''Ideias'' segundo John Locke



Joacir Soares d’Abadia, padre, autor de 5 livros

            Para o filósofo inglês John Locke (1632 - 1704) as ideias não são inatas, pois elas são adquiridas através da experiência. Elas se manifestam de forma interna e externa. Internas são aquelas que se adquirem por reflexão e as externas, por sua vez, são aquelas que se adquirem através dos sentidos.

            Ele ressalta ainda que elas se dividam em dois grupos: as ideias simples e as ideias complexas. As simples são aquelas as quais podem ser divididas em duas partes que estão relacionadas entre se e que tem a seguinte divisão: ideias de sensações, como, por exemplo, o sabor. Já as ideias simples de reflexões são aquelas que pensam sobre se mesma. As complexas são as que dão uma maior consistência nos seus graus de subdivisão, visto que elas se dividem em três graus bem distintos, a saber: modo, substância e relações.

            O modo das ideias complexas se realizam por meio da substância e esta por sua hora, é a realização de se própria. A ideia de relação faz entre as outras duas citadas uma forma de equilíbrio e se dividem entre essência e substância.

            Locke por ser empirista, sua gnosiologia, teoria do conhecimento, parta da experiência. Assim, ele sustenta que as ideias não são inatas, diz que as ideias são adquiridas. Deste modo, uma criança não nasce sabendo, ao passo que o conhecimento desta precisa se dar gradativa e também um louco não faz uso de sua ideia, sustentando que todo conhecimento parte da nossa experiência, refutando, assim, a ideia de Leibniz o qual vai dizer que a ideia é inata ao homem, ou seja, já nascemos com ela e a experiência é para este somente uma “recordação” da ideia que já nascemos com ela.

            A gnosiologia de uma parte da negação das ideias universais que ele vai dizer que nem sempre elas serão realmente comprovadas pela experiência. Ele fundamenta este argumento dizendo que nem sempre que existe causa é preciso que existe o efeito, por que ele diz que se falamos que todo dia o sol nasce de manhã e um dia ele não aparecer, por estar nublado, então não teve a causa acompanhado do efeito. Um outro exemplo que ele usa para esta negação das ideias universais é a proposição que tem seu sentido comum,como, por exemplo, dizer que onde há fumaça existe fogo, pois pode haver fogo o qual não necessariamente tinha que haver fogo, como o fogo da “chama” do fogão.

            Em suma, pode se dizer que todos esses filósofos fazem parte do pensamento de Descartes, ou melhor, eles são “filhos” dele. Para Descartes, como também pra John Locke, as ideias são inatas. Todos já nascem com a ideia de Deus. Que Deus seja louvado por suas ideias criativas!


Autor: Joacir Soares D'Abadia


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