Anjo



Criatura fulgurante de magia e encanto. Linda! Maravilhosa! Tu és anjo. Tu és luz. Tu és a portadora da felicidade eterna. Deusa da esperança... Visão sublime... Fada do reino das ilusões... Senhora da ressurreição, das visões e êxtases da imortalidade... Onde encontrar outra igual a ti, em que mundo? Onde encontrar outra pérola preciosa e perfeita? Tu és sem igual no mundo inteiro. Meu coração pulsa desesperado quando você se vai... Medo de jamais te ver uma vez mais... Medo de ver e perder... Certeza de nunca mais ver. Temor de deitar e não dormir, medo de não sonhar... Medo de não te ver nunca mais. Na solidão das madrugadas eu te invoco mágico ser... Vem, e visita-me uma vez mais, anjo meu. Seus sorrisos são chuva nos desertos da alma... O brilho dos seus olhos, um raio de luz na escuridão. Vem! Anjo matreiro que me visita escondido nos sonhos da calada da noite, e me toque com seu toque mágico e me salve dessa escuridão fria que me ronda o espírito e que faz cacos todos os meus dias, e desespero todas as minhas noites. Vem! Vem! Mas vem de mancinho, se não a alma hipnotizada de ilusões se assusta e acorda, pois o meu sono é leve e os meus pesadelos são terríveis... Vem hoje de noite, porque hoje a noite caiu tão de repente, tão inesperadamente! Vem! Visita-me... Porque a tristeza rói-me os ossos, e a saudade me sufoca o peito. Sorria-me uma última vez antes que eu acorde desse estranho sonho de ilusões... Doce sonho. Sorria-me e eu sorrirei também uma vez mais... Nada mais quero... Nada mais desejo... Nada mais preciso na vida que um sorriso teu, que são pérolas... Por que eu, de tanto olhar as grades da minha prisão, esmoreci e me apavorei diante do terror do meu eterno isolamento, longe de teus sorrisos, sempre com medo de acordar de repente e ver que voce partiu para nunca mais voltar... Que saudade dos sorrisos teus! Que saudade dos abraços teus! Morro de saudade... Vem! Vem logo! Oh! Que dor! Que desespero! Que saudade! Anjo meu, onde encontrar outro igual a ti? Oh, anjo meu que se perde na distância... Asgard está tão longe agora que o dia está quase amanhecendo, e as sólidas pontes da ilusão que nos sonhos ligam céu e terra, já vão se desmanchando no ar, assumindo formas de uma estranha e apavorante realidade... A realidade da distância que separa a terra do céu. Surdo aos meus clamores e cego às minhas lágrimas, tu se fostes para longe de mim... Entre nós Heimdall, de braços dados com Cérbero, impedem a passagem do meu lugar para o seu... Não sou um bom adorador? Não sou um bom amante? O sol já vem despontando no horizonte, os olhos ardem de insônia, e os sonhos vão se desfazendo uma vez mais, recolhendo-se sonolentos à terra das Fadas... Sonho ainda? Isso é estar acordado?... É isso que chamam de vida? Na lentidão da noite que se faz dia, perco-me no tempo e sonho ainda um pouco mais... Cérbero já foi embora, Heimdall já não existe mais... A ilusão das visões oníricas, tal qual pétalas de uma flor envelhecida pela seca, esvai-se rapidamente em nada, caindo uma a uma ao sabor de um vento que me gela a alma e me apavora o espírito, o vento da ausência do anjo que veio, mas que logo se foi perdido na distância que separa a noite do dia. Volte outra vez anjo meu, volte amanhã à noite, volte uma vez mais, na surdina da madrugada, e sorria-me uma vez mais... Vem logo antes que o dia amanheça e eu acorde desse sonho bom, porque o dia já passou e a noite já chegou mais uma vez... Vem mágico ser! Vem! Vem fazer dia a minha noite....
Autor: V.B. Mello


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