Obsessora



Eu te amo meu amor! Eu te amo! E sei que você me ama também. Eu sei que você nunca se esqueceu de mim, e que sente muito a minha falta.
Quando eu voltei e o encontrei casado com essa aí, fiquei revoltada. Eu não podia aceitar que você havia me esquecido, me trocado por outra. Mas aí me dei conta que você só fez isso, porque não agüentava mais ficar sozinho depois que eu parti. Foi só por isso que arranjou essa mulher. Por isso eu te perdôo Eduardo. Eu te perdôo por ter se casado com ela, meu amor!
O que a gente viveu foi tão forte, tão bonito... Quando eu fui embora, você pensou que eu tinha te abandonado. Mas eu não te abandonei não, viu meu amor? Não te abandonei. E agora que eu voltei, vamos ficar juntos de novo!
Eu sei que isso de casar foi coisa dela. Ela te obrigou, não foi? E ela ainda achou que arranjando um filho atrás do outro te seguraria, e você esqueceria o amor que sentia por mim! Essa sonsa já teve um filho seu, e agora carrega outro na barriga. Mas ela vai ver quem é a mais forte! Vai ver que é a mim que você ama, e é comigo que vai ficar!
Eu não vou sair do seu lado, Eduardo. E não vou sair! Só saiu daqui quando você vier comigo. Quando você decidir deixar essazínha para trás sozinha, junto com os filhos que ela arranjou. Eu não vou aceitar outra mulher em sua vida, Eduardo! Você é meu! É meu!
Se lembra de como você gostava quando eu te abraçava assim? Eu chegava devagarinho quando você já estava deitado na cama, e encaixava as minhas pernas no meio das suas. Ai eu passava o braço pela sua barriga e encostava o meu rosto nos seu cabelo, o acariciando com a ponta do meu nariz. Depois eu sussurrava no teu ouvido:
- Eu te amo, meu amor! Nada vai nos separar!
Quando eu dizia isto, você sempre se virava e me beijava. Nós fazíamos amor e depois dormíamos agarradinhos um no outro. Foi assim por quanto tempo, Eduardo? Três anos?
Nós éramos tão felizes. Vivíamos em uma eterna Lua de Mel!
Um dia eu passei muito mal e desmaiei. Você estava trabalhando e eu sozinha em casa. Cai e bati a cabeça, que machucou e sangrou muito. Quando acordei fiquei tão assustada, depois você chegou e me levou ao médico. Ele fez um monte de perguntas e mandou fazer exames.
Depois daquele dia eu só piorei, até que veio o diagnóstico do câncer com uma sentença de morte! Não havia nada que pudesse ser feito.
Eu definhei na cama. Fiquei magra, pálida, feia. Mas você não saiu do meu lado, meu amor! Você não me deixou sozinha nem um instante sequer. Sempre foi o melhor marido do mundo! No meu último suspiro você apertava minha mão, dizendo que me amava, e depois que eu parti, fechou meus olhos chorando... Como eu te amo, Eduardo! Como eu te amo! E agradeço por tudo que fez por mim!
É por causa disso que digo:
- Você é meu, Eduardo! Eu sou a única mulher a quem amou de verdade! Você tem que ficar comigo!
Essazínha não vai ocupar o meu lugar! Não vai!
Meu amor, sabe aquela arma que você comprou para proteger a casa de ladrões? Ela pode nos ajudar a ficarmos juntos de novo! Você precisa sair deste corpo, Eduardo. Precisa sair dele para ficar comigo!
Acorde, meu amor, acorde! Vá lá e pegue a arma!
Isso meu amor! Você precisa pegar ela, carrega-la, colocar na boca e acionar o gatilho! Só assim nós vamos poder ficar juntos de novo. E agora para sempre!
Eduardo, é a mim que você ama. Sua vida sem mim não tem sentido. Esquece essa ai e os filhos dela. Vem comigo, vem? Faz isso por mim, por nós. Faz!
Morra para voltar aos braços de sua primeira esposa!

Autor: Ana Kátia De Souza Pessoa


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