Europa e euro no charco



Os arquitectos do euro tiveram consciência dos riscos da moeda única, pois a solidez impolsionou os esbanjadores. Assim, nasceu o Pacto de Estabilidade e Crescimento de 1997, um método rígido, simplista, mas eficaz. A maior flexibilidade reclamada pelos estados membros tornou o euro muito mais frágil.

Se Portugal ainda tivesse o escudo, jamais nos teriam emprestado os milhões que agora nos sufocam, e já há muito tempo, os desequilibrios orçamentais teriam sido forçosamente corrigidos. Curioso, a segurança que o euro constitui no meio da crise, foi a mesma segurança, que permitiu aos paises cometerem os erros, que agora ameaçam a moeda única.

A história fala por si, qualquer moeda, multi-nacional é condenada a explodir quando há desequilíbrios nas economias de quem a partilha, como é o caso da União Monetária. Assim sendo, o euro não fugirá à regra, pois as diferenças culturais e económicas na Europa são enormes. O desnível das economias da zona euro é gigantesco. A bancarota da Grécia é apenas o primeiro sintoma, outros se seguirão, como é o caso de Portugal, Irlanda, Itália, Espanha, Belgica e França. As medidas e os planos de aausteridade impostas aos países previcadores, apenas adiam o fim anunciado. Não vale apena adiar a agónia.

Parece teoria da conspiração, mas a verdade é que os Estados Unidos arquitetaram o euro, com a cumplicidade da Comunidade Europeia, com intenção de infectar a Europa, com o conceito americano de globalização e de lucro máximo a curtíssimo prazo.

A dívida america é insondável, eles dissociaram o dólar do padrão do ouro, baixaram o valor do dólar em 98% relativamente à onça do ouro. Os EUA ao imprimirem montanhas de dinheiro, para desvalorizar o dólar, arriscam-se a uma terrível hiperinfleção, seguida de uma depressão.

A queda da Europa e do euro ao charco, empurrará o mundo para uma segunda grande depressão, onde a ganância de ganhos financeiros rápidos será exterminada e substituída pela sobrevivência do capital. O dólar moribundo, com o desarcimento do euro, continuará temporariamente vivo.
Fonte do artigo: http://www.mundocontramao.com
Autor: Francisco Fonseca


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