Gestão empresarial: a visão estratégica como fator de desenvolvimento de micro e pequenas empresas



1. Introdução

O foco principal deste estudo é desenvolver teoria acerca das vantagens que os micros e pequenos empreendimentos podem agregar ao seu negócio se possuírem uma visão macro do campo de atuação, para tal se faz necessária uma breve introdução para que se estabeleça o ponto de partida.
No mundo atual, em um mercado que está cada vez mais "agressivo" e que exige a constante busca por mecanismos norteados a uma visão estratégica a qual a auxilie na identificação de fatores que possam causar algum impacto na organização, seja ele positivo ou negativo. Para que uma empresa alcance sua sustentabilidade corporativa é necessário uma gestão estratégica competitiva e ao mesmo tempo voltada para o crescimento. Nos dias atuais há a crescente conscientização dos empreendedores que focam o desenvolvimento de novas práticas gerenciais independente do seu porte, essa constante vem se fortalecendo gradativamente nas organizações que por meios eficientes buscam a sustentabilidade e desse modo a sobrevivência no mundo globalizado, conforme Santos et al (2000) "Nas últimas três décadas, as organizações brasileiras, tanto privadas como públicas, de forma crescente passaram a se conscientizar da importância da revisão dos seus modelos de gestão"
É fato que a gestão conservadora com uma visão fechada está se tornado obsoleta e sua tendência natural é o desaparecimento em meio a tantas idéias que foram aflorando principalmente a partir da década de 70 onde os primeiros passos para as novas práticas de gestão empresarial foram dadas. O empreendedor que tem como norte essa visão macro tem maiores oportunidades de se fortalecer e ganhar o seu espaço no mercado, com isso as empresas com visão micro, ou seja, conservadores acabam sendo "engolidas" pelas novas e agressivas formas de gestão com visão do todo. Essas transformações se dão também pelo fato dos consumidores estarem cada vez mais exigentes na hora de escolher um bem ou serviço.
O objetivo da presente pesquisa é demonstrar que qualquer empresa que tenha ambição de se estabelecer, fortalecer, e elevar o status da organização a um nível de respeito deve ter em mente essa visão estratégica, também tem como objetivo transmitir de forma clara, coerente e simplificada os fatores mais palpáveis para o âmbito das micro e pequenas empresas. A metodologia utilizada para alcançar tal objetivo foi através de pesquisas bibliográficas e teóricas para embasamento a soma desses conjuntos foi fundamental para enriquecer o projeto. Que agregou uma visão mais abrangente do assunto.


2. Desenvolvimento

A gestão estratégica é o desafio das organizações do século XXI, pois com a constante evolução do mercado e com as exigências cada vez mais rigorosas do mercado consumidor, se faz necessária essa busca continua por meios de gestão com visões além do alcance. Tendo em vista que o modelo de gestão praticado outrora que possuía uma abordagem mais fechada, ou seja, conservadora esta de certo modo obsoleta com o grande avanço e desenvolvimento dessas práticas organizacionais que a área vem tendo ao longo dos últimos anos, cada vez mais o empreendedor necessita ter uma visão ampla com uma abrangência macro, que busca constantemente a inovação e a criatividade. Segundo menciona Ferreira et al (pg09, 1997) as estratégias emergentes de gestão vem materializando as propostas de mudanças nos princípios já consagrados pelas três teorias que podem ser consideradas como pilares da administração moderna, sendo em sua principal influência o desenvolvimento tecnológico e da comunicação.Com embasamento nos preceitos ditos pelos grandes gurus da Teria da administração, Taylor e Fayol o que vemos nos dias atuais nada mais é que uma constante natural do que já havia sido conceituado por eles no século passado, hoje com a globalização e a aproximação de diversos fatores a maneira de comercialização sofreu varias mutações, isso se deu devido as facilidades que vem transformando agressivamente a forma de vender e a forma de comprar. Conforme nos passa Timmons (1990 apud, Dornelas) "O empreendedorismo é uma revolução silenciosa, que será para o século XXI mais do que a revolução Industrial foi para o século XX" nota-se que essa "revolução" que vemos nos dias atuais já era prevista. Essa necessidade da busca pelo diferencial nada mais é que revisar a forma de conduzir o negócio, para uma empresa que tem como objetivo conquistar seu espaço e se fortalecer como referencia é preciso evoluir naturalmente sendo aberto para o novo. Diversas teorias surgidas no decorrer dos últimos anos nos revelam formulas básicas simples e eficientes que tem como norte a construção de uma estrutura sólida que consiga aproveitar as oportunidades e que consiga detectar ameaças a tempo de superá-las. Devido ao amplo campo teórico e a fim de afunilar essa pesquisa para produzir um referencial mais sólido e coerente, evidenciaremos durante o estudo as principais ferramentas utilizadas na gestão estratégica para pequenas e micro empresas.


3. As Micro e Pequenas Empresas na Atualidade

O universo em que as micro e pequenas empresas estão inseridos hoje é um campo muito amplo e vasto com um grande número de oportunidades. De acordo com dados publicados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Espacial) em 2001 as micro e pequenas empresas representavam 97,6% das empresas em atividade no Brasil, mas que infelizmente outro dado estatístico também de responsabilidade do IBGE nos indica um número absurdo de mortalidade desses empreendimentos que acabam fechando as portas ainda no primeiro ano de atuação, para que a organização consiga evitar tornar- se mais um número nesse dado estatístico e transpor essa barreira conquistando seu espaço ela deve possuir um espírito empreendedor tendo como norte uma gestão estratégica com uma percepção macro organizacional.
Outro fato de relevância e que deve ser observado com atenção é o peso que as micro e pequenas empresas têm para a economia do nosso país, sendo dado estatístico que 60% dos empregos formais registrados no Brasil são gerados por essas organizações de pequeno porte e que sua representação no PIB (Produto Interno Bruto) é de 25% de acordo com os dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE).
Partindo dessas informações nota-se a importância dessas organizações tanto para a economia nacional quanto para a própria população que se beneficia em dois estágios sendo o da empregabilidade e o de consumo.
Vale destacar que a micro e pequena empresa esta regida sob a luz da Lei N° 9.841/99, para uma empresa ser caracterizada como micro ou pequena ela deve se enquadrar nos termos do capítulo II, artigo 2º, inciso 1º o qual dispõe que; microempresa é a pessoa jurídica e a firma mercantil individual que tiver receita bruta
anual igual ou inferior a R$ 244.000,00 (duzentos e quarenta e quatro mil reais);
e com o Decreto nº 5.028, de 31 de março de 2004 esse limite sofreu um reajuste e passou a ter o limite de receita bruta anual de R$ 433.755,14 (quatrocentos e trinta e três mil setecentos e cinqüenta e cinco reais e quatorze centavos).
Apesar da expressão que essas organizações têm para a economia nacional esse setor ainda é muito carente no que diz respeito à inovação conforme Pereira (2010) essa carência pode ser significativamente negativo diante dos outros países.


4. A Busca pelo Diferencial

Nos diais atuais é crescente o número de empresas que estão abrindo suas portas suas para a inovação investindo na implantação de diversificados métodos e ferramentas que o auxiliem na detecção do ponto de vista ideal de gestão com práticas gerenciais evolutivas.
Pode-se dizer que a empresa que tem uma visão macro organizacional norteada na busca por essa inovação e que almeja sua sustentabilidade já possui um diferencial. Em muitas vezes esse diferencial pode se realizar por meios e atitudes simples, bem como por grandes projetos. Como no estudo em caso estamos focados nas pequenas empresas, e essas que por muitas vezes acabam se esbarrando nas limitações financeiras e com isso conseqüentemente são desmotivadas e acabam se abatendo. A limitação financeira não deve ser vista como obstáculo na busca por esse diferencial, vale se destacar que esse diferencial pode ser alcançar por meio de um marketing bem elaborado que possa agregar novos valores ao produto, promover o envolvimento de todos ao objetivo em questão, realizar estudos acerca do mercado em que esta ou quer se inserir, analisar os consumidores que serão o seu público alvo, a rentabilidade, questões geográficas, elaboração de planos e metas, aonde esta e onde almeja chegar etc.


5. O Planejamento Estratégico

O planejamento estratégico tem como objetivo principal incorporar novos valores à microempresa, maximizar o e agregar a gestão, novas práticas corporativas e auto-sustentáveis, que tragam de algum modo vantagens para empresa e auxiliar na tomada de decisões. A sua prática vem ganhando forças ao passo que esse nicho vem sentido necessidade de inovar. O planejamento quando bem construído, elaborado e praticado em sua máxima, tem o poder vital de elevar o status da empresa, é valido ressaltar que o planejamento não depende apenas da administração, mas sim de todos os envolvidos.
Seguindo de acordo com Andrade (apud, Fayol, 1981), "Administrar é: prever, Organizar, comandar, coordenar e controlar." Em suma o planejamento estratégico é exatamente o que nos foi conceituado no século passado pelas teorias da abordagem clássica e tradicional da administração, que ganhou os moldes que tem hoje e começou a ter maior evidencia nos últimos 40 anos.
O planejamento estratégico é composto pela detecção dos fatores positivos e negativos e externos ou internos que podem influência o negócio, após esse levantamento o conteúdo elaborado é referencia para a elaboração do modelo de gestão estratégica que compreende nas seguintes etapas; Missão, Visão e Valores, sendo:
Missão: O objetivo que a empresa almeja alcançar com a implantação do plano estratégico.
Visão: Onde a empresa está hoje e onde ela quer estar no futuro.
Valores: Identificar todas as características e ambições da empresa.


6. Adoção de Plano Estratégico

A gestão estratégica se bem elaborada e implantada em sua totalidade tem o potencial de elevar o status do empreendimento a um nível mais elevado e alavancar os negócios da empresa, mas para isso deve ser levado a sério, pois do contrário ao invés de acolher benefícios para a organização pode acumular fatores negativos. A empresa que quer investir em um plano de estratégia deve contar com o comprometimento de todos os envolvidos nos processos da organização.
Para Pereira 2010 (apud, Skarzynski Peter; Gibson Rowan 2008)

"Muitos executivos dizem que o problema não é a falta de idéias, mas saber quais são as idéias corretas a serem colocadas em prática. As empresas costumam errar quando decidem prematuramente que uma idéia é "boa" ou "ruim", empregando recursos demais nas supostas boas idéias e eliminando as tidas como ruins. Acreditamos que é melhorar considerar as novidades como algo que evoluído estágio "embrionário" até a "maturidade total".

Seguindo essa máxima, vale destacar a importância de se planejar e colocar as idéias em prática somente a partir do momento em que ela estiver bem trabalhada e amadurecida. A ação por impulso pode comprometer a eficácia da ação. Para auxiliar o empresário existem diversas ferramentas e inclusive serviços especializados, hoje uma das principais subsidiárias do empreendedor é o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) essa que presta aos empreendedores apoio e assistência na elaboração de metas e planos de ação. Chiavenato e Sapiro (2003 p. 39) nos relatam que "o planejamento estratégico é um processo de formulação de estratégias organizacionais no qual se busca a inserção da organização e de sua missão no ambiente em que ele está atuando". A adoção de uma gestão estratégico tem como objetivo identificar fatores positivos e negativos, oportunidades e as ameaças, buscando assim maximizar a lucratividade e eficiência dos processos que envolvem qualquer etapa da organização e minimizar os desperdícios e prejuízos advindos da má preparação dos colaboradores e envolvidos, a identificação desses fatores é um passo a frente no caminho da sustentabilidade empresarial, algo que hoje é um objetivo vislumbrado por uma grande minoria.
No auxilio da identificação desses fatores existem diversas ferramentas, sendo as principais e mais usuais as ferramentas; de análise SWOT; ciclo PDCA, Brainstorming, TQC, Etc.


7. As Ferramentas e Suas Funções

A gestão estratégica é o caminho que uma organização escolhe para evoluir tendo como ponto de início sua situação presente e vislumbrar até uma situação em que deseja se encontrar no futuro. Na seqüência será apresentada breve descrição com a exposição das ferramentas aqui em foco para uma melhor compreensão.


7.1 Análise SWOT

A primeira ferramenta evidenciada aqui é a análise SWOT que é abreviatura de quatro palavras derivadas da língua inglesas. Essa ferramenta teve seu surgimento por volta das décadas de 60 e 70 é credita a Albert Humphrey. Seus significados seguem dispostos abaixo:

Ø Strengths ? Forças ou pontos fortes
Ø Weeknesses ? Fraquezas ou pontos fracos
Ø Opportunities ? Oportunidades
Ø Threats ? Ameaças

A seguir está disposto o diagrama S. W. O. T. em seu modelo usual;


Albert Humphrey, 1960 1970

De simples compreensão e aplicação, consiste em identificar os fatores que podem influenciar positivamente e as que podem influenciar negativamente, sendo dividido em fatores internos que compreendem na análise das forças e fraquezas da organização e os externos que analisam as oportunidades e as ameaças.


7.2 Ciclo PDCA

O Ciclo PDCA é a abreviatura de quatro palavras, que também são derivadas da língua inglesa a qual se compreende:

Ø P = PLAN ? Planejar
Ø D = DO ? Fazer
Ø C = CHECK ? Checar
Ø A = ACT ? Agir

Seu esquema é facilmente localizado da seguinte forma:

Que consiste em preceitos básicos de estrutura de gerenciamento contínuo com simples aplicação, difundido por Edward Deming e aperfeiçoado pelos estudos de J. Juran e K. Ishikawa. Em resumo este método busca nortear e estabelecer uma organização para o; planejar, executar, verificar e agir.


7.3 Brainstorming

É uma dinâmica de grupo que tem como objetivo explorar o potencial intelectual de um grupo, o termo Brainstorming pode ser traduzido em sua forma literal como "Tempestade Cerebral", ou seja, uma chuva de idéias é um estimulo a participação e total envolvimento no desenvolvimento de soluções para a organização. É norteada em três princípios sendo eles; Encontrar os fatos; Geração da idéia; Encontrar a solução. Essa técnica tem por objetivo estimular a riqueza intelectual do grupo na organização. Consiste na localização de solução, idéias, desenvolver formulas para melhorar os processos, bem como agregar novas visões para a empresa.

08. Conclusão

No mundo atual a corrida pela conquista do consumidor esta cada vez mais acirrada e o empreendedor que tem como princípio básico o foco no consumidor, para transpor a concorrência vem buscando constantemente por métodos de gestão estratégicos no intuído de aumentar o seu leque de clientes bem como ampliar o princípio de economicidade, sempre visando agregar novos valores ao seu produto tudo isso com idéias simples e revigorantes. No estudo realizado nesse projeto o objetivo foi levantar e destacar a importância que uma gestão estratégica pode trazer para o empreendedor. As pesquisas enfatizadas no presente estudo nos confirmam que cada vez mais o empresário independente de seu porte, vem buscando essas ferramentas de planejamento estratégico como base de propulsão no seu desenvolvimento. As mudanças advindas de modelos estratégicos são fatores fundamentais na evolução da empresas sendo essa evolução contínua e satisfatória tanto para o lado do consumidor, quanto para o lado do empreendedor, gerando a relação do "ganha x ganha". Vale se pesar que o diferencial seja a grande arma para se sobre sair nesse mundo competitivo. Conclui-se com o estudo aqui referenciado o quão importante é para o empreendedor a visão macro e que essa visão tende a ser a ferramenta indispensável para o empreendedor que se preze.

















09. Referências

ANDRADE F. F., O que as Micro e Pequenas Empresas Representam para o Brasil, São Paulo, 2007
BOWDITCH J. L., BUONO A. F. Elementos de Comportamento Organizacional, São Paulo, 1992, 1ª Edição
CHIAVENATO, Adalberto; SAPIRO, Arão. Planejamento estratégico, 08 ed. Rio de Janeiro, 2003.

DORNELAS J. C. A., Empreendedorismo: Transformando Idéias em Negócios, São Paulo, 2005, 2ª Ed.
FERREIRA A. A., REIS A. C. F., PEREIRA M. I. Gestão Empresarial: de Taylor aos nossos Dias ? Evolução e Tendências da Moderna Administração de empresas, São Paulo, 2009,
NOGUEIRA A. M., Teoria Geral da Administração Para o Século XXI, São Paulo 2007.
PEREIRAA. S., Inovação como Fator de Sucesso Para a Micro e Pequena Empresa, Rio de Janeiro, 2010.
SANTOS, A.R.; PACHECO, F.F.; PEREIRA, H. J.; BASTOS Jr, P.A. Gestão do conhecimento como modelo empresarial. Gestão do conhecimento: uma experiência para o sucesso empresarial, Rio de Janeiro, 2001.

Referencias Internet
http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/11092003microempresahtml.shtm
Http://www.google.com.be/academicos
http://www.scielo.org/php/index.php
http://www.sebraepr.com.br/
Http://www.webartigosos.com.br

Autor: Aloizio Ziareski


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