Dependência quimica: conhecer para ajudar na reabilitação



DEPENDÊNCIA QUIMICA: CONHECER PARA AJUDAR NA REABILITAÇÃO

Eduardo Veronese da Silva

Primeiramente, é necessário conceituar o que vem a ser dependência química. Pode-se dizer que é o impulso que leva um indivíduo usar certa droga de forma constante para evitar os sintomas de abstinência, isto é, o período de interrupção do uso da substância psicoativa (SPA). Em decorrência desse uso continuado, o usuário pode apresentar efeitos e sintomas tanto na parte física como na psicológica.

A dependência física pode ser entendida como a capacidade que a droga possui de passar a fazer parte do metabolismo do usuário, a tal ponto que, na sua falta, esse mesmo organismo produz reações intensas e até sofrimentos, denominada de síndrome de abstinência. Essa síndrome pode produzir desde sintomas leves até a morte. A maioria das SPA pode causar esse tipo de dependência. Para exemplificar, tem-se o álcool etílico (etanol), os barbitúricos (gardenal, nembutal), derivados do ópio (heroína, morfina), entre outros. Em alcoolistas crônicos, a falta do álcool provoca tremores nas mãos, ansiedade e alterações cardiovasculares. Em estágios mais avançados, alucinações, ilusões auditivas, visuais ou táteis, febre e colapso cardiocirculatório, por vezes, irreversíveis.

Na dependência psicológica há uma relação estreita entre a pessoa e a substância consumida, devido à representação inconsciente e dimensionada que a droga possui em sua mente. Essa dependência pode ser caracterizada por canalizar energias psíquicas traduzidas num desejo forte e incontrolável de usá-la, geralmente chamado de “fissura”. Vale lembrar, que nem toda droga causa dependência física, mas todas são capazes de provocar, em diferentes graus, a dependência psíquica.

Alguns mecanismos tentam explicar como se instala essa dependência no indivíduo, entre eles, destacam-se; o reforço psicológico positivo: busca-se experimentar drogas com o objetivo da obtenção do prazer. Essa motivação geralmente é apoiada pela curiosidade pessoal, influência de amigos ou pressão do grupo, usuários ou traficante. O reforço psicológico positivo é a colorida porta de entrada para a dependência psicológica.

Outro mecanismo é o reforço psicossocial: traduz-se no apelo aos efeitos psicológicos da droga para suportar conflitos, tensões ou dificuldades pessoais e/ou sociais, ou, ainda, numa forma de fuga. Muitos usam o álcool como facilitador das relações interpessoais. Essa motivação é sustentada por conflitos familiares, transtornos psíquicos, rejeição ou exclusão social e dificuldades na vida que, muitas vezes, são difíceis de suportar (principalmente adolescentes). O uso de drogas nesses casos torna-se uma “muleta química”, incompatível com o equilíbrio e a maturidade.

Por fim, o reforço psicológico negativo: é a dependência psicológica propriamente dita. O indivíduo que se acostumou a usar estimulantes, como a cocaína; anfetaminas como o mazindol, anfepramona e femproporex (inibidores do apetite proibidos pela Anvisa) ou calmantes como Lorax, entre outros, ao parar de usá-las, poderá apresentar insônia, angústia, depressão, ansiedade e irritabilidade. Os sintomas variarão de acordo com o grau da dependência, tipo de droga usada, freqüência do uso e a dosagem desse uso, o local da utilização e o tipo de personalidade do dependente.

Estima-se que toda e qualquer pessoa que queira atuar na reabilitação de dependente químico, deve atentar para esses e outros fatores, se realmente querem contribuir e ajudar esses doentes, para voltarem a ter uma vida “normal”.

                          EDUARDO VERONESE DA SILVA

   Professor de Educação Física – UFES.

Bacharel em Direito – FABAVI/ES.

Especialista em Direito Militar – UCB/RJ.

Subtenente da PMES

Email: [email protected]


Autor: Eduardo Veronese Da Silva


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