Ig'é`rò



Em paz...

Que pouco apraz

O corpo jaz

E me descanso...

°Juro-me àlma°

No átimo... trauma

O vil prazer

De tua tenra

Calma...

A insana saudade

Como debilidade

Que ainda me invade

Como parte de mim...

**

Ao túrbido agrado

Que me conforte

No breve túmulo

Que me inspire

A morte...

Que me lesto

Logo reporte

Ao flébil silêncio

Desta urna...

Se na calma noturna

Àgonía da carne

Postula-me a paz

Da vid’ausente...

Se em teu feito

Mais prudente

Tu me negas

Esta vida...

**

Como temo jurar

Do malogro desta

Algum porvir

E remir

Da consciência

Puir

Com tal premência

A falência

Destas formas

Como causa de me ser

**

Da carne... vício

O factício falecer

Comò célere padecer

Do espírito...

Terei, por certo

A clara efígie

Dest’espanto...

Se quando morto

Serei, portanto

O lúrido encanto

Enfim...

**

Para com òpróbrio

Deste acaso

Ser o prévio perjúrio

De mim...

E devassando-me...

Sinto sempre

O sangue só

No assombro suave

Da morte

Em meu corpo…

Serei modesto

Na fria palidez

De cada pó…

Serei mais só

Na face impúbere

Da vida...

Como quando exausto

Por errôneo riso

Me logo furto

A tal saudade...

**

Para com o mármore

Da paz proposta

Jurar meu corpo

A ti...

Serei mais ermo

No pálido ergástulo

Das formas?

Será mais ávida

Ànatema

Que me logo veste?

Eis-me tábido

Ao onírico Érebo

Dos que jazem

Para com o acaso

Da memória tua

Fazer meu nome

Imortal...

Juro-me tácito

Na glória da vida

Parà surda voz

Que me ecoe...

Àlmà esmo

A vida... e mesmo

Um corpo que jaz…

A carne maldita

A face despida

Que eu me descanse

Em paz…

 

Autor: David Guarniery

Idade: 24 anos

Início: 17:30

Término: 17:55

Tempo Gasto: 25 minutos

Dia: Quinta-Feira

Data: 07 de janeiro de 2010

Classificação: Poética Lúgubre

Obra: 005

In Memoriam:

*Rogério Cangusso Dantas Cachichi

*Marlene Salgado Galvão

*Ailton Galvão

*Jeniffer Grasiely Galvão

*Wallison Paulineli Galvão

Brasil/ Paraná/ Cambé


Autor: David Guarniery


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