer e como agir com este e aquele aluno com tais necessidades, é certo de que alguns de nossos colegas nos ajudarão pois já passaram por esta situação, e é uma triste verdade que continuaremos assim por muito tempo!!!
A maioria de nós já tivemos alunos com necessidades especiais em sala de aula, no entanto pouca ou nenhuma formação se tem diante da necessidade do atendimento de qualidade, não por falta de interesse, mas simplesmente porque de uma hora para outra resolveram que independente da necessidade, o aluno estaria matriculado em classes regulares, e infelizmente percebemos que isto pouco importa aos órgãos competentes...
Ninguém fora de sala consegue perceber o quanto esta falsa inclusão prejudica o aluno, o quanto ele é excluído do grupo por não fazer ou participar disto ou daquilo, e dizemos excluídos pois a sociedade ainda não sabe lidar com as diferenças, poucas famílias conseguem passar valores de respeito e igualdade à seu filhos.
Temos a esperança de que esta confusão possa ser resolvida a tempo, senão teremos uma nova versão da Progressão Continuada, que foi mal interpretada e que hoje acompanhamos de camarote os estragos feitos nos alunos, o comodismo e a indiferença deles em relação aos estudos!

Autor: Marina Cristina Deoclides Da Silva


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