UMA ANÁLISE REFLEXIVA SOBRE OS PRINCIPAIS MÉTODOS E ABORDAGENS NO ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS CONFORME MAROSOV & MARTINEZ



RESENHA:
UMA ANÁLISE REFLEXIVA SOBRE OS PRINCIPAIS MÉTODOS E ABORDAGENS NO ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS CONFORME MAROSOV & MARTINEZ


Thathyanne Emanuelle de O. Santos



MAROSOV, Ivete & MARTINEZ, Juliana. A Didática do ensino e a Avaliação da aprendizagem em Língua Portuguesa. Curitiba: Ibpex, 2008.

Inicialmente, as autoras chamam a atenção do leitor para a percepção do quanto somos influenciados por nossas crenças e valores, mostrando que estes estão presentes, também, no dia-a-dia do professor. Sendo assim, o professor de LE (Língua Estrangeira) deve estar atento quando produz e porque produz, uma vez que quando ele tem esta percepção, ele perceberá qual a concepção de língua e de ensino por trás de determinado método e assim fazer suas escolhas coerentemente.
Na obra em análise, as autoras focam a didática do ensino de LE propriamente dita, apresentando diferentes maneiras de pensar na LE, dada a diversidade de abordagens encontradas nas aulas de LE, defendem a autonomia do professor para escolher o melhor caminho.
No ensino de uma segunda língua, observa-se a dicotomia apresentada no que concerne a aquisição e aprendizagem de uma segunda língua. Para Krashen a aquisição e aprendizagem são processos mentais que estão totalmente separados. Assim, percebe-se que o pensamento deste autor é totalmente radical, haja vista a relevância de considerar o aprendiz da língua, o qual está exposto a um ambiente em que se fala a "língua-alvo", e assim a adquirirá de forma natural.
Outro entendimento necessário ao ensino de uma LE diz respeito ao: método, que está relacionado a maneira como o ensino deverá ser conduzido, ou seja, são ações que ocorrerão em sala de aula; a abordagem, envolve princípios que respondem o porque de ensinar, ou seja, envolve a escolha pelo conteúdo e pelos procedimentos usados em sala de aula; e, ao currículo (plano de curso), que é onde é definido o conteúdo de ensino programado.
Adiante, as autoras nos apresentam o Método da Tradução e da Gramática (MTG) que é o método mais antigo na história do ensino de LE. Este método consiste na tradução por meio da comparação entre o sistema de regras da LM (Língua Materna) e da LE. Contudo, com a Revolução Industrial este método foi questionado pela ênfase que dava a leitura, foi então que surgiram vários Movimentos de diferentes tentativas no ensino de línguas. Propuseram então o MD (Método Direto), cujo método propõe a interação do aluno com o professor durante as aulas, sendo que a transmissão de significado acontece por meio de gestos, gravuras e mímicas que ajudam no processo de compreensão dos alunos. Contudo, sugere que jamais se recorra a tradução, pois o aluno deve aprender a pensar em LE. as autoras evidenciam que as principais atividades utilizadas nesse método são: atividade de leitura em voz alta, exercícios para desenvolver a autocorreção e a prática de conversação.
Já no final do século XIX, os americanos propuseram o ML (Método da Leitura), cujo foco era a habilidade na leitura e ênfase na linguagem escrita como uma melhora nos estudos da gramática, propondo então uma combinação do MGT e do MD.
Com a segunda guerra mundial, houve a necessidade de que se falassem rapidamente a língua, foi então que surgiu o Método Audiolingual (MAL), método baseado na oralidade da LE, treinando os aprendizes para usar estruturas gramaticais, baseados nas teorias da psicologia e da lingüística.
Contudo, como a linguagem sempre foi vista como um código, o falante tinha dificuldade de transferir os hábitos que tinham aprendido para fora da sala de aula, ocasionando na necessidade de outras perspectivas educacionais. Essa formação de hábitos foi questionada por Chomsky que defendia a teoria de que as pessoas conseguem aprender sentenças desconhecidas.
Não obstante, observa-se a demasiada preocupação em se atingir a proficiência na habilidade oral no ensino de LE. então surge a Abordagem Comunicativa (AC) que promete responder a essas questões partindo do princípio de que o foca da aprendizagem está na comunicação e não na gramática, ou seja, a competência comunicativa e tão importante quanto a competência lingüística.
Portanto, percebe-se a importância do aprendiz saber usar as regras do discurso específico utilizadas no contexto em que está inserido. Para isso, o sujeito deve adotar tais competências: discursiva, gramatical, estratégica e sociolingüística.
Por fim, observa-se que no presente estudo, as autoras apresentam sugestões de métodos que venha a nortear a construção de questões no ensino de LE, propondo que a interação do professor e do aluno torne-se cada vez mais intensa, sendo o professor um facilitador e o aluno cada vez mais responsável pelo seu desenvolvimento.

Autor: Thathyanne Emanuelle De Oliveira Santos


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