Caatinga! Não desisto nunca.



Sertão! Não desisto nunca.

Mais um dia de sol.

Amanhece os raios amistosos de um sol típico do sertão nordestino invade com insistência o quarto e vem beijar meu rosto em um bom dia cheio de festa. Desperto para a vida para realidade. Viro e reviro recebo o bafo quente na terna manhã de verão

A grandiosa estrela vem iluminar, dá calor e alegrar essa gente depositando em seus corpos a energia suficiente para o enfrentamento diário pedindo passagem para perfumar o dia com carinho e muita tolerância.

Sigo pela estrada da vida a sentir a cativante caricia do esplendoroso astro agora a queimar implacável a minha doce face num gesto amigo e caloroso acompanhados do inebriante saltitar dos seus poderosos raios luminosos.

Sinto ao passar cheiro de gente que segue para o trabalho, roça, as crianças para a escola vão a busca de saciar a fome, e então, me junto a eles para saudar o poderoso e onipotente rei dos céus.

O caminho parece duro frente o calor escaldante que temos que suportar até chegar ao escritório, escola, roça, fazenda, feira, porém sabemos que a chuva não cairá tão cedo por estas bandas.

Sentimos então, a seca se aproximar castigando esse povo forte e sofredor que não desiste nunca.

Ao nos despedirmos as nossas mentes por uma fração de minutos se unem em um só apelo: é nosso desejo ardente ver cair neste chão torrado e seco uma gota que seja de água para fazer a vida jorra em sua plenitude renascendo a esperança do sertanejo que espera a chuva para ter o pão de cada dia em seu lar e alimentar seus entes que padecem com a boca seca e barriga vazia.

Comeu hoje? Comi. O quê? Nada. Vai comer amanhã? Sim. Se tiver. Nada.

O faz de conta o imaginário fértil está presente naquelas almas fortes e calejadas a brincar com o pouco que a vida lhe oferece.

E assim o sertanejo duro, valente não desiste ele insiste.

Difícil mesmo é Lutar? Não tenho forças. E logo com quem? Me revoltar? Não aprendi! Só me resta pedir a Deus que tenha piedade e faça chover em nossa terra seca.

Vai sol beijar a nuvem tirando dela o néctar necessário para molhar a terra sustento do meu glorioso povo da caatinga.


Carmen Santana - 22 de setembro 2011.
Autor: Carmen Alves Santana


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