A importância da TI na saúde pública



 Resumo:

 Hoje a Tecnologia da informação é de sua importância para apresentarmos resultados satisfatórios, com menor custo e maior benefício. A utilização do prontuário eletrônico é uma realidade que deve ser implantada amplamente em nosso país, o município pioneiro foi Belo Horizonte - MG e deve servir de incentivo pelos resultados obtidos. a utilização de dados estatísticos pelo SUS pode canalizar melhor os recursos destinados a saúde e desta forma melhorar o atendimento a grande demanda de nosso pais.

            A saúde foi definida pela Organização Mundial da Saúde - OMS, como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doença.” Desta maneira a saúde hoje está no topo das preocupações da maior parte da população.

            De acordo com o que foi discutido no Global Forum for Health, Brasília – 2007, muitas doenças e milhares de mortes poderiam ser evitados “simplesmente” pela aplicação dos conhecimentos e ferramentas que já existem.

            Para facilitar a aplicação dos conhecimentos adquiridos a TIs é de suma importância. Com a utilização das TIs, haveria uma melhor resposta as doenças que já estão sendo analisadas em outros países e que através de bancos de dados, informações importantes podem ser acessadas de maneira imediata.

            Em se tratando de Brasil, essas novas tecnologias sustentam grande promessa de melhoria na saúde e de redução das desigualdades na saúde das pessoas em qualquer município, mas isso só ocorrerá se elas forem desenvolvidas e aplicadas para os problemas de toda a população. Se os padrões do último século forem repetidos, elas trabalharão apenas para os mais ricos e privilegiados, resultando no crescimento das desigualdades em uma mesma população e entre populações distintas.

            Segundo Cerchiari (2008), este procura analisar parâmetros de indicadores da efetividade dos programas desenvolvidos para os portadores de doenças crônico-degenerativas e conceber um método de análise da efetividade do programa.  Para conquistar resultados positivos é fundamental o uso das TIs.

            Utilizando ainda a definição de saúde da OMS, os portadores de diabetes e hipertensão, são pacientes que necessitam de acompanhamento, podem parecer bem fisicamente e socialmente, mas mentalmente podem apresentar fragilidades e apresentar recaídas, saindo das recomendações médicas. É sabido que as dietas, as recomendações médicas e as restrições que os pacientes devem seguir são fundamentais para o controle das doenças em questão, e que os médicos chegaram neste ponto de conhecimento através de anos de pesquisas. Pesquisas estas que estão armazenadas em bancos de dados e que podem servir de parâmetros para futuras avaliações. 

             O sistema do governo responsável pelas informações é o Datasus, nele é possível coletar informações hospitalares, recursos financeiros repassados, indicadores de saúde de cada região por tipo de doença e relatórios de gestão. Por meio desse sistema podemos analisar a situação atual, planejar ações, controlar e avaliar resultados alcançados.

            Um dos indicadores utilizados pelo sistema é relacionado a mortalidade. Este indicador pode ser analisado  por meio do SIM – Sistema de Informações de Mortalidade.

            Utilizando dados relacionados a mortalidade podemos ter parâmetros para estudar as doenças que estão surgindo e até mesmo relacionar os tipos de doenças que ocorrem em cada região. Também podemos orientar novos profissionais, quais doenças ocorrem em determinadas regiões, ou quais os recursos que deveram ser disponibilizados para cada tipo de região. Com os dados estatísticos em mãos, fica mais fácil o gestor público se organizar e fornecer informação mais precisas sobre a região a qual vai atuar. Um sistema de informação eficiente pode ajudar e muito a saúde da população, seja no remanejamento de profissionais, disponibilidade de vacinas e outros meios que julgar necessário para uma melhor previsibilidade dos fatos.

            Os problemas encontrados são que tanto um sistema de informações eficiente, com profissionais especializados, quanto médicos especialistas e equipe de suporte, são custos altos e vemos hoje nosso Sistema Único de Saúde se arrastando, com governo querendo criar mais impostos para cobrir o gasto com a saúde pública.

             Um sistema de saúde bem informatizado a principio parece um sonho distante no Brasil, mas em países como os Estados Unidos e em países da Europa, a TI nas redes de saúde tanto pública como privadas estão em crescentes avanços, com por exemplo o desenvolvendo do prontuário eletrônico. No Brasil, segundo Mourão (2009), o município de Belo Horizonte foi o primeiro do país a implantar o prontuário eletrônico e os benefícios para os pacientes foram grandes. Segundo Mourão (2009), os benefícios obtidos com a informatização do prontuário são inúmeros, podendo-se considerar desde a melhoria do atendimento ao paciente, garantida pela continuidade da assistência prestada, integrando informações de diversas fontes, até a economia de espaço e melhor acondicionamento dos dados mantidos em meio eletrônico. O atual avanço da TI traz os recursos necessários para a implementação de prontuários eletrônicos eficazes. Com o advento da informatização do prontuário do paciente, os registros são acessados com maior agilidade, facilitando o compartilhamento e o acesso simultâneo a informações sobre pacientes para os integrantes de uma instituição de saúde.

            Com a TIs ainda podemos gerar programas onde as informações sobre quantidade de consultas em ambulatórios, número de internações, dias de internações, óbitos e doenças mais comuns podem ser consultadas e ser o ponto de partida para futuras ações dos gestores. Assim a fórmula proposta por Cerchiari (2008), onde: óbitos, quanto menos, melhor; dias de internação, quanto menos, melhor e ainda atendimentos ambulatoriais, quanto mais, melhor, podem ser utilizados por vários hospitais quando forem provadas estatisticamente que são corretas e geram resultados. Desta forma a TI fornecerá bases de sustentação para futuros estudos e investimentos.

            Como problemas para esta fase de implementação das TIs, para fornecimento de dados estatísticos, ou até mesmo na formulação do prontuário eletrônico, esbarram na falta de recursos e interesse por parte, tanto de hospitais, como de profissionais de saúde.  As principais dificuldades encontradas são a falta de prática ou habilidades com os sistemas de informações por parte dos médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde; o interesse por parte dos estados e municípios na implementação de sistemas de informação nas redes de saúde pública, os baixos salários dos profissionais de saúde, que criam uma barreira a novas mudanças apresentadas, falta de recursos ou má utilização dos mesmos e ainda a comodidade em lançar “a mão” dados dos pacientes em prontuários.

               Com a utilização da TIs em rede na saúde pública podemos obter dados estatísticos importantes, como os recursos que foram disponibilizados em determinada região foram efetivamente necessários ou não, comparar períodos recentes com períodos passados e assim saber qual atitude deverá ser tomada, entre outros benefícios que possam ser analisados.

Hoje a TIs está presente em praticamente todos os setores e a saúde pública deverá acompanhar está realidade, trazendo benefícios tanto para os pacientes quanto para a administração pública. 

Referências

 - Cerchiari, Giovanna S. F., Erdmann, Rolf Hermann. Sistema de Informação para acompanhamento, controle e auditoria em saúde pública. Revista de Administração Pública. FGV. 2008.  

 - Ministério da Saúde. Pesquisa para Saúde. Global Forum for Health. Brasília – DF – 2007. Acesso em 03/10/2011. Disponível em: <bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pesquisa_saude.pdf>

 - Mourão, Alice Diniz; Neves, Jorge Tadeu de Ramos. Impactos da Implantação do Prontuário Eletrônico do paciente sobre o trabalho dos profissionais de saúde da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. Acesso em 03/10/2011.Disponível em: <www.aedb.br/seget/artigos07/56_SEGET.pdf>

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Autor: Paulo Edson Da Silva Rezende


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