Do outro lado da porta
Do outro lado da porta
Impressionante como muitas vezes somente uma porta separam mundos totalmente diferentes dentro de uma empresa.
Claro que essa observação não diz respeito somente aos aspectos físicos de um determinado setor, já que é natural cada setor dentro de uma empresa ter características próprias pela natureza do seu trabalho. Fisicamente um setor como a produção nunca será igual a área administrativa que não será igual a manutenção ou a logística.
Mas o ponto principal na diferença é na forma como são tratados os setores, seus problemas e o clima que isso gera aos envolvidos.
Existem empresas que o principal tratamento é dado a tudo que envolve a área produtiva e seus aspectos principais, como: qualidade do processo e o do produto, qualidade dos equipamentos, clima de trabalho, organização das tarefas e qualidade da mão de obra. Quando algum desses fatores não vai bem todas as outras áreas da empresa sentem e se mobilizam, cada uma dentro da sua responsabilidade para recolocar a situação nos eixos, isto é, quando o setor vai mal todas as demais áreas sentem o desconforto por isso. Então aquela história de que “eu estou fazendo a minha parte” não faz mais nenhum sentido.
As frases, “Somos um conjunto de engrenagens que tem de estar bem sincronizadas” ou “Somos uma corrente onde cada elo é um setor da empresa”, são ditas como exemplos de que um setor depende do outro para o sucesso final.
Como pode uma engrenagem estar com mau funcionamento ou um elo da corrente se quebrar e não impactar todo o conjunto?
O tratamento é realmente igual em ambos os lados da porta?
Quem dentro de uma empresa já não passou pelo desconforto de ter sido recusado um pedido de investimento ou gasto em algo que na sua visão era essencial para a resolução de um problema ou uma melhoria do setor e de repente vê investimentos ou gastos em situações menos importantes sendo feitos em outros setores da empresa? Ou quem não teve de esperar longos períodos para ver seu projeto aprovado em detrimento a situações menos importante?
Você já teve de esperar?
A troca da frota dos carros da empresa, a reforma da sala de reunião, a cobertura do estacionamento, um novo e moderno projetor, um novo ar condicionado, um computador mais moderno e poderíamos usar vários outros exemplos.
Como se sente nessa situação? Vendo aquela máquina precisando de peças ou vendo aquele projeto de melhoria tendo de esperar?
A resposta depende de onde está o foco da empresa e quais seus objetivos práticos.
O que ou quem deve realmente esperar?
Quanto uma determinada decisão impacta no resultado final de uma empresa, seja no seu produto ou na sua marca?
Qual o critério usado na hora de realocar gastos ou investimentos? Necessidade ou amizade?
Quem atingir quando pensamos em direcionar gastos ou investimentos? Qualidade do que entregamos a nossos clientes e parceiros externos ou nosso colega de longa data que comanda o setor ao lado?
Vamos continuar amarrando as coisas com arame e procurando peças usadas no funda da fábrica, mas com computadores e celulares de última geração em nossas mesas?
Todas as áreas merecem o melhor, mas nem sempre isso é possível
O problema não é equipar áreas e profissionais com equipamentos de última geração mas sim analisar quando isso deve acontecer. O chamado “Custo Benefício”
O foco deveria ser sempre o resultado final, produto de qualidade, quantidade atendida, prazos atendidos, conseqüentemente satisfação dos clientes e parceiros.
A empresa não para se eu ficar sem meu novo computador, sem meu novo celular, sem meu novo ar condicionado, com minha vaga no estacionamento ainda descoberta, mas pode parar e comprometer meus resultados se uma determinada manutenção não for realizada rapidamente em um equipamento que vem sinalizando falhas constantes ou se aquela melhoria planejada não for executada para atender uma nova demanda de quantidade ou de qualidade.
Então fica uma reflexão:
“Quando tomo uma decisão o lado da porta faz diferença?”
