MELHORAMENTO GENÉTICO NA ESTRUTIOCULTURA
Renan de Mello Spadetto¹, Guilherme Oliveira Sanglard¹, Gabriel Altoé¹, Wilber Ribeiro¹, Fausto Moreira da Silva Carmo²
¹- Acadêmicos do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Castelo. FACASTELO.
E-mail: [email protected]
²- Docente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Castelo. FACASTELO.
O avestruz Struthio camelus, é a maior ave em existência (Rogers, 1998), pertence à família das ratitas, ou seja, é uma ave corredora, sendo originaria da África do Sul. Os machos adquirem plumagem preta e branca aos dois anos de idade, enquanto que as fêmeas é marrom-acinzentado (Shanawany, 1996). O avestruz está ganhando cada vez mais interesse como animal de criação, devido ao seu potencial de produzir carne vermelha saudável, com um baixo teor de gordura (Cooper e Horbanezuk, 2002). Antigamente a produção de plumas era a razão principal de criação da ave, porém, nos últimos anos, a importância da criação tem aumentado mundialmente para a produção de carne e couro (Deeming, 1999).
A criação comercial de avestruz é conhecida como estrutiocultura, devido ao seu nome de origem Struthio camelus, surgiu no Brasil no inicio dos anos 90 e rapidamente espalhou-se por todo o território. Encontram-se no meio comercial três raças de avestruz: Red Neck, Blue Neck e African Black, essa classificação é baseada na coloração da pele dos animais adultos, já que todos apresentam a mesma coloração de plumas.
Apesar de ter sido domesticado a mais de 100 anos, a expansão da indústria de avestruzes é inibida devido aos problemas encontrados durante o processo de incubação artificial de seus ovos (Deeming et al., 1993).
Para manter um equilíbrio em qualquer atividade de produção, tem que se obter uma maior produtividade, com uma melhor qualidade do produto a um custo competitivo. Para isso são necessárias pesquisas que permitam o desenvolvimento tecnológico da criação. O objetivo do presente trabalho foi relatar o crescimento da estrutiocultura no país, juntamente com os novos meios de melhoramento genético envolvendo a espécie.
A produtividade de qualquer criação só pode ser aumentada se o potencial genético dos animais for melhorado, e isto só é possível com o desenvolvimento de programas de melhoramento genético. Dentre esses programas de melhoramento encontrados na atualidade, podemos destacar a técnica dos marcadores genéticos.
A genética genômica, por meio de utilização de técnicas moleculares, permite a identificação de pontos de referência no DNA, denominados marcadores genéticos. Diversas técnicas estão disponíveis para detecção da variabilidade genética na seqüência de DNA, identificando polimorfismos existentes. A tecnologia do DNA recombinante e a reação em cadeia da polimerase (PCR) são as ferramentas básicas para a detecção dos marcadores genéticos (Faria et al., 2000).
O marcador genético serve para relacionar, favoravelmente, alelos de características quantitativas identificadas no mesmo cromossomo e, sua detecção propicia informações sobre o modo de ação gênica individual e suas interações, auxiliando na compreensão da variação quantitativa e sua utilização prática na produtividade animal (Faria et al., 1999). Com o uso dessa técnica é possível identificar e associar genes com caracteres qualitativos, de acordo com o fenótipo desejado, além de se ter condição de eliminar rapidamente genes recessivos deletérios de populações.
Prioli et al. (1999) revela que o RAPD (Random Amplified Polymorfic DNA) é um método excelente para conduzir estudos de análises genéticas de populações e variação genética em espécies de diversos organismos, uma vez que é de rápido resultado.
Os marcadores genéticos aparecem com uma poderosa ferramenta para melhoria nos programas de melhoramento genético na estrutiocultura, fato que releva a importância deste trabalho uma vez que se têm poucos artigos referentes à criação de avestruzes no país, dificultando a criação dessas aves, já que os produtores não têm informações suficientes para desenvolver e melhorar tal prática de criação.
REFERÊNCIAS
COOPER, R.G.; HORBANCZUK, J.O. Anatomical and physiological characteristixs of ostrich (Struchio camelus var. demoestricus) meat determine its nutricional importance for man.Amin. Sci. J., Leocester, v. 73, p.167-173,2002.
DEEMING, D.C.; Ar, A. Factors affecting the success of commercial incubation. DEEMING, D.C. (Ed.). In: The Ostrich: Biology, Production and Health. New York: CABI Publishing. 1999. P. 159-190.
DEEMING, D.C.; AYRES, L.; AYRES, F.J. Observations on the commercial production of ostrich (Struthio camelus) in the United Kingdom: incubation. Veterinary Record, v. 132, n.24, p. 602- 607, 1993.
FARIA, F.J.C., et al. Análise de polimorfismo do gene k- caseína em fêmeas da raça nelore e efeito sobre o peso à desmama de suas progênies. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte, v.51, n.4, p. 377- 382, 1999.
FARIA, F.J.C., et al. Análise de polimorfismo do gene B- lactoglobulina em vacas da raça nelore e efeitos sobre o peso à desmama de suas progênies. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte, v.52, n.3, p. 261-265, 2000.
PRIOLI, S.M.A. et al. Variabilidade e estrutura genética de populações naturais. Componente Biótico Genética, Maringá, 1999.
ROGERS, M. Ostrich farming. Farming World, v.54, p.59-6, 1998.
SHANAWANY, M.M Ostrich farming is an ancient business. World Poultry, v.12, p. 427- 432, 1996.
Autor: Renan De Mello Spadetto
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