PROSTITUIÇÃO E SEXO



PROSTITUIÇÃO E SEXO

A prostituição é popularmente conhecida como a "profissão" mais antiga do mundo. O sexo, por conseguinte, aparece como temática relevante no domínio público e produto principal para o desenvolvimento do comércio sexual ? venda do corpo. Segundo Botelho (2003), a Organização Mundial da Saúde (OMS) a prostituição pode ser definida "como aquela atividade em que uma pessoa faz intercâmbio dos serviços sexuais por dinheiro ou qualquer outro bem. Este fenômeno se dá em qualquer classe socioeconômica entre mulheres, homens e menores de idade".

De acordo com Ferreira (1975), o termo prostituição significa "Ato ou efeito de prostituir-se; comércio habitual ou profissional do amor sexual".

Na Grécia e Roma Antiga, de acordo com SANTOS (2002), a prostituição era legítima e pode ser explicada através da afirmação que a venda do corpo é um mal necessário para manter a moral da família. "A prostituição(...) é como a fossa no palácio: tire a fossa e o palácio vai se tornar um lugar sujo e malcheiroso" (SANTOS 2002 apud ROBERTS, 1998, p. 100).V

Nesse período já se observava as diferenças entre a esposa e mulher da rua ? "puta"; "prostituta"; "mulher de vida fácil". Os homens optavam pelas prostitutas quando, segundo BOTELHO (2003 apud ROBERTS, 1998), as restrições do casamento com a mulher "boa"- esposa ? lhes entediava.

Com a ascensão do cristianismo no século V, a prostituição começou a ser estigmatizada e o sexo fora do casamento foi reprimido por ser entendido como a causa primária dos males da humanidade. A prática sexual com prostitutas passou a ser considerado um pecado mortal. As mulheres ditas de vida "fácil" eram discriminadas pela Igreja por serem consideradas pecaminosas.

Mesmo diante das atuais mudanças sociais, culturais e econômicas a Igreja Católica ainda afirma que o papel do sexo no casamento é somente para procriação e as relações sexuais que não tiverem essa finalidade são consideradas um pecado.

A partir do século XX, a prostituição assume um caráter mercadológico por meio das instituições empresariais eróticas, e a atividade da prostituta começa a ser coordenada por um terceiro ? "agenciadores", "cafetões" ou "cafetinas" ? em troca de "segurança" e um lugar para prostituir-se.

Apesar da repressão social e religiosa, a prostituição não terminou e ao contrário do esperado renova-se e ressurge com mais força. As crianças e adolescentes também são alvos de exploração sexual de maneira mais acentuada e ao mesmo tempo são vítimas de violências biopsicossociais.

Considerada uma das grandes atividades econômicas do mundo. Espécie cinergética para os países pobres, questão pragmática para as democratas ocidentalizadas, a prostituição é o destino cruel do desenraizamento cultural e da globalização capitalista. [...] Aquelas em que o prazer transitório de uns tantos, se dá com o continuado e extremo sofrimento de muitos outros. A extensão da prostituição no capitalismo global tem a sua equivalência na dimensão da perda dessa qualidade única do humano: a dignidade. http://www.mulheres-ps20.ipp.pt/Retorno_reificacao_mulher.htm

De acordo com SANTOS (2002), a prostituição envolve uma economia oculta que alimenta diversos setores da economia legítima, podendo ser considerada um empreendimento lucrativo e estável. A globalização remete aos indivíduos pressões sociais e econômicas, e em virtude disso é cada vez maior o número de pessoas a ingressarem no comércio do sexo, tornando essa atividade um amplo complexo de produção e consumo dos serviços destinados ao lazer do homem moderno ? "entretenimento adulto".

O mercado do sexo é uma atividade ampla, submersa em contradições, e envolve tantas pessoas e sentimentos, que definir o seu sentido com exatidão é algo complexo e difícil. A prostituta, geralmente, é compreendida como a "culpada" pela perversão, entretanto o cliente-prostituidor é um dos principais personagens para o desenvolvimento do comércio do prazer sexual. Nessa ótica, a prostituta é uma vítima e não se condena vítimas, devem oferecer-lhes oportunidades de mudanças.


Autor: Priscila Pereira Santos


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