O CARCEREIRO
O CARCEREIRO
Natanael V. Ferreira
Em uma madrugada silenciosa, estava um homem carcereiro dominado por uma inquietação, assentado à beira de sua cama.
Apesar de ter um dia de trabalho agitado e assim cansativo, não era isso que lhe causava insônia. A preocupação em seu olhar. O suor que escorria em sua fronte. E uma sede em sua alma que, a cada minuto, se tornava insaciável. Seu pensamento lhe questionava:
- “O que está acontecendo comigo? O que fiz de errado hoje? Meu trabalho foi normal como todos os outros dias! Minha família está bem, mas... ...minha alma está inquieta e clamando por algo”.
O dia começou a amanhecer. A madrugada havia passado tão depressa como se fosse composta de pequenos minutos. Sua cama estava intacta, mas, um lenço posto em seu travesseiro, estava tomado por lágrimas. A janela do seu quarto ficou aberta todo tempo, pois seu olhar contínuo procurava respostas nas estrelas do imenso céu escuro. Então, levantando-se, dirigiu-se ao banheiro, tomou um banho refrescante e foi até à mesa para tomar o seu delicioso café. O vazio permanente lhe fazia lembrar da longa madrugada que, outrora, suportou.
A caminho do seu trabalho, notou que havia uma multidão em alvoroço, quando olhou mais adiante, viu certos homens com vestes rasgadas sendo açoitados com varas. Não dando muita importância à sua curiosidade em saber quem era, dirigiu-se ao posto de serviço para cuidar das celas da prisão. De repente seu nome soou aos corredores, e uma ordem lhe foi outorgada:
- “Lance estes homens na prisão e os guarde com máxima segurança”.
Ao anoitecer, o sono lhe sobreveio. Seu corpo estava tão exausto que não suportava tal cansaço, pois, sua noite anterior não havia sido das melhores. Olhou para seu redor, e viu que nenhum mal lhe causaria se, ao menos, cochilasse por uns minutos. Ao estar dominado por um profundo sono e, quando menos esperava, um terremoto o surpreendeu. Quando olhou para as celas achando que todos estavam em fuga, precipitou-se em suicídio, então, um homem lhe bradou em grande voz:
- “Não te firas com esta espada, pois, ninguém fugiu. Todos nós estamos aqui”.
Então, o carcereiro caiu trêmulo ante os pés daqueles que, horas atrás, havia prendido. Sentindo que seu corpo não mais conseguia ficar de pé, e que sua alma clamava por salvação, perguntou-lhes:
- “O que faço para ser salvo?”
Eles lhe responderam:
- “Crê no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo, tu e a tua casa”.
E no mesmo instante, não somente o homem se rendeu a tão grande poder como também, minutos depois, sua família recebeu a salvação.
Sua alma que estava desconsolada. Seu sofrimento e indagações que durara horas. Sua insônia e perturbações. Sua sede e suor preocupante. Tudo agora era passado e havia caído por terra seu jugo, seu fardo. E agora dizia em tom alegre e repleto de alívio:
- “O carcereiro que um dia aprisionava inocentes agora sente, em sua alma, a liberdade de viver nas asas do vento”.
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