Saudade



Não existe dor mais aguda que a dor da saudade... Isso eu sei.

A distância é a fronteira mais próxima do homem, é o perpetuar da memória.

Saudade quer explicação, quer um motivo a ser dito, o algo a ser esclarecido... Mas nem sempre pode, sem sempre deve.

De fato a saudade só se é vista aos olhos do querer bem e só é sentida no peito de quem verdadeiramente ama.

Saudade é constituída de fatos e muitas vezes omissa de relatos. Não se pode muito falar, tão pouco tentar explicar.

Mas a saudade às vezes é boa, pois faz com que sejamos lembrados, uma vez lembrados, jamais esquecidos.

É bom quando sem querer visitamos a memória de alguém e nos encontramos em meio a tantas lembranças valiosas, aquelas que jamais serão excluídas, pelo o simples fato de um sorriso lembrar um outro, de uma palavra já ter sido antes pronunciada, de um significado ter um sentido mais intenso.

Ai, essa saudade até faz a alma doer, mas é preciso que doa, sendo assim servirá de fortalecimento para o espírito.

A saudade não está em meio ao que se faz erroneamente, mas é encontrada quando a decisão mais sensata se é tomada, porque sentir saudades é querer bem.

A saudade é egoísta, pois nos faz sempre lembrar do que se quer esquecer, onde não nos oferece defesa alguma para evitar que a dor venha.

Muitas vezes provocar saudades, é poupar uma tragédia, é defender de forma omissa a quem se quer bem, é escolher sofrer para o sofrimento não vir.

O "abrir mão" é sempre se deparar com uma saudade futura, é aquela que logo mais será posta em questionamento, antes o barulho do silêncio encontrado servirá de perturbação, mas não é o fazer intencional.

Saudades é sentir, é calar, é sofrer, é agir, mas o que mais denomina a saudade é a lágrima, aquela que tem um sabor amargo no paladar de quem a pertence, aquela que tem o significado mais decisivo da dúvida.

Saudades é um até logo... é o predomínio de um adeus.


Autor: Giselle Gomes Lacerda Andrade


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