... E A PRAIA FICOU TRISTE
Belo Horizonte, 17-12-1976
Todos estranharam a demora de Mestre João.
Anoitecera e nada, ele não aparecera.
Que lhe acontecera?
Saíra para pescar em sua frágil canoa,
E era madrugada quando a sua Justina
Apareceu preocupada na casa de Mestre Inácio.
A mulher de Mestre Inácio tratou de acalmá-la.
Aconselhou a Justina que esperasse o amanhecer.
Os primeiros raios de sol destruíam a madrugada,
E todos foram para a praia.
Mestre Inácio olhou para a imensidão do mar
Mas, embaixo de suas vistas, um corpo
Sendo devolvido pelo mar, irônico.
E para espanto de todos, era Mestre João
Que jazia a seus pés.
Sua mulher Justina, com o coração dilacerado
Abraçou-se com a outra,
E as duas no mesmo pranto, começaram a chorar.
Choraram lágrimas salgadas.
Mestre Inácio, como um louco
Avançou para o mar a esmurra-lo com frenesi,
E o mar se pôs a chorar.
E ninguém tomou banho em suas águas,
Pois o mar era um assassino.
E a praia ficou triste.
Autor: Gilberto Nogueira De Oliveira
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